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Meia Noite e Vinte e Cinco
Daniel Cavalcante
OS PONTEIROS MARCAVAM 10:45 da manhã quando Anna dava corda no seu velho relógio de bolso prateado e pesadíssimo, enquanto lembrava-se da primeira vez que fizera este gesto, naquele mesmo relógio. Aquele teria sido o primeiro de sua vida. Ganhara em um natal, de seu avô, que dizia ser o relógio de bolso mais antigo da face da Terra. Anna Gerbig já não era tão criança para acreditar nas histórias de seu velho avô, mas logo se apaixonou pelo objeto, pois era digno de admiração. Pesado como chumbo (afinal, não era desse mesmo material que o aparelho fora construído, das engrenagens aos ponteiros?), reluzente, com detalhes e arabescos bem trabalhados manualmente em alto e baixo relevo. Os ponteiros também eram belos e minuciosos formatos de arabescos góticos.
- Não funciona há trinta anos, mas guarde-o como uma relíquia - disse o avô logo que a neta abriu o embrulho mal feito.
Como se não ouvisse palavra, Anna, encantada, dava corda no relógio morto.
Nada aconteceu. Anna parecia decepcionada.
- É muito velho - continuou o avô - Foi consertado centenas de vezes e nem tem mais todas as suas engrenagens. Na verdade, muitas foram retiradas para serem usadas em outros relógios.
- Ele vai funcionar - suspirou a garota, parecendo falar consigo mesma.
Deu nova volta na peça que dá a corda ao relógio, produzindo estalos nas engrenagens. Outra volta. Olhou para os ponteiros e silenciou.
- Ouça! - exclamou - Está funcionando! Ouvem o tic-tac?
De fato, o fino e longo ponteiro de segundos deu três voltas e meia antes de parar novamente. Anna fabricou em seu rosto o mais belo sorriso que mortal poderia fabricar. A cor de chumbo do velho relógio de bolso refletia em seu rosto, e a imagem dos ponteiros novamente parados refletia nos olhos azuis fascinados e enfeitiçados da garota.
Anna passou dias, semanas e meses em seu quarto empenhada em consertar o relógio. Emagreceu muitos quilos, pois não se alimentava regularmente. Suas notas na escola caíram, suas amigas não a reconheciam, e seus pais começaram a se preocupar. Não obstante, Anna prosseguiu, empenhada em seu projeto. Estava apaixonada pelo relógio.
Não tardou e sua empresa estava concluída e o relógio centenário funcionava tão bem quanto qualquer outro. Dir-se-ia ser mais exato que o próprio Big Bang.
Sua vida então voltou ao normal, mas suas amigas logo notaram que Anna possuía agora uma obsessão quase doentia por relógios. Em pouco tempo comprou relógios o suficiente para decorar todo o seu quarto com esses aparelhos de precisão temporal. Filha de uma família de classe média, usava sua mesada apenas para comprar relógios usados, novos, quebrados, antigos, raros, comuns. Relógios de parede, de pulso, de bolso, despertadores. Vendeu suas bonecas, pois não havia mais lugar para elas, e com o dinheiro comprou mais relógios. Para eles, sempre havia lugar.
Seus pais de início a incentivaram, pois Anna era garota tímida e introspectiva, não possuía ambições, sonhos, namorados. Apenas suas três amigas, que logo cessaram de freqüentar sua casa. Mas sua obsessão alucinada logo despertou preocupação da família que se apressou em aconselhar-lhe um psiquiatra. Nada contra os relógios. Mas também eram necessárias outras coisas importantes.
Anna não aceitou a posição dos pais e se mudou. Já com vinte e um anos de idade, comprou um apartamento miúdo, onde pretendia transformar em oficina de relógios e aumentar a sua imensa coleção.
Havia relógios por todos os cômodos. Na entrada, na sala, no quarto, na cozinha, na área de trabalho, e no banheiro. Era impossível andar pela casa sem esbarrar ou tropeçar em algum deles. Quase não se via mobília ou as paredes - tudo estava coberto pelos relógios.
Ela também possuía recortes de matérias de jornais onde sua coleção teria sido o assunto. Em pouco tempo toda cidade ouvira falar da mulher que possuía a maior e mais interessante coleção de relógios que se tinha notícia.
Anna olha para os recortes, pendurados na parede, enquanto puxa a corda de um dos
cucos
. Como o tempo passara depressa! Ela, que passou a maior parte da vida cercada de relógios, não se dera conta disso. Já se faziam quase trinta anos desde aquela noite de natal quando tudo começou.
Voltou-se para um relógio de pulso, aberto, que consertava. Era sempre assim. Após consertar algum relógio quebrado, precisava puxar as cordas dos cucos e dos relógios de parede em geral, acertar os ponteiros e balançar o pêndulo de algum que tivesse parado nesse meio tempo. Tal era trabalhosa a tarefa, que Anna já não podia fazer mais nada além de consertar e manter relógios funcionando. Era praticamente impossível fazer com que todos eles funcionassem simultaneamente por mais de um minuto. Faze-los marcar o mesmo horário, então, era impensável.
A pobre mulher se esquecera completamente de todas as suas outras tarefas, seu emprego, suas contas a pagar, seus mantimentos a comprar; mais que obcecada, estava tão dedicada na manutenção de seus aparelhos que nada mais importava na sua vida. Passam-se dias e noites, e a obstinada colecionadora continuava em sua tarefa, esquecendo-se até mesmo de descansar ou dormir.
Ao dar corda e polir um imenso relógio, um carrilhão, feito de carvalho, reparou na sua própria imagem refletida no vidro que protegia o pêndulo mecânico.
