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Histórias de Amor
e Erotismo

 

Gustavo Gollo

 

Dedicado a Vanessa

 

Capa: escritaedesign@hotmail.com

La Maja Desnuda, de Francisco Goya


 

A Maja vestida

 

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Reeditado em fevereiro de 2013.


 

 

Índice

 

Júlia
Rebuceteio
Maria Clara
Minha psicanalista
Daniela e Bia
Na praia
Delírio na academia de ginástica
Juliana
As deliciosas bocetinhas recheadas
Um suspiro de amor
Gabriele
Sinfonia crescente
Nathalia
A penetra
A escritora
Nath
Édipo e Jocasta
Letícia
O Pintor
Clíssia
A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho
Sobre o olhar de Carmem
Vanessa


 

Júlia

 

A imagem de Júlia me encantou desde a primeira visão. Tinha um olhar forte e resoluto, sumamente sedutor, em um rosto lindo, só posteriormente, quando ela mesma me chamou a atenção para o fato, percebi nela os traços de menina impostos pelos seus dezesseis anos. Assim, de início a tratei como mulher, hipnotizado pela visão de uma imagem em um quadradinho na tela do computador. Depois que distingui seus traços juvenis, no entanto, não pude mais deixar de vê-los, mas tal visão somente adicionou mais fascínio ao encantamento prévio, deixando-me então duplamente enfeitiçado, pela menina e pela mulher.

Conhecemo-nos em meio a uma coincidência extraordinária. Eu acabara de pegar um texto para mostrar a outra pessoa quando ela surgiu, dizendo reescrever contos de fadas sob roupagem erótica, exatamente o tema do pequeno conto que eu tinha em mãos. O acaso favoreceu uma empatia imediata; logo conversávamos com franca intimidade, trocando endereço eletrônico; no mesmo dia pude contemplar a bela imagem da moça. Desde o primeiro olhar ela me encantou.

No dia seguinte conversamos por um longo tempo, e eu já estava completamente embevecido por Júlia quando ela resolveu me mostrar partes do corpo, me levando a um estado de excitação quase indescritível. Uma sensação de afogamento me assaltava, tomava conta de mim, mas de uma maneira deliciosa. Minha respiração profundamente conturbada se desenvolvia afobadamente, sem ritmo, aos borbotões, como se eu estivesse sendo tragado por vagas potentes, e apesar disso eu me deliciava com a sensação, como se hipnotizado, como se amarrado por teias invisíveis e inescapáveis.

Nos outros dias que se seguiram a sensação de opressão, de ausência de ritmo na respiração aumentou ainda mais, tanto quanto a área do corpo revelada pela menina.

Difícil compreender certas idiossincrasias. Vou à praia diariamente há anos e lá observo milhares de jovens desnudas quase todos os dias, mesmo assim a imagem de Júlia de calcinha em um quadradinho me roubava a razão por completo, embora vestindo um casaco puxado para cima, deixando a barriga sensual à mostra. O que me impressionava, de fato, o que eliminava toda a minha razão fazendo eu me comportar como um símio, era simplesmente a visão da menina de calcinha, o mesmo que eu via quase todos os dias. Lembro, no entanto, de sua pele luminosa, de sua brancura reluzente e intensa contrastando com a calcinha preta, das curvas sinuosas reveladas de maneira sensual; da bundinha entrevista apenas de perfil, dos movimentos leves e deliciosos, naturalmente sensuais, sem nenhuma malícia, sem nenhuma técnica, pouquíssimo treinamento.

No dia seguinte ela me mostrou os peitos, bem voluptuosos, suculentos, ostentando uma auréola grande, rosada e sumamente apetitosa. A palavra justa, aliás, era precisamente essa: “apetitosa”. Os peitões que a menina me oferecia à distância eram um convite ao deleite, provocavam uma enorme ânsia, um desejo imenso de sorver-lhe, de sugar-lhe inteira por ali. Os seios deliciosos insistiam em se separar um do outro, ansiando por mais espaço, insubordinando-se contra a contenção a que vinham se sujeitando. Uma vez libertos se impunham, se espalhavam recusando-se sujeitar a qualquer opressão, embora a moça os comprimisse, mais por timidez que por tesão, creio.

Também alucinei vendo apenas sua cintura, seu umbigo no centro de um violão sensualíssimo e de curvas enlouquecedoras. Já me encontrava fora de mim quando a menina resolveu mostrar a bocetinha; abaixando as calças, deitada, revelou-me uma boceta deliciosa. Confesso ter ficado tão ensandecido que acabei perdendo todo o registro da maravilhosa imagem, que, lembro, me alucinou ao extremo. Acredito ter sido algum excesso que me impediu registrar a imagem extraordinária, como se uma embriaguez estupenda houvesse me roubado a memória.

Em nossas conversas posteriores disse achar que os peitinhos devem se insinuar discretamente a princípio, ganhando espaço vagarosamente, roubando a cena aos poucos até se imporem magnânimos. Do mesmo modo o corpo não deve se expor de uma vez, deve ameaçar, mostrando-se vagarosamente, revelando-se aos poucos, estendendo o suspense o maior tempo possível, roubando a razão do expectador, conturbando-lhe a mente, enlouquecendo a vítima por completo, até a suprema embriaguez. Quanto à boceta, protagonista do espetáculo, a meu ver, deve ser guardada para o final, revelando-se em um momento mágico, produzindo alucinação derradeira e contundente.

Tendo passado dias inteiros pensando na gostosinha, uma imagem, mais que todas as outras me surpreendia, ou melhor, um desejo. Ansiava ver Júlia de quatro, com a bunda arrebitada, piscando o cu para mim. O que me espantava em tal desejo não era a ideia em si, mas o fato de que nunca antes tinha desejado algo análogo; lembrava inclusive de situações passadas em que outras moças me tinham oferecido contemplar paisagem análoga, proposta sempre declinada por mim. Assim, me surpreendia o desejo, revelador de uma alteração em meus anseios eróticos. Também ficava imaginando a boceta de Júlia vista do mesmo ângulo, e lhe pedi para posar dessa maneira; respondeu com risos à proposta.

Depois de ter visto a boceta deliciosa fiquei absolutamente cativo, buscando a visão da moça continuamente, se é que já não o estivesse antes. Além da imagem na tela, obviamente, desejava tê-la em minha frente, mirá-la, pegá-la, agarrá-la loucamente, beijá-la, e tudo o mais com que a imaginação permite sonhar. A moça, no entanto, tirou-me o sossego; pensava nela durante o tempo todo, até a hora de dormir, quando ia para cama pensando nela, desejando-a, sonhando com as mais sensuais situações. Acordava pensando na menina, arquitetando situações excitantes com ela, mas me incomodava não conseguir tirá-la na cabeça em nenhum momento; Júlia roubava minha atenção constantemente, não permitindo que eu escrevesse, lesse, impossibilitando-me qualquer atividade que exigisse o mínimo grau de concentração.

Foi nesse estado que comecei a escrever uma história erótica envolvendo nós dois, único tema em que minha concentração conseguia se manter. Tinha em mente um propósito múltiplo: roubar a atenção da moça, combinando escrever conjuntamente a mesma história, e sair da inatividade, executando a única tarefa em que me era permitido me concentrar, e, mais que tudo, planejando incutir na mente da menina o desejo de vivenciar a história proposta. Foi, de fato, com esse espírito, que eu mergulhei na escrita de uma história incompleta, de um começo a ser continuado pela bela jovem que me alucinava. Tendo escrito o início de uma história, enviei-lhe o texto à espera de sua continuação.

A resposta chegou rápida, mas muito brevemente, sem conter a continuação combinada, mas prometendo encontrar novas “maneiras para te seduzir, te encantar, te alucinar”, como se tudo isso já não acontecesse todas as vezes que eu via a moça enquadrada na tela. De fato, no entanto, ela aperfeiçoava rapidamente suas artes de sedução, uma exibição, em especial, me enlouquecia. Trajando uma camiseta sem manga, Júlia puxava a roupa para baixo, estreitando a alça da blusa, e promovendo um embate extraordinário entre a roupa e seus peitinhos. A alça estreita comprimia e arredondava os peitinhos maravilhosos que se insubordinavam ante a tirania da roupa, buscando a liberdade. A contenda prosseguia sob o meu olhar ávido, enquanto eu torcia fervorosamente pelos peitinhos. As alças, criaturas malvadas, insistiam em reprimir, em atar os belíssimos seios realçados pela compressão, enquanto os peitinhos arfavam, lutavam até que um deles obtivesse êxito, libertando um biquinho rosado e, acreditava, tão ávido quanto eu. A vitória era fugaz, no entanto; o biquinho pulsava livremente apenas por alguns segundos, quando a alça malvada o capturava novamente, comprimindo-o em uma bolinha deliciosa, apetitosíssima, reiniciando a pugna sucessivamente, sem que nenhuma das partes admitisse a derrota, sempre sob minha torcida enlouquecida pela libertação dos peitinhos maravilhosos.

Do mesmo modo que os seios já não se revelavam de uma vez, mas se insinuavam sedutores, ameaçando revelarem-se, e só o fazendo aos poucos, e fugazmente, também a boceta passou a simular uma pudicícia aparente, revelando-se vagarosamente, sem os modos infantis e quase escandalosos com que a molequinha a expunha inicialmente; com uma sensualidade velada, tão menos explícita quanto mais contundente, a moça me deixava entrever uma boceta suculenta que eu contemplava sofregamente, alucinadamente, e assim se passavam os nosso dias, ao mesmo tempo em que comecei a escrever uma história com o intuito explícito de atiçar a moça ao extremo, de enlouquecê-la, de incutir nela um desejo invencível até que ela me chamasse para para agarrá-la consubstanciando finalmente todos os nosso sonhos.

* * *

Júlia era virgem, e se excitava muito fortemente com sugestões violentas e dolorosas; a expectativa de um estupro incitava nela uma forte curiosidade, mais que isso, um desejo, uma ânsia em viver situação tão sonhada. Assim, Júlia ambicionava fortemente ser estuprada, se deliciava com tal possibilidade. Com base nisso, combinamos de eu deixar a chave de meu apartamento sob o carpete da porta por onde ela entraria.

Apesar de ser uma menina decidida e corajosa, no alto de seus dezesseis anos, sendo menor de idade, e morando em outro estado, não acreditei que viesse. A combinação, portanto, era muito mais uma brincadeira que um acerto. Apesar disso, cumpri o combinado deixando a chave onde deveria, mas não saí do apartamento, conforme prometido. Para minha surpresa, no entanto, na hora marcada ouvi um barulho de chaves testando a fechadura. Tratei de me esconder no armário do quarto.

Tendo retirado a prateleira única, entrei no armário, de onde observei, pela pequena fresta deixada na porta entreaberta, Júlia entrando no quarto e inspecionando tudo com curiosidade. Permaneci oculto enquanto ela saiu do quarto, e depois de ouvir barulho no banheiro, observei a menina retornando ao cômodo. Ela estava em frente à cama, de costas para mim, quando deixei o armário silenciosamente e me acerquei dela. Puxei-a bruscamente pelos ombros jogando-a para um lado e para outro, enquanto rosnava para ela com uma voz que eu mesmo desconhecia e que assustava até a mim mesmo: vai aprender a não entrar nunca mais assim na casa dos outros!

Júlia deu um grito de susto e virou o rosto tentando me ver, mas permaneci às suas costas impossibilitando que me mirasse. Era uma moça bem grande, de um metro e setenta e um centímetros, e encorpada o suficiente para ser considerada uma gostosa, mas como eu vinha me exercitando havia longo tempo, não tive dificuldade em controlar seus movimentos impossibilitando-a de fixar os olhos em meu rosto.

Na mesma sequência de movimentos sentei-me na cama colocando-a de bruços sobre os meus joelhos:

— Vai levar umas palmadas para aprender! Desabotoa a calça!

Quando ela tentou olhar para mim segurei seus cabelos levantando sua cabeça posicionando-a de frente para a parede.

— Desabotoa logo! Disse explodindo-lhe uma palmada na bunda.

A gostosa desabotoou e abaixou a calça obedientemente, desnudando uma bundinha branca, luminosa e radiante que superava em muito a visão que eu conhecia pela tela do computador. Tive uma vontade enorme de acariciar aquela bundinha lindinha, as coxas grossas dobradas, mas me mantive fiel a meu papel; dei-lhe uma palmada sonora em uma das nádegas, e logo uma na outra, para equilibrar. A vermelhidão surgida instantaneamente me causou curiosidade e um desejo de beijar a bundinha ali, como se servida de bandeja. Apesar do carinho que sentia, apliquei-lhe um beliscão bem forte, torcendo os dedos na bunda gostosa, e dizendo com a mesma voz irreconhecível, rouca e grave:

— E quem mandou ser tão gostosa? Já te falei para parar de ficar me tentando! Agora vai ver!

Tasquei-lhe uma nova palmada antes de beliscar a outra nádega apertando-lhe a bunda com os quatro dedos comprimindo sobre a palma da mão, e torcendo, enquanto mantinha sua longa e bela cabeleira como rédea, controlando sua cabeça e olhar.

Mordi-lhe a bunda! Nova palmada.

— Gostosa!

Minha voz continuava me surpreendendo, minhas palavras me causavam forte estranheza, mas a visão da gostosa à minha frente me impedia pensar qualquer coisa com clareza. Tirei toda a sua calça que permanecia abaixada até as pernas. Durante a ação aproveitei para passar minha mão e braço pelas pernas e coxas da gostosa, me encostando também na bunda reluzente, agora bastante avermelhada.

Peladinha da cintura para baixo, percorri minha mão por entre as coxas da gostosa, subindo até a boceta molhada, sentindo sua umidade. Apertei a boceta carnuda molhando minha mão em seu líquido para aplicar com ela uma lambada ainda mais sonora na bunda.

— Está querendo dar, não é, sua gostosa? Tira a blusa!

Permiti que ela se libertasse um pouco para tirar a blusa, e a conduzi para a cama.

— Fica de quatro, gostosa, vai levar no rabo para aprender.

E ainda conduzindo as rédeas ajeitei-a em uma posição de quatro, com a bundinha bem arrebitada, os pés na altura do final da cama. Contemplei o belíssimo corpo sensual, os peitões pendentes ampliados pela postura, a boceta entrevista pela abertura das pernas, a cintura fina e delineada tornada ainda mais bela pela posição.

Puxei as rédeas ainda mais, levantando a cabeça, arqueando a coluna e arrebitando o rabinho sensual. Coloquei o dedo no cu da gostosa, que parecia querer me engolir abrindo-se e fechando-se. Tirei meu pau duro da calça e apliquei com ele umas bofetadas em seu rosto. Bati com o caralho em uma de suas faces, e como ela tentasse olhar para o bicho esbofeteei-lhe novamente com a coisa.

— Sua gostosa, olha o que você vai levar! Dizia enquanto esbofeteava-lhe o rosto de um lado para o outro com o caralho. — Pofpofpóf!, soou a saraivada de bofetadas sucessivas.

Acertei, sem querer, a boca da gostosa, causando uma inchação no lábio, o que me desagradou. A gostosa era muito lindinha, e o lábio inchado reduzia sua beleza. Passei o pau duro carinhosamente sobre o lábio inchado, a título de remédio. Aproveitei para introduzir brevemente a cabeça do pau em sua boca.

— Chupa esse caralho, gostosa!

Ela chupou, não apenas obediente, mas ávida; curiosa e gulosa também; nunca tinha segurado um pau.

Ainda sem permitir que me olhasse, tornei para trás da gostosa que se mantinha com o rabo arrebitado. Ao mesmo tempo em que apertava o pau duro na bundinha gostosa, comprimi o ombro da moça até o colchão. Ajeitei a posição da menina, tornando-a o mais apetitosa possível, e só então soltei seu cabelo, para segurar ambas as nádegas com as mãos. Enfiei-lhe a cabeça do pau, o que a fez fechar os olhos e comprimir o corpo.

— Agora deixa eu enfiar, gostosa! E fui enfiando-lhe o caralho.

Quando o pescoço do bicho começou a entrar a menina tremeu, e gritou pela primeira vez depois do susto inicial:

— Ai, tá doendo muito...

Pá! Estalei-lhe uma sonora lambada no lombo.

— Quieta gostosa! Não sabia que isso ia doer? Agora aguenta que vou botar no seu rabo!

A gostosinha fez que sim com a cabeça, os olhos comprimidos pela dor, e eu me enterneci pela obediência da menina, mas não a ponto de aliviar a coisa, ao contrário, tratei de pressionar o pau duro com mais intensidade no rabo da menina.

A gostosa gemia ainda mais, ofereci-lhe um travesseiro:

— Morde isso, gostosa, que eu vou te enfiar o caralho! Morde bem que você vai tomar no rabo!

A gostosinha mordia, rosnava e gemia enquanto eu ia enfiando o pau duro vagarosamente em seu rabinho.

— Chega, tá doendo muito...

Abaixei-me sobre ela e mordi o ombro da menina, controlando seus gritos ao aumentar a intensidade das mordidas que aplicava em seu ombro e pescoço, ao mesmo tempo em que rosnava palavras talvez incompreensíveis:

— Cala a boca, gostosa, abre esse rabo para eu me enfiar inteirinho em você! Quero me enfiar esse caralho inteiro dentro de você, gostosa, da sua bunda!

Enfiava vagarosamente, tentando ampliar e manter a dor, latejando após cada parada suscitada pelos gemidos de dor da gostosa, roubando gemidos ainda mais intensos antes de enfiar o caralho ainda mais profundamente.

Apertava-lhe os peitões rosados com força, mordia-lhe a nuca, o ombro, e enfiava-lhe o caralho, até que a menina implorou que eu parasse:

— Já chega, chega, — falou ela baixinho enquanto eu me movia lateralmente movendo o pau de um lado para o outro.

— Peraí, deixa eu enfiar tudo — e fui metendo o bicho mais profundamente, ao mesmo tempo em que segurava o ombro da gostosa.

— Tudo não, gritou a menina — tudo eu não aguento.

— Cala a boca, gostosa, e arrebita esse rabo, disse enquanto dava-lhe uma enfiadona maior.

Os gemidos da gostosa ficaram mais intensos, e constante, beirando o choro, e me partindo o coração.

— Então eu vou tirar do seu rabo mas vou comer sua bocetinha, tá?

— Não, eu sou virgem aaaahhhh...

Ao ouvir a negação cravei-lhe o ferrão! A gostosa gritou, me atiçando ainda mais, me fazendo latejar intensamente dentro dela.

— Bocetinha, vai na bocetinha — disse a menina.

— Vai me dar a bocetinha? Conferi.

— Vou.

Fui tirando o pau devagarinho de dentro da moça, olhando seu belo corpo, suas formas, acariciando a gostosa, e me permitindo umas enfiadas adicionais conforme o tesão. Quando tirei o pau do rabo da moça joguei-a na cama com a boceta exposta pelas pernas abertas descaindo até o chão. Posicionei-me entre as pernas da gostosa e comecei a enfiar o caralho na moça que parecia desfalecida.

Apenas a cabeça tinha penetrado a gostosa quando ela despertou furiosa, enlouquecida, rosnando de forma estranha, alterando por completo a voz doce que eu conhecia e que me encantava. Como se possuída por algum espírito selvagem a gostosa tentou me morder, enquanto se agitava e me ameaçava.

— Seu safado, me solta, me larga.

Eu evitava suas mordidas com minha boca, aparava seus dentes com meus dentes, ao mesmo tempo em que tentava conter seus movimentos pélvicos selvagens. Enquanto tentava conter toda a fúria sub-repticiamente liberada, percebi que os movimentos pélvicos que a moça fazia com a finalidade de me empurrar e me afastar dela acarretavam a penetração cada vez maior do pau em sua boceta carnuda. Ela resfolegava, rosnava, ameaçava, tentava morder e me empurrava com a pélvis fazendo meu pau penetrar-lhe cada vez mais profundamente as entranhas. Permaneci fazendo uns movimentos muito suaves com o corpo e me defendendo com a boca, enquanto ela induzia uma penetração cada vez maior, até que senti algo como um pequeno estalo na cabeça do pau.

A sensação sutil foi sentida por ela com muito mais intensidade, levando-a a irromper em lágrimas. Dei uma enfiada suave um pouco maior e a abracei carinhosamente.

Voltando a ser a menina doce que era, ela vertia lágrimas abundantes em meu peito aconchegante, me abraçando como em um pedido de carinho.

Beijei o rosto da gostosinha profusamente, e a acariciei até que as lágrimas cederam lugar a um sorriso sereno e eu pude ficar enfiando meu pau suavemente em sua boceta suculenta, comendo-a por inteiro, sorvendo-a. Depois de um longo vai e vem, esporrei na gostosa em meio a um abraço fervoroso e aos gemidos da gostosinha.

Depois abracei a mulher amorosamente, carinhosamente, apaixonadamente. Beijei-a longamente, profusamente. Não conseguia parar de acariciar a linda moça em meus braços.

* * *

Enviei minha sugestão à moça. A leitura da história teve o resultado esperado, ampliando o desejo da menina até quase a loucura. Depois disso, ela me pediu para que eu fosse até sua cidade comê-la. Adorei a proposta e avisei Júlia de que iria encontrá-la. Apesar do convite prévio, e do enorme desejo, a notícia gerou nela uma certa conturbação; a novidade, no mínimo, a inquietava. Por um lado a ideia de nos encontrarmos a assustava, por outro a excitava tremendamente; o desejo de ser estuprada a enchia de excitamento, ansiava que alguém a compelisse a fazer o que desejava com avidez, conversávamos muito sobre isso. Assim sendo, ela queria refazer o roteiro sugerido na história que eu enviara.

Cheguei à cidade em uma tarde comum; tinha acertado o aluguel de um apartamento por três dias. Tive dificuldade em encontrar imóvel com uma bela vista, mas consegui um aceitável, e em lugar de fácil acesso, bem ajeitadinho. Tinha ares de abatedouro, de apartamento mobiliado para a exata finalidade que eu tinha em mente. Comuniquei a Júlia minha chegada, causando-lhe uma atribulação ainda maior, e certa descrença, mas não combinamos nada.

Na manhã seguinte saí bem cedo, não conhecia a cidade. Estudei o mapa das ruas e fui até o ponto de ônibus onde sabia que Júlia tomaria seu transporte para a escola. Conhecia todos os dados: endereço, escola, horários; conversávamos sobre tudo, desde questões intelectuais às corriqueiras, atentando mais fortemente às sexuais.

Atrapalhei-me absurdamente em minha ida até o ponto de ônibus, e já temia perdê-la quando cheguei apressado, resfolegante devido aos últimos passos apressados, em busca do transporte parado na rua a recolher os passageiros. Quando reconheci Júlia entre os que subiam no ônibus, fui tomado por uma enorme atribulação alterando drasticamente a minha respiração. Não me continha, quase me afogava; não conseguia controlar meus movimentos e excitação, abalroando mais de um dos que subiam no ônibus.

Entrei com eles e consegui me postar bem ao lado de Júlia. Tentei manter certo controle, ou, ao menos, as aparências; o sacolejar do ônibus facilitava essa tarefa. Não demorou para que o ônibus lotasse, e então me locomovi em seu interior passando atrás de minha bela. Colado em suas costas, sussurrei com voz rouca e embargada o poema que ela já conhecia, começando com a repetição de seu nome, fazendo-a voltar seu rosto para mim, mostrando um sorriso amedrontado.

Puxei-a fortemente para mim. A menina baixou a vista, esboçando um sorriso de contentamento e prazer. Prossegui a recitação do poema ao seu ouvido, ao mesmo tempo em que apertava fortemente sua nádega, puxava seu quadril, acariciava e sugava sua coxa com a mão, enlaçava sua cintura. Tudo isso com uma ânsia desesperada, compulsiva e sucessivamente.

— Júlia, gostosa, vamos descer e pegar um táxi; sussurrei com voz rouca ao seu ouvido.

Conduzi a moça até a porta do ônibus.

Com a respiração tão descompassada quanto a minha, e as pernas, provavelmente, ainda mais trôpegas, abrimos espaço até a porta de descida, saltando assim que o ônibus parou.

Ao descer, abracei-a fortemente e lhe tasquei um beijo apaixonado. Beijei-a novamente, dessa vez longa e delicadamente colando o meu corpo ao dela. Percebi um táxi se aproximando e fiz sinal. Entramos no carro e chegamos rapidamente ao apartamento alugado; ainda era bem cedo, tínhamos tempo.

Quando entramos agarrei a gostosa, beijando-a avidamente, apalpando seu corpo, sua cintura, suas costas, seus seios. Beijei seu pescoço, seu ombro, sua boca. Enfiei minha mão sob sua blusa enquanto a beijava, apalpando-a quase alvoroçadamente. A respiração da jovem descompassava fortemente, me induzindo a apalpá-la ainda mais sofregamente.

Júlia era ainda mais bela pessoalmente, um mulherão enorme, alta e fornida, peitudinha e com uma bunda francamente polpuda. O rosto de menina mantinha a suavidade juvenil apesar da atribulação em que a jovem se via, aturdida por uma respiração sonora e desritmada. Levei a bela para o quarto, para a cama de casal. Comecei a desabotoar sua camisa revelando peitinhos graúdos pulsando ao ritmo intenso da respiração; pareciam querer escapar do sutiã que os continha. Sob o meu olhar guloso, Júlia os enfunou ainda mais, fazendo-os forçar decididamente a peça de roupa que os oprimia. A visão me inebriava; desabotoei o restante da camisa, contemplei a bela menina exposta à minha frente. Tirei sua calça e a virei de bruços.

— Júlia, fecha os olhos, vou fazer uma mágica. Você não deve se mexer e nem falar; mas fique fazendo, continuamente, o som: hmm...

Passei então a aplicar na moça uma sucessão de estímulos sutis. Não buscava atingir regiões especialmente erógenas, ao contrário, pretendia começar lentamente, revelando sensações mais leves alcançadas em regiões menos sensuais, com toques difíceis de serem interpretados. Por um longo tempo permaneci em silêncio, aplicando a ponta de meus dedos no corpo da jovem, aqui e ali. Com os olhos fechados, e o corpo imóvel, Júlia ficava impossibilitada de discernir, de decodificar os estímulos aplicados em seu corpo. Recebia uma enxurrada de sensações novas e indiscerníveis, em uma torrente de emoções e impressões inauditas, fortíssimas, que a inundavam de prazer sem que pudesse adivinhar o que lhe acontecia. Enquanto isso eu ouvia o murmúrio constante que fazia, acrescidos dos gemidos de prazer surgidos em resposta aos meus toques em seu corpo, e matizado pela respiração fortemente alterada. Os sons que ela fazia me informavam com precisão a eficiência de meus toques, guiando meus dedos nas ações seguintes.

Eu apalpava a bela menina desnuda à minha frente como se afinasse um instrumento, tocava-a como se fosse um órgão sonoro, sensual. Virei-a de frente, continuando a estimular seu corpo, mas evitando tocar as partes mais erógenas. Quando a respiração da jovem parecia já haver atingido um limiar máximo de sonoridade e descompasso, acrescentei aos toques os meus lábios, o queixo, e as mãos inteiras que passaram a agarrar a moça voluptuosamente, sorvendo sua pele tanto quanto a língua a percorrer seu corpo. Beijei o pescoço da moça longa e intensamente, comprimindo meu queixo em seu ombro, arranhando a menina, fazendo-a estremecer, ao mesmo tempo em que minha mão a apalpava inteira, apertava.

Eu ouvia os sons que Júlia emitia, seus grunhidos deliciosos, sua cantiga suave entrecortada pela respiração enérgica e descompassada, e a tocava como se fosse um instrumento. As notas esparsas com que a havia afinado anteriormente sediam lugar a acordes compostos executados com ambas as mãos, boca, língua e corpo. Enquanto ela sentia meus toques, agora cheios, encorpados, eu ouvia sua cantiga agitada e doce e me deliciava com a visão da jovem peladinha a se contorcer de prazer ante meus toques. Eu compunha assim uma espécie de sinfonia táctil, deliciosamente acompanhada pelos gemidos arfantes da menina linda e nua em minhas mãos.

Agarrei o peitinho rebelde e encantador causando um estremecimento na moça. Segurei o seio delicioso com a mão, apertando o bico entre o polegar e o indicador, gerando enorme arrepio, e uma sensação intensa que a fez arquear as costas. Chupei cada peitinho intensamente, sugando-a com enorme avidez, deliciado também pelos gemidos da gostosinha.

Cobri com beijos e chupadas acompanhadas por mãos ávidas todo o corpo da moça, evitando apenas a boceta molhada. Percorria sua barriga, ou suas coxas entreabertas na direção do alvo cobiçado, mas evitando tocar a boceta deliciosa, percorrendo sempre na direção errada. A gostosinha arqueava o corpo continuamente, fazendo a boceta subir e descer, ansiando avidamente, buscando por algo que a acalmasse. Foi então que beijei profunda e avidamente a boca da gostosa, para descer em seguida para perto de seus pés. Abri então as pernas da menina, e posicionandome ali, entre elas, mergulhei de boca na boceta suculenta que se oferecia para mim, ao mesmo tempo em que agarrava os seios da gostosa, mantendo seu corpo na horizontal. Os estímulos intensos compeliam a tesuda a fechar suas pernas, o que eu evitava com meu corpo e minha cabeça, enquanto continuava a enfiar a língua gulosamente na boceta carnuda.

A gostosinha se contorcia de prazer, até que a menina me apertou intensamente a cabeça com as pernas, causando certa dor e revelando o tesão extremo que sentia. Nesse instante, tendo libertado minha cabeça de suas pernas, ergui meu corpo, e apertando seus peitinhos de modo a mantê-la deitada, encostei meu pau duro em sua boceta úmida. O movimento da gostosa buscando me pressionar teve o efeito de abrir ainda mais suas pernas, abrindo espaço para eu me enfiar na gostosa.