Céus
, pensou,
enlouqueço ou estou envelhecendo?
De fato, Anna Gerbig possuía o terrível aspecto de uma idosa aos sessenta anos, mas possuía pouco mais de quarenta.
Abalada, prosseguiu firme em sua função auto estabelecida. Nada poderia dete-la, nem mesmo o
tempo
.
Mas o tempo pregou-lhe uma peça. Anna envelhecia cada vez mais e cada vez mais rápido, como se dentro de seu apartamento o tempo passasse dez vezes mais rápido; como se estivesse em uma outra dimensão onde o tempo constrói todas as leis no espaço.
Sem se dar conta disto, a mulher consertava. Olhou para o velho relógio de seu avô - era de acordo com os ponteiros deste que acertava os demais, por ser ele o mais exato e nunca havia parado, quebrado ou precisado de corda, desde que Anna o consertara, há, agora, incalculáveis anos atrás.
Já não percebia nada ao seu redor, nem mesmo o tiquetaquear de sua sinfonia de relógios. O nada tomou conta de seu ser e de tudo à sua volta, reduzindo sua pobre existência a um fragmento inútil de vida desperdiçada e lançada no espaço infinito do inconsciente, do vazio, do vácuo. Então, sentiu e ouviu seu coração palpitando, mecânico, dolorido, em seu peito sensível, juntamente com o tique-taque do velho relógio de chumbo que nunca parara. O coração e o relógio, mecanicamente, incrivelmente, assombrosamente, terrivelmente juntos, em uníssono, na mesma nota, no mesmo ritmo, na mesma melodia monótona e metálica. Não se distinguia o som de um, ou de outro; eram como dois instrumentos de percussão de uma perfeita orquestra, impecável.
O som do relógio se tornou cada vez mais alto e escandaloso, como se gritasse.
Súbito, o frágil coração de Anna falhou. Restou apenas o tique-taque sinistro e assustador de chumbo do relógio que agora ameaçava, suspirava e parecia ter olhos negros como o nada que invadiu a mente da mulher, que caiu no chão, derrubando alguns relógios que caíram consigo. Segurava firme o velho relógio de chumbo. Nesse momento, ouviu doze badaladas de milhares de relógios, ao mesmo tempo. Através do vidro protetor viu, horrorizada, uma velha horrenda, cuja face parecia carregar mais de centena de anos, no lugar de seu reflexo.
Ouviu uma voz indescritivelmente pesada e venerável. Anna, perdida em suas loucuras, fantasias e em seus medos, que vieram à tona e pareciam ganhar vida naquele momento funesto, poderia jurar que era o relógio de chumbo que falara:
Você irá para um lugar onde o Tempo não passa, e ao mesmo tempo reina.
Por um instante, Anna percebeu que todos os relógios à sua volta funcionaram, mesmo os defeituosos. Achou que enlouquecera no momento da morte.
Morrer louca
, pensou.
Que destino!
- Quem é? - perguntou em voz alta.
Era meia noite e vinte e cinco.
Não houve resposta. Mas ela entendera tudo agora.
* * *
A polícia chegou algum tempo depois. Todos estavam preocupados com o sumiço de Anna - principalmente seus credores.
Encontraram o cadáver de uma mulher aos seus quarenta anos ou pouco mais, caído entre suas centenas de relógios. Todos eles, sem exceção, estavam parados e marcavam exatamente meia noite, vinte e cinco minutos e trinta e dois segundos.
Constatou-se, no boletim de óbito, segundo a autópsia, que fora precisamente esse o horário em que morreu Anna Gerbig.
Sobre o Autor
Aficcionado pelo extinto terror genuíno, Daniel Cavalcante pretende reerguer as pedras das cavernas mais sombrias do horror já expressado na literatura, não se conformando com a banalização do tema e as novas tendências resultantes de conceitos deturpados nas últimas décadas. Daniel tenta desvincilhar o horror sombrio, tétrico e gutural da simples sede de sangue que resulta em filmes e livros que não procuram o medo e o horror, mas sim apenas uma chacina inconsequênte e deliberada. Daniel buscou em autores como Allan Poe e Lovecraft (este último sua maior influência) a fórmula e a técnica para criar não apenas uma história de terror, mas tembém um cenário macabro, personagens problematicos, fatos sobrenaturais e todo o desconhecido que sempre amedrontou e ao mesmo tempo fascinou o homem.
Nascido em São Caetano do Sul, SP, mudou-se logo para Goiás, onde passou toda sua infância e adolescência, fase marcada por sua depressão que o acompanhou desde criança. Era recluso e portador do mal conhecido por fobia social, o que o afastava do contato com pessoas, inclusive de sua família. Mas foi nessa solidão que descobriu seus dons artísticos como as letras e o desenho. Filho de escritor, se interessou desde os 10 anos pela literatura, mas esse interesse foi esquecido devido à depressão. Voltou a escrever apenas aos 20 anos, dois anos depois do divórcio de seus pais e de sua volta à SP, sendo reacendida a chama da paixão pelas letras ao ler Noites Brancas, de Dostoiévsky.
Em seus contos a solidão, a depressão, o desespero, a tragédia e a morte estão sempre presentes. Ao passo que seus personagens enfrentam entidades misteriosas e acontecimentos sobrenaturais, passam também pelo verdadeiro e real horror do homem moderno: a solidão e o desespero. Sofrem calados, morrem solitários.
Atualmente vive em São Paulo, capital, onde trabalha em seu primeiro romance.
Contato:
E-mail: codinome_v@yahoo.com.br
ICQ: 23716449
Site:
www.contosdoumbral.cjb.net
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