Tendo encontrado de imediato a posição adequada, enfiei a cabeça do pau, e logo um pouquinho mais. Por um instante a menina parou de apertar ao sentir meu pau duro começando a penetrar suas entranhas. Creio que um sentimento de curiosidade se apossou da moça enquanto eu lhe enfiava a rola cada vez mais profundamente. Eu beijava a menina incessantemente, no rosto, pescoço, ombro, peito, cabeça, ao mesmo tempo em que me enfiava mais e mais, enquanto minhas mãos apalpavam seu corpo carinhosamente, ou a apertavam com sofreguidão. Fui me enfiando na gostosa até que um pequeno estalo se fez sentir na cabeça do pau, ao mesmo tempo em que a jovem irrompeu em choro. Bebi suas lágrimas salgadas e a acariciei com ternura mantendo levíssimos os movimentos de meu pau no interior da gostosinha. Depois de chorar rápida e profusamente a menina se alegrou muitíssimo, abrindo um imenso sorriso e começando verdadeiramente a degustar as sensações inebriantes que ia descobrindo. Intensas carícias com as mãos sobre seu corpo, chupadas e beijos constantes acompanhavam os movimentos de vai e vem de meu corpo penetrando o dela, seguido também pela intensificação extrema de nossas respirações, gerando um resfolegar sonoro ditado pelo ritmo cada vez mais enérgico dos movimentos de penetração.

Levantei meu corpo e continuei socando meu ventre no dela em um ritmo cada vez mais forte acompanhado pelo ruído intenso de nossas respirações descompassadas até que uma onda arrebatadora percorreu minha coluna tentando me obrigar a relaxar. Lutei fortemente contra o impulso, pressionando o pênis com todas as minhas forças, contendo-o ao mesmo tempo em que o enterrava e o retirava compulsivamente da moça. Forças poderosas se antagonizavam intensificando-se mais e mais até a escuridão total invadir tudo, preludiando um grand finale.

O negrume total cedeu lugar imediatamente a uma explosão silenciosa; inúmeros pontos luminosos explodiam de um mesmo centro, irradiando-se na escuridão como fogos de artifício, enquanto uma erupção de prazer também me inundava. Depois vieram os mundos, a profusão de cenários estranhos, delirantes; vieram também os ventos, os voos, as viagens alucinantes, as paisagens oníricas.

Reencontrei Júlia em pleno voo. Voávamos juntos em uma velocidade espantosa, entre piruetas mirabolantes, imersos em uma felicidade indescritível. Voamos para além do planeta, para além do tempo, durante uma eternidade. Depois voltamos e ainda fitamos nossos corpos emaranhados um no outro. Por um momento, contemplamos a nós mesmos com estranheza, nossos corpos jazendo na cama, tão enredados um no outro, quanto nossas almas, mas a alegria exuberante que nos invadia nos obrigou a prosseguir nosso caminho, juntos, e para além; sempre além.


 

Rebuceteio

 

Já era manhã alta quando acordei com a algaravia das bocetinhas pululando ao redor. É fascinante despertar com um grupo de ninfas peladinhas cantarolando alegremente, poucas visões neste mundo podem ser comparadas a esta. O céu muito azul e o frescor matinal contribuíam ainda mais para a sensação de alegria que nos envolvia a todos, especialmente a mim, deitado na cama a contemplar todas aquelas gostosinhas nuas em pelo.

Apreciava com satisfação a cena que se desenrolava em torno, na qual as quatro gostosinhas já banhadas, cheirosinhas e ainda úmidas e revigoradas pela água, iam e vinham faceiras, do quarto ao banheiro, com toalhas enroladas à cabeça e nada mais sobre o corpo. Pegara-as durante a madrugada em um dos raros bares da cidade que permanecia aberto até a manhã. Já as conhecia, exceto uma delas; sabiam que podiam contar comigo no caso de perder o último ônibus para casa.

Creio ter sido o mastro duro e ereto empinado sobre a cama, e não meus olhos, que lhes chamou a atenção:

— De quem é a vez?, perguntou a mais fogosa delas, mirando a coisa erguida ali no nada, chamando assim a atenção das outras que se consultavam silenciosamente com o olhar.

Antes que decidissem qual seria a próxima, intervim:

— Agora vamos ao rebuceteio!

Teria sido impossível prever o efeito que o neologismo causaria. Imediatamente uma das bocetas pareceu ganhar autonomia e tentar se libertar do corpo que a restringia. Movimentava-se amplamente para frente, retrocedendo em seguida, como um cavalo xucro, carregando com ela todo o corpo da mulher aos trancos, como um animal indomado o faria. Ato contínuo, as outras bocetas foram possuídas pelo mesmo espírito libertador, e contagiadas pela ânsia de independência, adquirindo, todas elas, movimentos próprios e autogovernados.

Enquanto as bocetas se agitavam daquela maneira bravia e inesperada, as moças se animaram, passando a emitir gritos de “eba”, e buscando uma maneira de rebucetear, fosse lá o que isto significasse. Parecia realmente que as bocetas inquietas e insubordinadas pudessem ganhar independência e se desgarrar dos corpos, causando um rebuliço inimaginável, o que me obrigou a intervir no maravilhoso espetáculo que eu contemplava exultante. Em meio à algazarra das bocetas insubordinadas, ergui meu corpo, mantendo os joelhos na cama, evidenciando o pau duro, e abrindo os braços numa atitude dramática:

— Embocetem-me!, ordenei em tom teatral.

Não foi necessária segunda determinação. Havia sido encontrada a finalidade, a meta das bocetas sublevadas. Tinha atribuído-lhes seu desígnio. Imediatamente acercaram-se de mim como piranhas famintas. Com enorme avidez, e ainda sob a égide da independência, tentavam em rompantes destacar-se dos corpos que as mantinham cativas. Foi minha carne quente, mais que meu pau duro em riste, que as acalmou.

Para meu delírio, as bocetas gulosas me envolveram, esfregando-se em mim com volúpia. Abaixei-me para presenciar e usufruí-las mais de perto, mas acabei quase sufocado pelo excesso delas, o que me surpreendeu: nunca havia imaginado a possibilidade de me afogar em bocetas, mas foi exatamente essa a sensação que me veio ao mergulhar entre elas.

Emergi em busca de ar, encontrando também uma profusão de peitinhos nos quais me esfreguei até minha boca encontrar o mais substancioso para sugá-lo gulosamente.

Meu pau também lutava galhardamente contra as bocetas impetuosas, ora arremessando-se sobre elas como se as atingisse com fio de espada, ora estocando-as como lança, até que em uma estocada cega, penetrou uma das bocetas ávidas que tentavam engoli-lo. Ela tentou estrangulá-lo, enlouquecendo-o e fazendo-o ganhar ainda mais ímpeto e robustez, para em um afã tenaz, penetrá-la profundamente.

Os dois corpos sentiram o impacto imediatamente, tensionando-se ambos, retesando músculos e mentes.

Minhas mãos crispadas ainda sorveram formas, texturas e tônus dos corpos em torno, antes de agarrarem as bocetas esfaimadas, penetrando-as com avidez e carinho.

Derrubei de um só golpe todas as mulheres na cama, apossando-me simultaneamente de todas as bocetas que me assomavam, e enquanto enfiava o pau generosa e profundamente em uma delas, metia o dedo em outras duas, buscando com a cabeça inteira, mais que com a boca, a quarta boceta a se contorcer e a se espremer em mim.

Enfiei-lhes com volúpia e alegria; saciei-lhes, até uma onda insana me perpassar inteiro, compelindo a me enfiar alucinadamente na mulher sob mim no anseio louco de me fundir com ela e com todas as gostosas a me espremer e confundir corpos retesando mãos, pernas e colunas, comprimindo-me nelas por inteiro, delirando, iluminando céus e terra, até que uma torrente ainda maior e extremamente plácida sobrepôs uma serenidade absoluta sobrepujando por completo toda a agitação prévia.

— (Suspiro imenso) AH, GOSTOSAS!


 

Maria Clara

 

Foi muito bom ter encontrado Maria Clara em um site de literatura na rede. Ela havia colocado apenas dois textos lá, os dois meio descuidados, não finalizados ainda, não revistos; mesmo assim empolgavam, mais pelas construções vibrantes de alguns trechos que pelas histórias, embora ambas interessantes. Desde o início me causaram forte impressão, e ao final da leitura, e após breves comentários elogiosos que teclei ao pé dos textos, enviei-lhe mensagem por correio eletrônico congratulando-a pelos escritos, e incentivando-a a continuar escrevendo, certamente ela tinha o dom como poucos o têm.

Todos gostamos de elogios e, conforme o esperado, ela logo escreveu em resposta, animada com os aplausos consecutivos que vinha recebendo pelos escritos publicados no site. Suas palavras me animavam, é muito estimulante descobrir novos talentos e a alegria que ela deixava transbordar de sua mensagem me contagiava ainda mais, e então fomos trocando pequenos bilhetes diariamente. Nos dias seguintes, eu vasculhava minha caixa de correspondência eletrônica com certa ânsia, em busca de suas mensagens, que eu respondia imediatamente, e, não raro, mais de uma vez.

Maria Clara é uma moça muito nova e, não pude deixar de notar, muito bonita, com uma aparência saudável e exuberante na única foto exposta no site, e talvez tenha sido sua beleza que me atiçou a curiosidade, me fazendo buscar mais informações sobre a menina com a qual correspondia havia alguns dias, mas em um tempo curiosamente elástico e expandido, simulando período muito mais extenso; depois de uma ou duas semanas de contato, eu já sentia com ela uma intimidade muito maior que a usual após tão curto conhecimento.

Apesar da existência de homônimas, não foi difícil encontrar informações sobre a moça na rede, entre elas seu blog: “bata antes de entrar”, onde li o texto das duas que eram uma: Maria e Clara. Falava muito mais de Maria, a moça boazinha, toda ela retidão e complacência, enquanto Clara se impunha e roubava a cena, mas sem nunca se expor. Clara participava do texto, marcava sua presença, mas não se mostrava diretamente, as palavras descreviam apenas Maria.

Somos seres interessantes e quando imersos em nós mesmos, quando nos deixamos vagar, acabamos por desvelar facetas estranhas e incomuns porque nunca reveladas, nem por si, nem por outros. A mim parece certo que quanto mais interessante o ser, quanto mais criativa a pessoa, mais estranhos serão seus devaneios, as imagens de seus sonhos, sua mente. Talvez o grande trunfo de um escritor seja conseguir conectar esse mundo interior, todos esses sentimentos crus e muitas vezes negados, ao exterior, a uma folha de papel. Talvez toda ficção não seja mais que uma psicografia de fantasmas inconscientes habitando nossas mentes

Não tardou o surgimento de oportunidade para conhecer Maria Clara pessoalmente. Já no primeiro feriado ela viria ao Rio, e eu adorei quando me comunicou sua intenção.

Não pude ir buscá-la no aeroporto, e só nos encontramos na praia. Nossa empatia foi superior em pessoa que pelo relacionamento anterior, já tão próximo. Em momentos sentíamos uma intimidade maior que a que seria esperada após muitos anos de convivência. Foram necessários apenas uns instantes para que nossos olhos se mirassem profundamente, e se buscassem, se perdendo um no outro, até que eu achasse sua boca carnuda e vermelha se entreabrindo. Beijei Maria Clara intensamente, alucinadamente, me perdendo de mim mesmo para despertar sobre ela.

Atordoante a sensação do primeiro beijo na praia em tão tamanha intimidade, estando ambos quase nus, corpo grudado em corpo, pele sentindo pele, acariciando. A ânsia e o ímpeto me enlouqueceriam, me dominariam ali mesmo na praia, não tivéssemos logo ido até minha casa. Fomos flutuando pela areia apesar da ânsia, apesar de querer contemplar todo o seu corpo simultaneamente, e acariciá-la por completo ao mesmo tempo, sendo eu inteiro mão e inteiro olhos, abraçando, sentindo, envolvendo Maria Clara totalmente.

Imerso em romantismo e paixão, carreguei-a no colo até o quarto e a despi, sorvendo cada detalhe do que via, do que apalpava, e a tocava profusamente querendo senti-la inteira. Tirei minha roupa. Entre beijos, sentia seu corpo com minhas mãos e quando a direita subiu por dentro de sua coxa tocando de leve uns pelinhos úmidos, Maria Clara se retorceu, segurou e empurrou minha mão bruscamente enquanto pronunciava um não solene e discrepante, imediatamente antes de me morder o ombro.

Estranha ruptura aquela, rasgando brutalmente o clima romântico para em seguida desferir sem piedade uma dolorosa mordida em meu ombro. Minha surpresa nem teve tempo de se manifestar, a menina agora se mostrava ameaçadora, e, como se transformada em felina selvagem, lançou novo bote sobre meu pescoço, me forçando a afastá-la com vigor, o que pareceu enfurecê-la ainda mais, pulando sobre meu pescoço com a boca aberta e rosnando, golpe que, atônito, repeli com minha própria boca, confrontando dente com dente em embate tão selvagem quanto desconcertante.

Em momentos decisivos, as distorções do tempo se fazem especialmente agudas, e mesmo que minha indecisão tenha sido breve, e fruto da estupefação com a repentina mudança de humor da doce Maria Clara, frações de segundos podem se alongar enormemente. Durante os longos instantes em que titubeei sobressaltado, e em que estive quase estático devido ao espanto, mirei com atenção cada movimento da menina peladinha e petulante que se apossava de meu corpo daquele modo ameaçador.

Minha boca aparou outra tentativa de mordida, sem que o som do choque dos dentes encobrisse o que se assemelhava a um rosnado, mas ao mesmo tempo segurei seus ombros e a joguei sobre a cama mantendo minhas pernas entre as dela, imobilizando assim a parte de baixo de seu corpo, enquanto sua boca ainda me buscava selvagemente. Tive que segurar seus braços para impedir que me arranhasse, mas ela ainda contorcia a cabeça loucamente como um animal selvagem.

Em um único golpe rápido, tirei meu corpo de sobre o dela e a virei de costas, deitando sobre ela, imobilizando-a com mais sucesso e menos esforço, mesmo assim ela ainda me buscava com a boca como se tencionasse me devorar literalmente. Segurei-lhe então os cabelos, puxei, e prendi sua cabeça virada para cima e voltada para um lado. Mantinha meu corpo sobre o dela, que petulantemente ainda me ameaçava.

— Me solta, vai se arrepender disso, solta!

Qualquer tentativa de afrouxar a menina era seguida por contorções violentas que me obrigavam a segurá-la. Minha incompreensão era extrema: minha doce Maria Clara... e nos átimos que se seguiram lembrei de nossa correspondência, das mensagens, das conversas na praia, dos instantes românticos, e até do blog da dulcíssima criatura: bata antes de entrar, a exigência tão civilizada, tão cândida... era a chave de tudo: tasquei-lhe uma mordida no ombro!

— Ah, vai me morder agora é? Morde para você ver!

Acatei a ordem, dei-lhe outra mordida, percorrendo ainda os dentes pela nuca enquanto ela alvoroçada e ainda selvagem me tentava morder. Enfurecida tentou contorcer o corpo preso sobre o meu, sentia sua bundinha subindo e descendo, tentando se livrar de meu corpo que permanecia coladinho a ela.

A mordida seguinte foi na nuca, não muito forte, outra no pescoço, mais outra. Ela então fez grande esforço para libertar o rabinho, que eu permiti que ela levantasse, embora me mantivesse bem colado a ele pressionando-o com meu corpo.

Com as mãos enlaçadas fortemente nos cabelos da menina selvagem, mantive o seu rosto de encontro ao colchão, e levantei meu corpo livrando suas costas, pude contemplar então sua bundinha arrebitada sob o meu corpo, e voltei a notar o quanto ela era bela. Enquanto eu contemplava sua cintura afilada, a selvagem ainda tentou uma nova contorção, me obrigando a pressionar sua bunda ao colchão com meu corpo mais uma vez. Prendi todo o seu corpo com o meu e mesmo em meio àquela tensão eu a beijei. Beijei intensamente seu rosto, seu pescoço, ombro, o que a enfureceu levando-a a enorme esforço para libertar seu corpo pressionando novamente a bunda para o alto, arrebitando-a.

No mesmo instante mordi seu pescoço com mais intensidade imobilizando-a junto ao colchão, liberando minhas mãos para segurar suas nádegas, dando espaço para me enfiar dentro delas. A menina permanecia arrebitando a bundinha enquanto eu me enfiava, e seus rosnados deram lugar a gemidos e a súplicas para que eu metesse devagar. Tinha soltado o seu ombro e agora me mantinha ereto, ajoelhado sobre o lindo rabinho arrebitado, enfiando o pau e arrancando uns gemidos de dor intercalados por súplicas para que parasse e incentivos para que continuasse, para que enfiasse mais.

Enfiei tudo na gostosa, enfiei com força, quase com raiva! Mas também fiz muito carinho na menina. Beijei sua boca longamente em meio a uma estocada profunda, beijei seu rosto incontáveis vezes e acariciei seu corpo ora sôfrega, ora carinhosamente, até que em certo momento ela me disse:

— Vai agora, vai! Vai mais! Vai! Vai!

Suas ordens eram imperativas, e minha ânsia e meu desejo eram também os dela, devo ter dado um urro quando ela executou uma última explosão de força em que nos pressionamos avidamente até nos deixar cair completamente relaxados. Colei o rosto no de minha doce Maria Clara, e ali ficamos a acariciar e sentir os corpos um do outro.


 

Minha psicanalista

 

Eu sabia que estava surtado, invadido, tomado pela tensão extrema que me impedia pensar; os mesmos estranhos pensamentos retornando, retornando, incontroláveis e intensos. A confusão me invadia, a razão ia me abandonando e eu me fixava em uma única certeza para me agarrar ao mundo: minha psicanalista.

Tinha passado a tarde inquieto, aguardando a hora marcada com ela, a tensão constante me torturando, os minutos arrastados, imensos, que nunca passavam. Mas eu estava atrasado. Como poderia estar atrasado? Tinha passado toda a longa tarde torturante esperando a hora de sair.

Corri para o carro; liguei a ignição e saí apressado. O trânsito estava bom, e eu autorizado a usar minhas habilidades mágicas para contornar eventuais percalços. Conferi o relógio pela trigésima vez: atrasado. A estranha contração do tempo me intrigava, procurava uma explicação.

Cheguei rapidamente à grande reta que me levava à casa da psicanalista, acelerei de verdade, quase 200 na pista vazia.

Estacionei e bati a porta do carro com mais força que o necessário. Entrei pela porta secundária que dava para o consultório, colado na casa da psicanalista. 13 minutos de atraso, dentro da tolerância de 15, após os quais eu perderia a consulta. Cruzei a sala de espera, bati à porta e entrei simultaneamente no consultório, para minha surpresa, vazio. Ela deveria estar ali me esperando.

A tensão tornou a me inundar; qual o significado daquela ausência? Por que ela não estava me aguardando no consultório? Impedido de sentar, pela tensão, percorria o vasto consultório, indo e voltando como animal enjaulado. Consultei o relógio uma vez mais, a tolerância de 15 minutos estava prestes a se esgotar; a tensão atingiu extremos; coloquei a mão na maçaneta da porta que dava para o interior da casa e testei: estava aberta.

 

Nunca havia entrado lá, era a casa da psicanalista. A sala estava vazia. Chameia pelo nome, timidamente, e entrei. Dei mais uns passos até a sala seguinte, chamando-a uma vez mais com a voz insegura. Adentrei a sala, encontrando-a deitada no sofá, com uma das pernas repousando acima do encosto; os olhos fechados. Caminhei até ela sem saber o que fazer, ela dormia.

Sentei ao seu lado, com os olhos grudados no peitão insolente apenas meio coberto pela blusa decotada. Analisei a coxa desnuda subindo pelo encosto do sofá. O que tudo aquilo significava?

Com a mão na cintura da mulher, sacudi seu corpo levemente, e a chamei pelo nome. A ação gerou uma movimentação preguiçosa na mulher; pressionando a perna sobre o encosto, ajeitou seu corpo, mergulhando ainda mais profundamente no sono. A ação teve um efeito duplo: acentuou o amplo decote, fazendo emergir a protuberância do seio anteriormente oculto, expondo o outro, deixando entrever sua auréola. O movimento também fez a saia descer um pouco mais, revelando uma calcinha muito branca, radiante.

Toda aquela cena tinha um efeito profundamente transformador em mim. A tensão avassaladora que me invadia momentos antes, agora se transmutava inteiramente em outro tipo de sentimento, igualmente intenso.

Segurei a cintura da mulher, e a sacudi novamente, deixando o punho encostar no seio farto e cada vez mais exposto, gerando na mulher um gesto análogo ao anterior, ao ajeitar o corpo, se desnudando cada vez mais. A saia deslizante expôs gritantemente a calcinha radiante e luminosa; o relevo da boceta realçado pela brancura da calcinha, reluzindo magicamente a meus olhos.

Enquanto eu mirava extasiado a cena encantadora, um novo movimento da mulher ergueu a boceta radiante, como em uma oferta. Ao mesmo tempo o peitão transbordou inteiro da roupa. Agarrei o peitão e o chupei voluptuosamente. Segurei o outro seio farto e o apertei; seios gostosos, carnudos.

Acariciei a coxa saliente, percorrendo minha mão pela frente e por trás. Retirei a calcinha da gostosa,expus todo o seu corpo e me enfiei dentro dela ansiosa e voluptuosamente, me agitando freneticamente em um único vai-e-vem intenso, contínuo, desesperado, até uma nova onda luminosa me inundar avassaladora, carregando com ela toda a tensão.

Deixei a gostosa deitada no sofá e retornei ao consultório, onde permaneci até o final do horário da consulta, usufruindo uma sensação de domínio de mim mesmo. Restaurado, eu realinhava minha mente, meus projetos. De volta a mim mesmo, liberto da tensão, desbaratado o surto, eu reavaliava a minha interpretação de todas as coisas, enquanto reestruturava meus planos para a salvação do mundo. Silenciosamente, eu congratulava minha psicanalista por sua admirável capacidade de me trazer de volta à realidade.


 

Daniela e Bia

 

Daniela era morena, alta e magra a ponto de reclamar do próprio peso, dada a mania que as mulheres têm de se manter sempre insatisfeitas com o corpo.

Como usual nos encontros pela rede, desde a primeira conversa já tratávamos de assuntos extremamente íntimos que em outras condições só seriam revelados para os amigos mais próximos. Era excitante ouvir os relatos da moça me contando sua iniciação sexual, seus desejos, suas melhores lembranças; eu também lhe contava as minhas.

Desde a primeira visão de seu corpo, um antigo desejo me voltou à mente. Essa ingênua tara tinha origem em um passado antigo; remetia à minha adolescência, quando eu chegava muito cedo ao clube, com minha família; éramos quase invariavelmente os primeiros a chegar, e muito assíduos. Depois de nós, a primeira a chegar era uma moça linda, sensualíssima. Despia-se e deitava de biquíni, muito perto de nós. Lembro que ela me enlouquecia por usar o biquíni bem baixo, com a alça da calcinha estendida entre os ossos do quadril, deixando uma brecha entre o tecido da roupinha e o corpo magro e sensual.

Aquela pequena fresta me enlouquecia; embora eu pudesse ver quase todo o corpo da linda moça deitada ali tão perto, era o minúsculo pedacinho coberto que me atraía. Ambos nos postávamos de maneira a permitir a entrevisão por dentro da brecha; ela me ajudava na tentativa de vislumbrar as maravilhas sob o biquíni encolhendo ainda mais a barriguinha magra, expandindo ao máximo a pequenina fresta.

A moça costumava usar óculos escuros, e fingir dormir. Eu enlouquecia tentando descortinar o interior doce e tenuemente coberto, ao centro de curvas que me guiavam sempre ao mesmo ponto, especialmente quando a bela se espreguiçava, ameaçando revelar detalhe adicional da maravilha oculta.

Muitos anos depois, a antiga lembrança retornava intensa, talvez pudesse ser, de algum modo revivida. Contei minha singela tara a Daniela e pedi que ela me fizesse reviver tão doces recordações.

Com o auxílio da câmera pude ver o seu corpo sensual se desvelando para mim, mansamente, até a exposição da minúscula calcinha estirada entre os ossinhos do ilíaco. A mobilidade da câmera permitia visões variadas do quadro delicioso a se descortinar para o meu delírio. As aproximações da imagem, os múltiplos ângulos., revelavam visões deliciosas que eu sorvia com avidez, sofregamente.

Revelando aos poucos o cenário erótico, tema central da trama, Daniela me enredava por uma atmosfera mágica, até expor por breves instantes, depois de muitas indas e vindas, sinuosamente, uma boceta raspada, deliciosa. Antes de saciada a minha gula, a moça cobria, pudicamente, o alvo embriagante de meu delírio, me trazendo de volta ao mundo, ainda sob o efeito hipnótico da visão enebriante.

 

Dessa maneira, Daniela me guiava por viagens alucinantes; encantado, eu me deixava levar pelas visões, pelos delírios sensuais que a moça me impunha, loucura mais doce imaginável.

Entre uma e outra visão alucinante, conversávamos basicamente sobre os mesmos assuntos; quase sempre variações sobre o mesmo tema. As histórias que contava me excitavam; um de seus relatos aguçou meus desejos ao máximo: a moça me contou sobre um casal que ela havia conhecido na rede, à procura de uma parceira adicional para a formação de um trio.

O entusiasmo da menina ao tratar do assunto era evidente, contagioso; descrevia as chupações recíprocas, os agarramentos com a outra moça, a participação determinante do cara enfiando aqui e ali, seguidamente. Os relatos da trepada tríplice atiçavam meus desejos até o limite. Contagiado pela empolgação da moça que atiçava minha imaginação a extremos, eu me deixava embalar pelo relato delicioso, vivenciando mentalmente cada detalhe do enredo.

Percebi o somatório das sensações em jogo, no caso. Realimentávamos o erotismo da história enquanto Daniela me contava sua vivência, e eu demonstrava minha volúpia através de comentários, aguçando-a cada vez mais, para que ela também me atiçasse até os limites. Simultaneamente eu percebia o mesmo jogo, ainda mais intenso, transcorrendo na trama que ela enredava.

Um casal cria esse tipo de energia que realimenta um e outro até o extremo delirante do orgasmo, quando tudo retorna a uma placidez ainda mais suave que a inicial. No caso de um trio, no entanto, a suavidade da pausa esperada pode ser atropelada, sobreposta, por nova onda erótica emanada pela continuidade do ato pelos dois protagonistas restantes, recarregando de imediato as energias para o prosseguimento do embate. A possibilidade explícita de troca da parceira direta, da boceta alvo das estocadas derradeiras, também aviva e apressa a necessidade premente de se reerguer, de se colocar em posição de sentido. Assim, uma pausa brevíssima tende a ser interrompida e superada por nova ação, ainda mais determinada que a anterior.

Uma peculiaridade masculina torna o evento ainda mais impressionante. A ação consecutiva, as trepadas sucessivas, prolongam-se cada vez mais, como se o homem adquirisse uma condição que poderia ser descrita como uma espécie de atletismo sexual. A exemplo dos atletas, que melhoram seu condicionamento físico com o treinamento contínuo, o exercício sexual prolongado fortalece a musculatura erótica, assim como o restante do aparato físico necessário ao ato. O resultado é o prolongamento quase indefinido da ação, resultando em finais grandiloquentes, apoteóticos. A realimentação ternária dos prazeres e emoções conduz o trio a intensidades delirantes.

 

Já éramos, assim, muito íntimos quando, poucos meses depois, fomos nos conhecer realmente. Daniela viria de férias ao Rio com seus pais. Combinamos um encontro na praia, apesar de certas restrições que ela sempre fazia a esse local.

Como nos conhecíamos por imagens, não seria difícil nos encontrar na areia. Marcamos no cantinho do Leme, onde costumo ficar e pegar umas ondas.

Era uma manhã muito nublada, com o céu carregado de nuvens pesadas; mesmo assim cheguei cedo à praia, dei minha corrida diária, ainda bem antes da hora marcada e só então retornei ao Leme, onde permaneci esperando a chegada de Daniela. A possibilidade de chuva trazia certa dúvida, ligeira angústia, amenizada pela tranquilidade da praia deserta.

Permaneci contemplando o mar, deixando a mente vagar embalada pelas ondas; costumo me deixar levar por devaneios, perdendo a noção do tempo, em momentos assim. Em certo instante, no entanto, minha mente retornou à praia, e quando voltei a cabeça para os lados, percebi com surpresa, uma morena deitada às minhas costas, bem perto de mim.

Minha primeira sensação foi de espanto; como aquela moça teria surgido ali sem que eu tivesse notado? A estupefação momentânea foi imediatamente substituída pela contemplação da moça, morena, magra, bela. Ostentando enormes óculos escuros, sua cabeça se situava próxima a mim, enquanto seu corpo se estendia na direção oposta.

Ao observar a moça, meu olhar foi imediatamente capturado pela fresta entre o biquíni e e seu corpo. Colocado bem baixinho, e sustentado por estreitas alcinhas escoradas nos ossos dos quadris, a roupinha permitia entrever algo abaixo de si, como um estreito decote. Meu olhar, imediatamente, imiscuiu-se na pequena brecha tentando perscrutar seu interior. Viam-se ligeiras depressões laterais separadas por um montículo leve e sensual. O sombreado sob a calcinha dificultava o aprofundamento da visão, em que uns cabelinhos muito curtos se insinuavam desde a linha ainda clara, iluminada pelo céu, até o interior da grutinha obscuramente entreaberta.

Enquanto eu perscrutava atentamente a reentrância, a jovem se espreguiçou demoradamente, retesando o corpo inteiro, chegando a erguer os quadris bem altos, antes de virá-los lateralmente para um e outro lados, ressaltando o ventre, expondo-o; oferecendo-o!

O primeiro movimento de extensão do corpo tinha sido suficiente para repuxar o biquíni a ponto de revelar o início do corte da xana; os sucessivos movimentos laterais causaram descida ainda mais acentuada da roupinha, expondo ainda mais nitidamente a boceta deliciosa, insubordinada, que se rebelava ante a tirania da calcinha minúscula.

Hipnotizado pela boceta, não teria conseguido me desvencilhar do encantamento, não fosse o gesto sensual da moça recobrindo seu corpo lentamente, tendo tido antes o cuidado de distanciar do corpo o elástico da calcinha, expondo nitidamente, por sublimes momentos guardados eternamente na memória, a deliciosa boceta suculenta.

Quando voltei a mim do fortíssimo encantamento gerado pela magia irresistível da boceta, a bela jovem já havia retirado seus óculos escuros, e me cumprimentava com um sorriso, como se estivesse acordando. Só então a embriaguez resultante da visão se desvaneceu, permitindo-me retornar ao mundo, para perceber que se tratava de Daniela. Então nos levantamos, nos cumprimentamos, e nos agarramos vorazmente.

Tendo beijado e acariciado a bela moça, eu a convidei para minha casa, bem perto dali. Daniela me informou, então, ter chamado uma amiga para o encontro; poderíamos ir assim que ela chegasse. Permanecemos deitados, abraçados a distância suficiente para evitar desejos irrefreáveis, permitindo apenas que nossas mãos tocassem os corpos, e apenas em alvos secundários. Eu acariciava a cintura ondulada da moça quando o telefone tocou e ela acenou efusivamente para a amiga que se aproximava.

 

Apresentamo-nos. As duas também ainda não haviam se encontrado pessoalmente. Eu havia conhecido Bia por motivos surpreendentes.

Sou dado a certas paranoias, ou elucubrações mentais fantasiosas, especialmente se alimentadas por fatos reais. Vinha teorizando e escrevendo sobre o surgimento de novas inteligências, completamente diferentes da nossa, quando duas “coincidências” me chamaram a atenção. A primeira, uma suspeita logo confirmada, consistiu na sugestão de amizade, por parte de um site de relacionamento profissional, de uma pessoa identificada apenas pelo primeiro Bia e ofício: Estela, tradutora, numa tentativa óbvia de guardar sigilo. Tendo identificado a pessoa, o site inteligente sugeriu nosso contato, quebrando a tentativa de sigilo da pessoa.

Poucos dias depois, seguindo sugestão de Daniela, entrei em uma sala de batepapo, onde um avatar feminino na forma de um desenho de estilo japonês me chamou a atenção, e me compeliu a uma tentativa de paquera, bastante canhestra, confesso, consistindo mais em uma chateação que em flerte. O acontecimento teria sido esquecido, não fosse o fato de o mesmo avatar retornar à minha tela, dessa vez sob a sugestão de amizade por parte de um outro site de relacionamento. Tendo estado a teorizar sobre eventos desse tipo, não pude deixar de dar enorme atenção ao fato. Evidentemente, o site “sabia” que eu havia demonstrado interesse pela dona do avatar.

A “coincidência” constituída pela sugestão de amizade, evidenciando uma sapiência na identificação de padrões de relacionamento e, ao mesmo tempo, uma intromissão incisiva em minha vida, impediam que eu deixasse de pensar no caso, salientando constantemente, para mim, a existência da moça.

Esse acontecimento fixou em minha mente o avatar de Bia, aguçando minha curiosidade sobre ela, e tornando natural e propício o nosso encontro futuro, que não tardou a ocorrer.

Frequentando a mesma sala de bate-papo na rede, as duas estavam em contato também pelo site de relacionamento. A coincidência, portanto, de nosso encontro posterior, já não foi surpreendente.

 

Bia era loura, peitudinha; tipo gostosa, carnudinha; dava vontade de apertar, de ficar pegando. O contraste físico entre ela e Daniela era bem evidente trazendo um confortabilíssimo equilíbrio a nossa relação: inútil tentar descobrir qual a mais bela, se a loura ou a morena; impossível decidir qual a mais sensual, se a moça esguia e flexível, ou se a gostosinha carnuda. A impossibilidade de decisão colocava as duas no mesmo plano, evitando o eclipse de uma delas, e o azedume de alguma possível competição. Impossibilitado de distinguir a mais atraente, mantinha uma atenção radiante sobre ambas.

Antes mesmo que ela se despisse, convidei-as para minha casa; em poucos minutos de caminhada entrávamos no prédio. Quando a porta do elevador se fechou agarramo-nos, os três, em um abraço imediatamente sôfrego e cheiíssimo de mãos.

Beijamo-nos, os três, sentimos o contato de nossos corpos. Quando o elevador se abriu, seguimos ávidamente para a cama após breves olhares, apressados e curiosos, de inspeção pela sala.

Apenas os biquínis ainda permaneciam no corpo quando chegamos na cama, e já deixando escapar peitinhos e bundinhas. Mergulhei gulosamente e de imediato no peito rosado e exuberante da lourinha, as mãos passeando pelos dois corpos. Logo busquei o peitinho da morena e o suguei com avidez.

Após ligeiros ataques aos corpos das gostosas me coloquei em segundo plano, conduzindo-as uma para a outra. Contemplava os beijos, os agarramentos voluptuosos, os corpos se esfregando enquanto as acariciava e chupava.

As duas se pegavam com avidez, quando a lourinha se posicionou sobre a morena, mais alta, as bocetas ávidas se esfregando uma na outra, ao mesmo tempo suculentas e sedentas. Eu acariciava ambos os corpos, beijava, sentia com minhas mãos a voracidade das bocetas se buscando.

O som ruidoso das respirações descompassadas me conduziu para cima das duas, para as costas da loura enquanto as bocetas se esfregavam voluptuosamente querendo engolir uma a outra. Embalado pela musicalidade harmônica dos gemidos femininos, enquanto acariciava avidamente ambos os corpos sob o meu, enfiei o caralho em uma das bocetas!

Momentaneamente, antegozei o sentimento de vitória advindo da penetração; tendo enterrado o pau numa gostosa, mordido o ombro da loura colada a meu peito, apertado os ombros da morena mais abaixo, enfiei o pau na gostosa, e vibrei profundamente satisfeito com a situação.

Imediatamente, os movimentos e gemidos das gostosas me chamaram à realidade deliciosa que eu estava vivendo. A sensação agradabilíssima da boceta a sugar meu pau me compelia a movimentos pélvicos quase espasmódicos, tesos. Colei o rosto na cabeça de uma gostosa, e, com os olhos fechados, mergulhei eu uma realidade táctil inebriante. Acariciava os corpos vorazmente, esfregava peitos, braços, mãos e coxas nas gostosas, e enfiava o pau compulsivamente, com tesão na boceta gostosa e igualmente ávida.

Por um instante tentei adivinhar, ou confirmar, a boceta em que eu me enfiava, tentando reger os gemidos da morena com as estocadas do pau, mas logo desisti do intento, buscando a diluição das individualidades, me empenhando no agarramento coletivo, na consecução de carinhos simultâneos e totalizantes. Agarrava e acariciava as duas como se fossem um único corpo no qual me enfiava alucinadamente, na ânsia de me fundir a elas, compondo um único ser ternário.

Quando o movimento das gostosas se intensificou, os músculos se tornaram mais tesos, e os gemidos mais intensos e profundos, abri os olhos, retornando de um sonho táctil delicioso, para acordar em meio ao mais radiantes espetáculo sensual. Ergui meu corpo anteriormente colado às gostosas e passei a enfiar o caralho com mais determinação. Acariciava as gostosas, mirava seus rostos contorcidos, seus corpos, e enfiava o pau ao ritmo das respirações e gemidos melódicos.

Quando o retesamento dos músculos das gostosas se intensificou ainda mais, enfiei meu pau mais fortemente, movimentando-o de um lado para o outro, espasmodicamente, até esporrar vitoriosamente nas gostosas delirantes em meus braços.

Esporrei, gozei, e fruí o momento com extrema alegria, com profunda satisfação. Só quando retirava o pau de dentro da boceta observei em qual ele estava, confirmando ter enfiado na gostosa da morena, Daniela.

Permaneci apoiado sobre joelhos e braços evitando o excesso de peso sobre as gostosas e as acariciei mais ternamente até que o bolo se desfez, e uma gostosinha saiu de cima da outra. Coloquei-me então no meio das duas, puxando-as, ambas, para cima de mim, mantendo-as uma de cada lado, e ainda assim em contato.

 

Embora as duas tenham jurado que fui eu quem recomeçou tudo, logo em seguida, uma delas pegou meu pau de uma maneira deliciosa, acordando o bicho, e me compelindo a puxar e apertar as duas com nova gula. Eu me deliciava em sentir os peitinhos esparramados sobre o meu peito, derramando-se de ambos os lados; as bocetas enganchadas em meus quadris, em ver as bocas risonhas. Apertava as bundas, acariciava corpos, costas, sentindo a fricção das gostosinhas sobre o meu corpo.

Enquanto eu sugava Bia, Daniela, a morena, mergulhou com a boca em meu pau. A sensação deliciosa e intensa me causou um forte movimento de corpo, chacoalhando toda a cama, e deslocando a loura gostosa de cima de meu corpo. Aproveitei a relativa liberdade de movimento para puxar a gostosa e meter-lhe minha boca na boceta, fazendo-a contorcer e gemer deliciosamente.

As sensações tácteis e visuais competiam pela primazia de minha atenção; eu enfocava cada detalhe visual dos seios, das bocetas, das curvas sinuosas que se compunham a cada momento, ao mesmo tempo em que tentava sorver, fixar no tempo e na memória, as delícias tácteis fruídas pelas mãos, pelo corpo, pela face e sobretudo pelo pau. Esse alvoroço de sensações caleidoscópicas era acompanhado por uma trilha sonora deliciosa composta por dulcíssimos gemidos femininos, dando coesão àquela totalidade deliciosa.

Sensações intensas se sucediam sobre o pau, sem que eu identificasse exatamente a origem, sem saber ao certo quando era mão, boca, face, pescoço ou o que fosse, a causa do sobressalto delicioso partindo da trolha e percorrendo todo o meu corpo. Ao mesmo tempo, minha língua se imiscuía na boceta azedinha, lambendo-a avidamente, sugando-a intensamente. Mãos, dedos, faces, cabeça, todo o corpo se mobilizava concentrado na boceta suculenta à minha boca.

Posicionamo-nos em um triângulo, permitindo que a loura cuja boceta eu chupava com avidez, chupasse a xana de Daniela, que, por sua vez, chupava meu pau. Intensas ondas de contrações percorriam eventualmente o trio, quando um estímulo mais concentrado explodia em algum dos corpos, retesando-o mais fortemente contagiando assim os outros dois, intimamente conectados a ele.

Quando a morena deu uma ligeira trégua no embate guloso com meu pau duro, e em estado latejante de quase dormência, fui obrigado a responder à súplica muda e plangente da boceta arreganhada no meu rosto, que parecia gritar por uma trolha que a completasse. Apoiei, então, minhas mãos no colchão, ergui o meu corpo, e enfiei o caralho na boceta encharcada, trazendo em seguida o corpo da moreninha para o alcance de minhas mãos e boca.

Eu enfiava o caralho na lourinha, metia-lhe o cacete, e agarrava a outra gostosa deitada em sentido contrário. Chupava a boceta da morena, mordia-lhe a bunda, apertava-lhe o corpo, enquanto enfiava o ferro na loura.

Há certos limiares de excitação que, em vez de apressar o final dos prazeres, permitem estendê-los por um longo tempo. Enquanto eu me enfiava decididamente na loura gostosa, ambos nos alternávamos na boceta da morena, e nossas mãos e braços se confundiam como as de uma quimera. Movíamo-nos como um imenso polvo cheio de pernas e braços no instante em que meu corpo se ergueu para socar mais energicamente a boceta suplicante. Comprimindo todo o corpo em lascívia desenfreada, permaneci macetando a boceta compulsivamente, sob o ritmo de uma respiração intensa e descompassada.

Num instante de loucura apertei meu ventre forte, loucamente, na tentativa vã de perpetuar o momento, de contemplar a totalidade da visão que antecede o paraíso, prendendo a respiração e contraindo o corpo absurdamente para explodir, em seguida, em um delírio emocional de intensos e variados matizes.

Ah, boceta gostosa!

Explodi dentro daquela boceta! Apertei as gostosas, urrei, enfiei o caralho ainda mais fortemente, mas depois aquietei.

 

Quando tirei o pau da boceta molhada, o bicho permanecia inchado. Não que estivesse duro, mas em um estado de semi-prontidão, meio dormente, mas orgulhoso.

Respirei intensamente sorvendo o ar com prazer, degustando o ar que respirava em meio àquelas gostosinhas. Beijei as duas carinhosamente; distribuí inúmeros beijinhos e beijões, alegremente, por todo o corpo de cada uma das gostosas ao meu lado, alternando carinhos e beijos entre ambas, até que o pau, orgulhosíssimo, demonstrou sua ânsia por se meter em novos embates.

Ao mirar a boceta raspada entreaberta entre as pernas da morena percebi que ela me chamava. Respondi imediatamente ao apelo da boceta metendo-lhe a boca. Em meio a contorções de prazer, a gostosa conseguiu alcançar a xana da loura, que, por sua vez, caiu de boca no meu pau, insuflando em mim uma volúpia ainda maior sobre a boceta gostosa em que eu me atirava de boca e alma.

As incríveis manipulações, chupadas e sabe-se lá que outras prestidigitações levadas a efeito pela gostosa sobre meu pau me conduziam a um prazer radiante, a uma energia contagiante que eu derramava com satisfação na boceta arreganhada à minha frente. A magia emanada pelo trio alterava as sensações e remodelava o tempo, tornando inútil qualquer tentativa de avaliação dos segundos, ou horas de duração dos sucessivos encantamentos que aquelas bocetas deliciosas me faziam viver.

Talvez tenha sido essa sensação hipnótica, a embriaguez causada pelo erotismo inebriante das bocetas, dos corpos embalados pelos gemidinhos sublimes, mas creio que meu próprio eu tenha sofrido alguma espécie de diluição, gerando em mim uma espécie de afastamento, deixando em meu lugar, reinante, onipresente e altivo, apenas o meu pau.

Por longos e deliciosos momentos, transformei-me em um pau duro, um caralho orgulhoso, confiante; eu era um pau enfiando-me intrépido, compulsivamente nas bocetas. Arrancava-lhes gemidos sucessivos, regava-as com porra torrencial jorrada sucessivamente em uma e outra boceta. Liberto de mim mesmo, fui por longos momentos a trolha penetrante, incansável, compulsiva.

 

Devo ter cochilado, após contínuas e incontáveis trepadas, pois em certo momento despertei eufórico ao perceber que acordava em um sonho ainda mais delicioso que aquele do qual escapava.

A visão das gostosas ao meu lado, a confirmação do delírio maravilhoso transformado em realidade, me insuflou de imediato uma sensação gloriosa, um ímpeto renovado. Embora com o pau latejando, percebi a conveniência de dar uma mijada, antecipando a possibilidade de ser obrigado a interromper uma enfiada deliciosa. Mordi a bunda da loura que atacava, com sua boceta insaciável, a xana não menos gulosa da morena, sob ela. As bocetas se empenhavam em uma luta selvagem na qual uma tentava engolir a outra com a mesma avidez, sem que qualquer das duas conseguisse seu intento. As bocetas se comprimiam, se forçava, empurravam-se uma à outra num embate sem vencedora.

 

Levantei para mijar, e, ao voltar para a cama, me deparei com uma cena espetacular que me obrigou a estacar ante a visão magnificente. Eclipsada, naquele instante, pela loura sobre ela, a morena, Daniela, jazia na cama relaxadamente. Em cima dela, o rabo da loura erguia-se gloriosamente arrebitado para a porta. Era como se aquela bunda gritasse, me chamando para ela. Foi meu pau latejante que me conduziu, em êxtase, diretamente para a gostosa. Aquele rabão suspenso arreganhado para mim não poderia significar outra coisa que um brado implorando por uma enfiada profunda.

Posicionei-me atrás da gostosa saboreando cada ângulo da visão magnífica que a gostosa tratou de ressaltar empinando ainda mais a bunda gostosa ao me perceber a postos para meter-lhe o pau, piscando ainda o cu redondo, convidando a uma enfiada imediata.

As trepadas vinham se sucedendo surrealisticamente, transformando bocetas, bundas, peitos e rostos em mosaicos eróticos alternados e intensos. Maravilhas eróticas visuais momentâneas acompanhavam delícias tácteis extremas. Uma boceta arreganhada na boca, representava e complementava outra, enfiada no pau. Pernas e peitos se deslocavam pelo corpo, recompondo-se em qualquer parte da quimera sensual. Creio que esses longos momentos, dilatados tanto quanto a volúpia do trio, nunca tiveram um fim, e se estendem paralelamente em algum tempo surreal por uma eternidade paradisíaca. Como, no entanto, não consigo dar ao relato o mesmo formato não-linear dos eventos, finalizo a história com apenas um dos inúmeros instantes de glória que compusemos a três.

Segurei a gostosa pelos quadris e, de joelhos e com o corpo ereto, enfiei-lhe o caralho! Botei-lhe na bunda. A gostosa gemeu mais fortemente quando a cabeça do bicho começou a entrar intrepidamente. A trolha se enfiou no rabo da gostosa, roubando gemidos, regendo uma sonoridade enfática ao mesmo tempo trágica e deliciosa. Enfiei-lhe o caralho sem dó, até o talo! Os gemidos paradoxais de dor e prazer me incitavam a aumentar a intensidade das estocadas, ou refreá-las, conforme os sentimentos que a musicalidade do som me infligia.

A refrega permanecia empatada com a bunda engolindo o pau duro ávida e seguidamente, e o pau, gloriosamente, perfurando o rabo suculento, a bunda tenra e carnuda a exigir uma penetração fervorosa, uma enfiada enfática. Em dado momento, porém, o rabo acabou esmorecendo ante as estocadas profundas do caralho duro, desabando, vencido, sobre a gostosinha logo abaixo.

Com um sentimento glorioso de vitória ainda estoquei com o pau duro a bunda já entregue, enfiando também os dedos na boceta da outra gostosa, atiçando-a para a continuação do embate, sublinhando as enfiadas de dedos com a avidez das chupadas na boca e rosto da gostosa, manifestando voluptuosamente o desejo e a voracidade do pau ainda engastado na bunda da outra gostosa.

Reinem, gostosas, em minhas lembranças. Eternizem constantemente a fruição antecipada do paraíso. Permaneçam sempre nas recordações como um monumento à glória.

Gostosas!


 

Na praia

 

Ia caminhando pela beira d’água, quando a moça muito nova me interpelou:

— Tio, me ajuda?

E falou qualquer coisa mais, que não entendi, mas mostrou-me o braço enfaixado e a calça jeans na outra mão, sinalizando que não conseguia se vestir sozinha nas circunstâncias. Situações inusitadas assim tendem a gerar certo embaraço, e momentaneamente eu fiquei sem ação, mas um novo pedido, mais insinuante, me compeliu a ajudar a moça, acompanhada de um menino bem mais novinho.

Houve certa atrapalhação quando tentei ajudá-la a vestir a calça, não conseguia entender o que ela queria, mas acabei agindo como faria com uma criança, segurando a calça para que ela vestisse, e assim ela o fez, enfiando o pé em uma das pernas da vestimenta, enquanto saltitava como um saci ao tentar manter o equilíbrio. Permanecemos por longos segundos naquela dança absurda em que eu segurava a calça da mocinha, a tentar se enfiar na roupa, mantendo o equilíbrio com a perna oposta, tudo sob o olhar vigilante do menino.

Sugeri que ela segurasse minha cabeça e apoiasse nela o corpo, de modo a manter o equilíbrio, coisa a que ela resistiu, continuando a saltitar com um pé na areia, e o outro enfiado até metade da perna da calça. Insisti para que ela se apoiasse em mim, de modo a manter o equilíbrio, e após nova recusa, o menino interveio, aconselhando-a a se apoiar em mim, ao que ela acabou aquiescendo.

Quando ela segurou minha cabeça, ainda saltitando em uma perna, aproximeime de seu corpo para lhe garantir equilíbrio, mas o efeito dessa ação me foi surpreendente. Tendo encostado seu corpo em minha face, a mocinha passou a se comprimir em mim com uma força inesperada, apertando o biquinho perfurante de seu seio em minha bochecha com tamanha avidez, que me machucava. Movi minha cabeça tentando me libertar daquela investida, mas meus movimentos causavam apenas o aumento da força com que a moça comprimia seu peitinho pontiagudo em minha face. Com certo esforço, mexi minha cabeça em um movimento rotatório até conseguir acoplar minha boca ao biquinho perfurante, apertando-o com os lábios, mordiscando-o intensamente até fazê-la reduzir a pressão com que me comprimia. Quando isso aconteceu, arrastei minha face por seu corpo até minha boca, guiada por suas mãos, encontrar o outro peitinho, igualmente petrificado e ávido. Mordisquei-o também, até que a moça tranquilizou, parando de me comprimir avidamente, mas cessando também a tentativa de se vestir. Soltei seu peitinho e retirei a calça que estagnara na altura de seu joelho.

Aquilo tinha me perturbado, me levando à beira do desvario. Tinha sido abordado por uma moça muito novinha, quase uma menina, mas seus movimentos estabanados expunham uma bocetinha coberta apenas por uma tênue calcinha, e isso bem ao alcance de minhas mãos. Revelavam também as coxas bem torneadas e apetitosas de uma mocinha, não os espetos que uma criança teria. Não sei especificar o momento exato em que a transformação aconteceu, mas logo me vi encantado pela boceta a dominar toda a situação. Também não sei dizer ao certo como me comporto em tais momentos, mas acredito que minha respiração se descompassa, minha voz se altera, e meus olhos grudam hipnotizados em seu alvo. Nesses instantes já não sou mais eu, mas um zumbi à mercê da boceta despótica.

Enquanto tentava me concentrar na calça, a moça se recompunha. Tendo se apresentado primeiramente a mim com a blusa bem abaixada, cobrindo a calcinha, agora erguia a roupa com movimentos graciosos até em cima do umbigo, para admirar seu próprio corpo, mostrando um perfil e outro da silhueta encantadora, elevando alternadamente as coxas, ou expondo a bocetinha enlouquecedora que me conturbava tremendamente.

Talvez tenha sido a primeira vez que a moça percebeu a magia que emanava de sua boceta, com a qual me dominava tão facilmente, me conduzia, me encantava. Mas eu lutava contra aquele encanto, e tentava me concentrar na calça em minhas mãos. Em um momento de lucidez analisei a roupa, e percebi que a perna estava como que “entupida”, não se alongando por toda a sua extensão, mas penetrando dentro de si mesma, ali pela altura do joelho. Notei que era aquele o problema, e retirei a ponta da perna da calça de dentro dela mesma, esticando-a.

Quando novamente lhe apresentei a roupa para vestir, reparei que o menino havia se deslocado vários metros, como se montasse guarda para nós, permanecendo voltado de costas, à distância. Sem o acanhamento da tentativa anterior, a moça se apoiou em meu ombro, limpou a areia do pé, e o enfiou com facilidade pela perna da calça. Ao tentar vestir a outra perna, a ação emperrou novamente. Embora a solução pudesse parecer óbvia, ambos nos deleitávamos com o impasse gerado.

Pela face interna de sua perna escorria um longo fio d’água, enquanto nos empenhávamos em vestir a outra. Repetimos os mesmos movimentos diversas vezes, apoiada em mim ou não, e depois de algum tempo seu pé acabou por despontar na extremidade da calça. Contemplei-a por um último momento, com as calças ainda pelos joelhos, mas em seguida ergui a roupa com sua ajuda e sem nenhuma pressa. Com as calças já no lugar, me ofereci para fechar o zíper. Recusou a oferta enrubescida, e depois de um breve sobressalto, ergueu a blusa marcando bem a cintura para liberar espaço para fechar a roupa.

Com a mão livre ajudada pela outra, fechou o zíper e abotoou a cintura sem dificuldade, enquanto eu observava seus movimentos graciosos. Tendo se vestido, ainda nos olhamos por um desses momentos que, embora breves, são esticados, espremidos, alongados por um tempo mágico e só nosso, por um tempo encantado, até que ela se dirigiu a mim, puxou o meu corpo e me deu um longo e delicioso beijo na face antes de ir embora.


 

Delírio na academia de ginástica

 

A impressão de deslumbramento me acometeu desde a primeira vez que entrei na academia. Ainda lembro a sensação de irrealidade em que mergulhei após terem me mostrado as dependências do local, a atmosfera fantasiosa em que me vi imerso durante a breve ronda a que me conduziram, ao esboçar o desejo de ingressar na casa. Desta visita, lembro apenas da consulta que fiz na recepção, de cumprimentar, em seguida, o instrutor que guiaria, e de acompanhar com os olhos uma loura magnífica caminhando elegantemente, até cruzar com uma morena estonteante. Creio que, a partir desse momento, perdi momentaneamente as posses de minhas faculdades mentais, embora acredite ter percorrido toda a academia ao lado de meu guia. Espero não ter babado.

Apesar desse delírio inicial, ou talvez em virtude dele, me matriculei na academia de ginástica, onde passei a me exercitar com regularidade. Lembro que o início foi bastante penoso, dada a profusão de gostosas indo de um lado para o outro, retirando-me por completo a concentração e me remetendo frequentemente ao mesmo tipo de alheamento ao qual havia sido lançado quando me apresentaram o local. Recordo um desses primeiros dias, quando eu contemplava extasiado uma moça de pernas grossas e cintura fina a se exercitar graciosamente, e que repentinamente, perdendo a expressão faceira, parou para fitar algo a certa distância. Ao buscar com os olhos o alvo de sua apreensão, deparei com um mastodonte a me encarar ameaçadoramente. Devo ter tentado disfarçar qualquer coisa – tarefa que desempenho lamentavelmente –, para perceber logo em seguida a troca de olhares revelando haver algo mais entre o casal. O sujeito se justificava para ela simulando uma postura embasbacada que eu deduzi ter sido a minha, e assim me convenci de que deveria tentar manter a atenção, e não me deixar ser levado pelos devaneios a que sou tão fortemente induzido à vista de gostosinhas.

Com o passar do tempo, devo ter me acostumado com a visão de tantas mulheres alucinantes, também é possível que tenham sido elas a se acostumar a mim, ou, mais provavelmente, ambas as coisas tenham ocorrido, possibilitando uma convivência agradabilíssima e livre das atribulações a que o excesso de imaginação, de fantasia irrefreada, pode vir a acarretar. Assim, tais visões embalaram durante anos, para meu deleite, as muitas horas de esforços na sala de musculação, e tudo na medida exata.

Coisa diversa, no entanto, ocorreu em outro ambiente da academia, na sala de exercícios aeróbios, tendo acontecido também desde a minha primeira participação na atividade.

Começávamos a pular no trampolim, uma caminha elástica individual. Gostava de me manter no fundo da sala espelhada, com a visão panorâmica daquelas gostosinhas se multiplicando por todos os lados. Contemplava a tchutchuquinha loura logo à minha frente, pulando graciosamente com uma expressão meiga e assustada no rosto; executando movimentos mais cândidos que vitais, e revelando uma sensualidade apenas juvenil, com muitos encantos, mas sem malícia nem ardis, apenas uma pudicícia natural em uma bela jovem, evocando a vontade de cobri-la inteira de beijinhos, de sorver infindavelmente sua boquinha rosada.

Ao seu lado, uma grandona encorpada cuja cintura surpreendentemente fina desembocava em ancas robustas e exuberantes. Curvilínea, era essa a sua descrição! Adorava sorver com os olhos toda aquela sinuosidade convidativa ao toque. Suas formas atiçavam o tato, convidavam à pegada, davam vontade de morder.

A música prosseguia e a movimentação obrigava a me reposicionar, carregando meus olhos para outras beldades. Fitei a doce magrelinha pulando fleumática, movimentando-se delicadamente, evocando uma ânsia por tomá-la no colo, de ninála, antes de levá-la para a caminha. Que vontade de beijar aquela tchutchuca, acariciá-la por inteiro.

À sua frente uma gostosa, uma gostosaça! Lembro tê-la visto enquanto eu caminhava pela praia. Emergia das águas como uma sereia, raptando minha mente, meus olhos, toda a minha atenção para vê-la, para esquadrinhar sua imagem sedutora nos menores detalhes, coberta apenas por tênues fios a compor um biquíni ínfimo. Emergiu novamente, de costas, compelindo-me a erguer os braços aos céus, no que poderia ser interpretado como uma conversão religiosa miraculosa. Naquele instante vi-me forçado a dar graças à criação, com a face voltada para o alto, mas com os olhos grudados à forma exuberante a se locomover na água. Confesso ter ficado constrangido ao reconhecê-la, flagrando-me ali em atitude suspeita, exalando concupiscência. Por uns momentos aquelas imagens me voltaram à mente, a perfeição plástica do corpo desnudo. A gostosa se movimentava amplamente, numa movimentação atlética, espontânea e potente.

Não era fácil desgrudar meus olhos da morena, que muito frequentemente os cativava, os prendia por longos intervalos de forte encantamento. Mas por algum acaso, fruto do movimento constante, por certo, meu olhar foi levado subitamente a outra gostosa, uma atleta, certamente, alta e vigorosa, mexendo-se energicamente, decidida, as coxas grossas impulsionando o corpo elástico para cima. Corpo de mulher, bunda carnuda, exuberantemente saudável.

Mas no momento seguinte, meu olhar já descobria no espelho a bonitona colorida à sua frente; olhos muito azuis e pele clara, avermelhada pelo exercício aeróbico. Esguia, musculatura evidentemente exposta ante cada movimento, formas proporcionadas, movimentação elegante, quase clássica, embora fortemente atlética.

Quase instantaneamente, me vi capturado pela jovem robusta, alta e de cintura muito fina, mas bunduda, carnuda, oscilando languidamente para meu martírio. Podia ficar observando-a durante toda a atividade sem tirar-lhe os olhos, hipnotizado pela sensualidade juvenil recheada de formas voluptuosas, pela paixão lasciva. Aliás, isso era um risco. Adorava saborear toda aquela variedade, as belezas contrastantes e diversas, mas eventualmente podia me perder a contemplar a mesma gostosinha indefinidamente, um desperdício entre tantas e tão belas fêmeas. A menina saltitava flexível e manhosa, mas surpreendia com arroubos extremamente potentes, quando necessário. Adorava perscrutar-lhe os movimentos, cada parte de seu corpo. Atrás dela, a magrelinha flexível; não costumava notá-la, excessivamente magrinha, até encontrá-la na praia mostrando a bundinha muito mais polpudinha do que imaginara; a ninfa era pura graça.

Uma peitudona esforçava-se por conter os seios imensos e insubordinados, enquanto a loura baixinha, bunduda, e de cintura muito fina saltitava vigorosamente. Gostava de mirá-la, não apenas por sua sensualidade, mas pela energia com que se movia; pulava com raça, dava sangue!

Ah! E lá estava a bundona, um colosso! Provavelmente a maior que já vira! Gostava de observá-la de perfil, por algum reflexo no espelho. Parecia ter vida própria, e embora chacoalhasse ao ritmo da música, assim como sua dona, movimentava-se muito mais elástica e harmonicamente, alongando-se bem embaixo, para subir voluptuosamente até bem alto, em meio a circunvoluções complexas indescritíveis, e tão graciosas quanto lascivas. A bunda imensa parecia pingar da cintura bem fina, como gota saindo do conta-gotas, surpreendentemente maior que o orifício que a origina.

As músicas se sucediam e o suor já brotava profusamente de meu corpo. Percebia no espelho minha blusa já escurecida pelo líquido, por toda a gola, até abaixo do peito, enquanto sentia as gotas pingando de meus cabelos e face. O ambiente também esquentava com o chacoalhar contínuo dos corpos. A visão das gostosinhas me estimulava a pular, a me superar continuamente; funcionava como um opiáceo, raptando minha mente, esvaziando meu corpo, deixando-o à deriva a repetir mecanicamente os mesmos movimentos.

As mulheres se movimentavam em uníssono, ao ritmo marcado da música soando alto, e eu me via acompanhando-as, pulando com elas no mesmo compasso, nos mesmos movimentos sincopados; imiscuía-me na coreografia conjunta, participava da atividade coletiva, constituía o mesmo todo.

Vinha evitando deliberadamente olhar a loura gostosa bem à frente; difícil descrevê-la, toda bem proporcionada, mais encorpada, provavelmente, que o padrão vigente: coxas grossas, quadris recheados, bunduda, tudo sob uma cintura fina e movimentos ao mesmo tempo graciosos e enérgicos. Talvez fosse a mais bela de todas, embora eu já tivesse, havia muito, desistido de resolver tamanho paradoxo. A balança parecia pender inexoravelmente para a gostosa em frente, até que uma outra cortasse o caminho, eclipsando momentaneamente a visão da anterior, roubando-me a atenção, e transformando-se na mais linda ninfa que já vira. Há muita sabedoria na natureza; a opção pela beleza mais central nos permite alguma sanidade. Optasse pela beldade ao lado e ficaria tonto, ensandecido a passear os olhos alternadamente pela profusão de gostosas em torno!

O suor já me escorria profusamente pela testa, o ar condicionado não era mais suficiente para manter a temperatura do ambiente que se elevava. Foi a baixinha das pernas curtas quem iniciou o incêndio, aproveitando um momento especialmente vibrante da música para tirar a blusa entre dois saltos, revelando um corpo esbelto e delineado, coberto apenas por um top colado ao tórax. Tinha as pernas grossas e curvilíneas sustentando uma bunda carnuda, bem marcada sobre as pernas, acentuada pelo afinamento sutil do alto das coxas. O abdômen à mostra desenhava-se conforme os movimentos da gostosa, apresentando sucessivas reentrâncias e relevos que por si já seriam suficientes para preencher uma tela cinematográfica hipnotizante.

Aquilo era a senha; a música e os movimentos do corpo semi-desnudo contagiavam todo o grupo; no mesmo instante meus saltos ganharam energia expulsando qualquer sombra de cansaço que ameaçasse se instalar, enquanto as gostosas ao redor não só faziam o mesmo, pulando mais alegre e intensamente, como também se assanhando para se despir. Já uma e outra ajeitavam as roupas, quando a bonitona colorida retirou a blusa em um único gesto dinâmico, revelando o corpo musculoso, delineado, flexível e impecavelmente atlético.

Imediata e involuntariamente, meu peito se inflou a extremos, insuflando energia em minhas pernas e braços propiciando-lhes amplidão e ímpeto, enquanto a alegria me invadia. Pulava animadamente, quase em êxtase, na ânsia lasciva de examinar, esquadrinhar cada detalhe dos corpos esbeltos a se desnudar.

Era a vez da gostosa, a morenona gostosaça da praia. Não se despia em um único golpe, mas se preparava, ameaçava, ajeitava, para só então, com movimentos enlouquecedoramente graciosos, sacar a blusa libertando as formas magníficas para ondular esplendorosamente, radiantemente.

Meus saltos ganhavam altura; uma alegria esfuziante contagiava todo o recinto. Simultaneamente, a morena linda e imensa, e a loura baixinha e gostosa retiravam a blusa, expondo corpos magníficos e apresentando seios rechonchudos que ameaçavam se libertar das pequenas peças de roupas que ainda os constrangiam. Pareciam se oferecer à degustação, suspensos pelo top como por bandejas.

Mas antes que eu pudesse me concentrar em uma delas, antes que meus olhos se decidissem a cravar em alguma, a loura gostosa iniciava seu procedimento alucinante. Erguia a blusa até acima da cintura, para em seguida, puxar o cós da calça elástica até bem alto, acentuando as formas deliciosas com o movimento, estofando a calça colada ao corpo com coxas e bunda suculentas que pareciam se esforçar por romper a roupa flexível, libertando-se, expondo-se magnificamente. Não bastasse a lascívia estudada dos movimentos para esticar a calça, seguia-lhe a ação de recolher o cós até embaixo, dobrando-o sobre si mesmo, desvelando barriga e umbigo encantadores. Acentuava a bunda em dulcíssimas posturas sensuais, ao conferir as formas observando-as sob vários ângulos ao espelho. Em seguida tirava a blusa executando os mais sublimes movimentos, refletidos ao infinito pelas paredes espelhadas.

Não sei identificar o momento exato em que o delírio recorrente sempre se instalava, mas em algum momento da atividade, minha mente era inexoravelmente forçada ao desvario. De qualquer modo, no meio de tantas gostosas, só mesmo um louco poderia manter a sanidade! Mas, o que digo? Assim sendo, não era de estranhar que eu fosse sucessivamente levado a uma espécie de delírio, como um sonho repetitivo e delicioso.

Eu me exaltava, me alucinava com a visão magnífica de tantas gostosas, e pulava impetuosamente sem que nenhum cansaço me impedisse. Eu saltava até as alturas, eu voava contemplando as gostosas ao meu redor. Mas tão poderosa magia exercia igualmente seu efeito sobre as belas, que também se entusiasmavam.

A música alucinante nos marcava o ritmo, intensificando o ardor com que nos exercitávamos, livremente, constrangidos apenas pelas roupas flexíveis coladas às formas das gostosas. Mas não por muito tempo, pois uma ânsia desvairada as induzia a livrar-se de tal empecilho, libertando os peitinhos para voar pelo espaço da sala refletidos pelos espelhos, multiplicados até a infinitude. Uma a uma a princípio, e logo em bloco, as gostosas iam se livrando das incômodas roupas. Uma bunda descomunal libertou-se explosivamente de roupas apertadas, para chacoalhar imponente gerando uma espécie de campo hipnótico que roubava o meu olhar e o atava, até que, de algum modo, eu percebi a peitudona a pular livremente e em pelo. Eu a via em câmera lenta, os peitões voluptuosos subiam no ritmo da música para descer imponentemente ameaçando explodir.

Meu olhar se perdia nos espelhos, onde a mulherada se refletia caleidoscopicamente. Em meio à agitação contínua e quase descontrolada, eu percebia as gostosas em partes. Em minha mente já desconexa, as gostosas se misturavam, se mesclavam juntando o seio de uma à coxa de outra, acrescido de uma bunda ou até duas. As mulheres se multiplicavam ostentando dez peitinhos diversificados, trinta pernas esculturais. Moviam-se ubíquas ocupando o espaço imenso multiplicado pelos espelhos. Eram inumeráveis peitos e bundas chacoalhantes e desconexos, mas coordenados por uma harmonia lasciva absurda, compondo uma única mulheridade abrangente, dulcíssima quimera envolvendo o mundo inteiro até seus confins!

A deusa de muitos braços, pernas, bundas e seios se agitava concupiscente, envolvendo-me inteiro, embalando-me no mesmo ritmo lúbrico até o peitão descomunal descer livremente e explodir radiante, detonando uma explosão luminosa, elevando o meu voo além de qualquer prazer que possa ser descrito por palavras.


 

Juliana

 

Um escritor costuma usufruir poucas e merecidas regalias. Certa noite eu conversava pela rede com uma moça ao meu modo usual, jogando umas iscas eventuais aqui e ali, e a conversa começou a ficar mais interessante que de costume, quando ela me disse que iria ler minhas histórias eróticas na cama, considerando esse o local mais apropriado para tal leitura. Emendei dizendo que eu bem poderia ler para ela, e quando respondeu dizendo adorar que lessem para ela na caminha, fui imediatamente tomado pelo arrebatamento que me controla em tais ocasiões.

Só posso inferir o que se passa comigo em tais momentos. Tenho a forte suspeita de que minha natureza símia se apossa de mim, guiando minhas ações e gestos. Imagino a mim mesmo transtornado, transformado em um ser atávico, uma criatura simiesca a emitir ruídos rústicos e a saltitar selvagemente, tudo isso inebriado, descontrolado por umas poucas palavras pronunciadas ou escritas. Suponho-me, nesses casos, um troglodita a emitir os mesmos grunhidos ancestrais, talvez babando boquiaberto, tomado por sentimentos bestiais.

Juliana era uma gostosa de 1,74 m, jogadora de vôlei, bonitona, deliciosa. Enquanto conversávamos à distância, comecei a imaginá-la deitada em minha cama, à espera da historinha erótica. Fantasiei-a vestida em uma roupinha meio infantil, um baby-doll incapaz de conter seu corpanzil exuberante, a transbordar por toda a roupa. Imaginava a gatona coberta apenas por uma tênue camisola, curtíssima, até a barriga, e uma calcinha do mesmo tecido, translúcida, aguardando minha historinha, semiencoberta por lençóis movediços e não muito atentos às suas partes, permitindo a exposição de coxas e barriga, além de eventuais aparições da bunda e dos peitinhos suculentos, buscando acomodação na roupinha ao mesmo tempo pequenina, solta e transparente. Outras visões ainda mais enlouquecedoras se insinuariam de maneira fugaz, ocultando-se sob o lençol pouquíssimo categórico.

Enquanto eu delirava com as possibilidades sugeridas pela gostosa, deixando minha mente explorar possibilidades fantásticas, a conversa se estendeu tomando rumos cada vez mais palpáveis e alucinantes. Vi-me convidando a gostosa para ouvir, em minha cama, a história que eu escreveria especialmente para a ocasião!

Não sei se Juliana sabia o quanto me conturbava com aquela conversa, se percebia que quase me afogava, descompassando minha respiração, roubando meu fôlego, alucinando minha mente, controlando meu corpo, transformando-me em um zumbi, um autômato guiado por suas palavras, seus sorrisos, seus olhares e gestos, vistos ou apenas imaginados, e que apenas uma simples sugestão de seu sorriso expressa em letras na tela me fazia derreter até o chão, mas sou capaz de apostar que ela sabia exatamente o quanto me controlava.

Assim, eu me vi compelido a escrever a história. De um modo geral, prefiro não planejar o que escrevo, deixando ao sabor dos delírios momentâneos o desenrolar dos enredos grafados por meus dedos de uma maneira, usualmente, quase psicográfica. Tinha certeza de que a presença da gostosa me arrebataria e me levaria a imaginar as mais deleitosas sensações, no entanto, me via obrigado a escrever algo com base apenas na imaginação. De qualquer forma, o plano era simples: iniciar uma história que terminasse contada na cama para ela.

A tarefa deliciosa me transportou às mil e uma noites. Assim como Sheerazade, a protagonista da trama milenar, eu deveria criar o suspense necessário para trazer minha ouvinte até meu quarto na noite seguinte, para contar-lhe histórias na cama.

Embalado em fantasia, inebriado pela sedução de Juliana, deixei-me arrebatar por seus encantos, sentindo-me transportado para um mundo fantástico. Cabia-me desdobrar e amplificar a atmosfera mágica e inebriante urdida pela musa, tecendo com palavras uma rede que também a envolvesse, atraindo-a para minha cama, onde deixaria a magia se apossar de nossos corpos, compelindo-os a entrelaçarem-se sôfregos, ávidos. Quando tornei a encontrar Juliana na rede, mostrei-lhe a história que havia iniciado, e que se interrompia exatamente nesse ponto, dizendo-lhe precisar da inspiração da musa para sua continuação. Convidei-a, assim, diretamente, para minha cama, na noite de sábado.

* * *

No mesmo dia, pouco tempo após escurecer, fui o até mercado próximo comprar uma garrafa de vinho, quando presenciei uma cena inusitada. Ao atravessar a avenida em direção ao mar, encontrando-me na calçada larga entre as duas pistas da praia, percebi uma moça gostosinha, se aproximando de um homem que conduzia um cachorro pela guia. A jovem foi saudada alegremente por ele e mais ainda pelo cão que a recebeu com enorme entusiasmo; seguro pelo dono, punha-se de pé aos saltos, exalando excitação.

Comecei a atentar para a cena na qual o canzarrão pulava sobre a moça, sob a aquiescência tranquilizadora do homem, e da alegação de que o bicho queria apenas brincar, enquanto a jovem tentava repelir o animal que continuava a saltar insistentemente sobre ela. Trajava vestes curtas e esvoaçantes; um vestido bem solto, cintado logo abaixo do busto, tremulava à brisa da beira-mar, expondo coxas grossas e sensuais. Simultaneamente aos saltos do animal, e à voz serena do homem, a moça continuava tentando se afastar do bicho, pedindo ao seu dono, sem muita convicção, e entre risinhos tímidos, que impedisse o assédio do cão.

Em poucos momentos, entre súplicas nada peremptórias, em meio aos saltos do animal, e sob a voz tranquilizadora do dono, a moça passou a proteger seios e rosto com as mãos e os braços, voltando-se de lado para o animal insistente. Erguendo-se de pé sobre moça, o enorme cão logo alcançou uma posição menos lateral, e mais traseira sobre a jovem que continuava a esboçar protestos tímidos, superados por risinhos cada vez mais frequentes.

A partir desse instante, a cena que por alguma razão já me chamava a atenção, ganhou contornos nítidos, evidenciando uma consciência das intenções do animal. Enquanto pulava sobre as costas da moça, que se vergava ao seu peso, passou a pressioná-la com as patas, com o óbvio intuito de dobrar seu corpo. Entre protestos tímidos e risinhos doces, a moça inclinava o corpo curvado pelas patas do cão que ia se acomodando lubricamente atrás dela.

Nesse momento, a situação expunha cunhos sensuais muito explícitos, me levando a supor que o cão engancharia suas patas nas pernas, ou nas ancas da moça, para apoiar movimentos lascivos. Para minha surpresa, no entanto, o cão demonstrou uma compreensão bem mais clara da situação, e objetivos muito mais precisos do que eu imaginava, pulando nas costas da jovem compelindo-a a se inclinar sob o seu peso, pressionando-a habilmente com a intenção evidente de fazê-la dobrar seu corpo e posicionando-se atrás dela com propósitos muito nítidos.

A cena adquiriu feições eróticas inequívocas quando o animal, pressionando as costas da moça com a pata dianteira, forçou-a a dobrar-se ainda mais, produzindo simultaneamente um arrepio que percorreu a coluna da jovem desde a nuca, onde as garras do animal a arranhavam com certa delicadeza, roubando-lhe gemidos lascivos desarticulados, arqueando-lhe a coluna, e fazendo-a arrebitar-se, enquanto se dobrava sob o peso do animal que se ajeitava lascivamente entre suas nádegas e sob elas, substituindo as estocadas sucessivas contra o corpo da moça, por uma massagem lúbrica, vagarosa mas intensa, à qual a fêmea revelava já pouca determinação para resistir, mostrando-se prestes a se entregar, descobrindo sensações e segredos que talvez ainda não houvesse desvendado por completo. Presumi que, usando seu olfato apuradíssimo, o animal aferia precisamente a receptividade com que suas estocadas eram acolhidas, sendo estimulado, ele também, pela excitação que notava estar impingindo à jovem.

Notei que nem o vestido, esvoaçando ao vento como uma bandeira, nem as ações da moça, protegendo seios e rosto, e oferecendo o lombo para as investidas do cão, constituiriam empecilhos aos intentos do bicho. Ao perceber a jovem começando a apoiar as mãos no chão, e a dobrar os joelhos sob o peso do cão, antevi o animal montando a moça de quatro, ali no canteiro central, parcialmente encoberto das vistas dos transeuntes pelos carros estacionados entre a pista e os prédios, quando a minha atenção excessiva para a cena acabou intimidando o dono do cão, que o controlou de imediato, com poucas ordens verbais peremptórias e puxões na coleira.

Enquanto prosseguia em direção ao mercado e me afastava da cena, veio-me à mente o fato de que as calcinhas usadas atualmente, do tipo que já foi um dia chamado “fio dental”, tendem facilmente a se encravar de maneira bastante incomoda nas reentrâncias do corpo. Fiquei a imaginar que a situação presenciada momentos antes, tenderia muito rapidamente a uma posição em que o cão galgaria a moça risonha, de quatro sobre o chão, com o corpo desimpedido pelo vestido esvoaçante, guardado apenas por uma calcinha exígua, já entranhada em seu corpo. Imaginei-a tentando se livrar do incômodo causado pela roupinha, ali mesmo na rua semideserta e pouco iluminada, ainda assediada pelo cão lascivo sobre ela.

Talvez eu tenha fantasiado excessivamente quando imaginei a moça puxando a calcinha entranhada dentro de si pelo cão, na tentativa de se livrar do desconforto intenso causado pela roupa. Podia apostar que, com a experiência demonstrada pelo animal, qualquer tentativa da jovem de ajeitar sua calcinha, já certamente atochada de maneira bastante incômoda pelo bicho, estaria sendo vigilantemente monitorada pelo animal, que aproveitaria o mínimo descuido para explorar a mais ínfima brecha provocada, inconscientemente ou não, naquela última e frágil defesa, para penetrarlhe com lascívia desenfreada, consumando sofregamente o seu intento, ali mesmo na calçada noturna da praia.

Quando voltei do mercado trazendo o vinho, ainda imaginava os possíveis desdobramentos que a cena acabaria tomando, não fosse minha presença inoportuna naquele exato momento. Confesso ter voltado para casa bastante impressionado e excitado pela cena inusitada.

Durante o caminho rememorei o antigo provérbio asseverando que, em relação à sexualidade, até a normalidade parece ser normal.

* * *

Juliana chegou na hora marcada. Conforme o combinado, levei-a até o quarto para se aprontar e acomodar para ouvir a história. Também me preparei para a ocasião, vestindo apenas o short do pijama.

Entrei no quarto e sentei na cadeira ao lado da cama, onde a bela jazia deliciosamente deitada. Posicionei-me ao teclado e comecei a descrever a cena que deleitava meus olhos. Tendo escrito uns poucos parágrafos, ao mesmo tempo em que os lia em voz alta para a jovem, deixei a cadeira e me sentei ao lado da bela, que se virou para mim exibindo com naturalidade as coxas exuberantes, enquanto pedia que eu lhe contasse a história prometida. Disse então que lhe contaria uma história melhor que todas as que já ouvira antes, mas de maneira radicalmente diferente: contaria uma história táctil: digitaria, nela mesma, o saboroso enredo.

Inebriado pela visão agradabilíssima da gostosa deitada em minha própria cama, segurei suas mãos e sugeri começar uma massagem cuja magia eu sei capaz de transportar uma bela em voo para as mais deliciosas paisagens oníricas. Embora plenamente convicto da efetividade de minhas artes em propiciar tal transporte, tinha um único temor, o de, compelido pela beleza da jovem, embriagado pela sensualidade exalada pela mulher, em meio ao transe hipnótico levado ao êxtase pela mulheraça em minhas mãos, eu mesmo pusesse tudo a perder entreabrindo suas pernas para cair de boca gulosamente, com sofreguidão desenfreada, na boceta suculenta da gostosa.

Enquanto eu lutava contra esse ímpeto, tentava me concentrar no início da massagem, necessariamente sutil, indireto, começando suavemente nas pontas dos dedos das mãos. Longe de auxiliar meu intuito, a gostosa revirou-se na cama de maneira pachorrenta e sensual, como a me oferecer uns peitinhos tenros e deliciosos, complementando o movimento lascivo ao libertar as coxas do lençol que as encobriam, esticando as pernas para expor mais nitidamente a boceta resguardada apenas pela calcinha transparente sublinhando um umbigo sensual e convidativo na barriguinha exposta.

Um suspiro profundo me propiciou as forças necessárias para cobrir ligeiramente a gostosa exposta à minha frente, permitindo-me continuar a massagem. Depois de alguns momentos, a magia de meus dedos começou a fazer efeito no corpo da bela, tornada sonolenta e lânguida.

Meu intuito era comprimi-la inteira, centímetro por centímetro, e assim o fiz, toda ela, por dentro e por fora!

Uma peculiaridade dessa magia faz com que a mulher que a usufrui entre em um estado semi-hipnótico no qual tudo ocorre como em um sonho. Perde-se a clareza da realidade, naqueles momentos de extremo prazer no qual toda a vigília é concentrada nas sensações inebriantes causadas pelo massagear contínuo e sensual. A massagem iniciada levemente, acabou por ganhar contornos realmente intensos, com a pressão de todo o corpo sobre a gostosa semi-adormecida; nem o chacoalhar enérgico de meu corpo sobre o dela, penetrando-a voluptuosamente, despertou-a do estado maravilhoso para o qual havia sido transportada.

Outra consequência da mesma magia foi a sensação deliciosa com a qual, na manhã seguinte, Juliana acordou do idílio onírico-sensual. Sua boceta encharcada, mais que a própria lembrança, atestava a realidade do sonho maravilhoso vivido durante a noite.

Quando amanheceu, como em comemoração à noite deliciosa, caí de boca novamente na boceta da gostosa, chupando-a com avidez, sorvendo-a voluptuosamente antes de enfiar-lhe o caralho com determinação, enfatizando, com o pau duro, a noite das inesquecíveis lembranças que se confundiam com sonhos.


 

As deliciosas bocetinhas recheadas

 

Em um jantar para amigos muito íntimos, nada mais encantador do que oferecer a seus convidados umas apetitosas bocetinhas.

 

Ingredientes:
massa para cannelloni pré-cozida,
300 g de ricota,
100 g de requeijão cremoso,
100 g de creme de leite,
salsa, cebolinha e umas folhas de aipo,
azeite de oliva.

Para o molho:
dois copos de leite,
alho picado,
cebola ralada.

150 g de queijo mussarela.

 

Recheio: Corte a ricota em fatias finas e esmague-as com um garfo, adicione o requeijão, o creme de leite e o azeite, sempre pressionando com o garfo de modo a obter uma pasta consistente; corte e macere as folhas e em seguida acrescente-as à pasta; misture bem, de modo a adquirir uma aparência relativamente homogênea. (As folhas podem ser substituídas por 100 g de tomate seco hidratado, queijos ou qualquer outra iguaria; o tomate seco conferirá às bocetinhas uma coloração rosada extremamente apetitosa).

Molho branco: dissolva duas colheres das de sopa de farinha de trigo em um copo de leite, ponha sal. Pique um punhado de alho e cebola e doure-os ao azeite, para em seguida derramar sobre eles o copo de leite com a farinha dissolvida, e mais outro copo de leite. Mexa a mistura até levantar fervura, em seguida abaixe o fogo e continue a mexer até adquirir consistência cremosa.

Corte a massa para cannelloni em triângulos, preenchendo a metade de cada um deles com o recheio, dobre a massa cuidadosamente dando a elas o formato de conchas. Atente para que as bocetas não fiquem demasiadamente cheias, com um aspecto excessivamente voluptuoso, mas que também não fiquem murchas e minguadas, o que as tornaria pouco apetitosas. Tenha em mente que a aparência, especialmente no caso das bocetinhas, é decisiva para os que pretendem comê-las.

Ferva dois litros d’água, pingue neles umas gotas de óleo, e, com o auxílio de uma escumadeira, deite as bocetinhas gentilmente na água fervente, mantendo-as lá por um a dois minutos apenas. Retire-as do fogo com muito cuidado para não arrombá-las.

Embora muitos dos convidados prefiram espargir, eles mesmos, o molho branco nas bocetas, desejando comê-las assim tenras, molhadinhas e quentes, a pudicícia recomenda que as cubramos com uma camada de queijo; assim sendo, convém acrescentar sobre elas o molho, e ainda uma fina cobertura de mussarela, para levá-las ao forno pré-aquecido até que o queijo fique dourado, quando as bocetinhas deverão ser servidas.

 

Devemos acentuar que a certos convidados não lhes agradarão as bocetas, estes, provavelmente, preferirão umas trolhas grelhadas.

 

Ingredientes:
500 g de filet mignon,
manteiga.

 

Corte o filet longitudinalmente em duas longas e grossas trolhas, passe manteiga sobre elas e as coloque sobre uma grelha já pré-aquecida e em fogo alto, quando estiverem douradas, vire-as. Torne a virá-las se alguma de suas superfícies ainda não tiver sido dourada. Tendo tostado uma única vez toda a superfície das trolhas, sirva-as quando estiverem ao ponto; junto com as bocetinhas formarão uma dupla imbatível.

Atente para o fato de que os verdadeiros apreciadores de trolhas as preferem bem duras. Estes recomendam a substituição do filet pela mais tradicional e ortodoxa carne de pescoço.

Como complemento a esse saboroso cardápio, nada melhor que um bom vinho; para a ocasião recomenda-se um Periquita.

Como sobremesa, saborosas rosquinhas cobertas de chocolate poderão ser servidas.


 

Um suspiro de amor

 

Conhecemo-nos no site de escritores na rede, onde eu costumava colocar meus escritos. Li os primeiros textos que Ana Laura deixou no mesmo lugar, e que me impressionaram muitíssimo, apesar de relativamente toscos e ainda não revisados. Fiz uns comentários breves em cada um dos dois, e ainda enviei mensagem de congratulação e incentivo pelo que lera.

Logo recebi resposta pelo correio eletrônico da moça cujos escritos haviam me impressionado. Respondeu entusiasmada, parecíamos ter uma grande empatia logo de início, o que me permitiu prosseguir com mensagens extremamente francas. Desde o princípio minha relação com ela já revelava uma intimidade que me costuma ser rara.

Nossa correspondência foi ganhando corpo, aumentando o volume e o conteúdo. Não sei em que momento me vi envolvido com Ana Laura, sei que isso não demorou a acontecer pois tudo conosco foi muito rápido, embora para mim não tenha sido tanto: meus primeiros contatos com ela se fundavam sobretudo em minha empolgação com seus escritos, não foi imediata a minha cobiça pela menina, pela mulher, e, do meu ponto de vista, essa transição de interesse foi relativamente demorada, durando mais de uma dezena de mensagens, o que ocorreu em poucos dias.

Então, passei a ver a moça com outros olhos, não era apenas a escritora de futuro, tinha algo mais, muito mais.

Foi no primeiro feriado que ela veio me conhecer; sorte morar em cidade turística. Combinamos nosso contato inicial na praia. Há normalmente uma apreensão antes do primeiro encontro, no entanto, fomos nos conhecer pessoalmente como se já desfrutássemos de uma longa intimidade, coisa que de fato fazíamos, ainda que distantes um do outro.

Quando a vi caminhando elegantemente para mim, não tive dúvidas de que era ela. Bem alta, magra, com andar confiante e sorriso amplo, ao se aproximar me enfeitiçou por completo. Posso relembrar a magia ocorrida durante sua aproximação, quando todo o céu e toda a praia se iluminaram intensamente ante a chegada da moça esbelta que pareceu se coroar com as nuvens coloridas e iluminadas por sua presença.

Ao se aproximar seus olhos radiantes capturaram os meus, se apoderaram deles de uma maneira que me impedia mirar qualquer outra coisa. Também meus pés e pernas foram envolvidos pela mesma força e se dirigiam a ela alheios a qualquer outro comando que eu nunca daria, por já me sentir completamente imerso na aura de Ana Laura, em sua vibração, seu perfume.

Com o meu próprio eu dissolvido em uma felicidade estonteante, caminhei em direção à moça que se aproximava sorridente, e sem desgrudar nossos olhos ávidos beijamos nosso rosto, e o fizemos uma segunda vez, ao som percussivo de corações vibrantes, e ao ritmo descompassado de respirações já plenamente alteradas que impediam que nos afastássemos um do outro, e que, mais que isso, compeliram nossas bocas a se tocar mesmo antes que palavra tivesse sido trocada.

Beijei Ana Laura intensamente, ou talvez nem fosse eu; talvez eu mesmo já não existisse naquele momento, dissolvido em magia, diluído na mística, na aura da moça a me envolver completamente. Seja como for, minha sensação era a de que o próprio mundo se diluía, para mim era a imensidão ao redor que deixava de existir permanecendo apenas Ana Laura envolta em um halo brilhante composto talvez pela totalidade a que eu também queria pertencer.

Trocamos poucas palavras e muitos risos, nos beijamos e nos acariciamos intensa, mas suavemente.

Tenho que deixar claro que por um certo tempo, ao mesmo tempo longo e breve, não houve tempo, e que reconheço os paradoxos expressos na frase.

* * *

Fico a lembrar a antiga canção francesa: eu vou e venho, como a onda, indeciso...

O eterno ir e vir das vagas, as ondas permeando todo o universo. Foram poucos os dias em que Ana Laura ficou na cidade, em que ficamos juntos, mas foram muitos os beijos e irrisória a distância em que nos mantivemos enquanto ela esteve aqui. Mas ela voltou para casa deixando o desejo enorme de tornar a encontrá-la.

Devo ter transbordado enquanto estávamos juntos, misturando partes minhas às dela, que ela levou junto com seu corpo, de modo que já não me sinto inteiro; tenho que me unir a ela novamente e o fazer com urgência.


 

Gabriele

 

Na véspera, tinha sugerido que ela lesse minhas histórias eróticas. Leu uma muito cândida e pouco excitante, e disse ter gostado. O texto subsequente, e também sugerido, muito mais estimulante, discorria sobre a iniciação erótica de uma virgem, mas ela nada comentou sobre esse.

Naquele dia ela me enviou um desenho; um corpo de mulher, deitada, nua. Considerei aquilo espécie de oferta; era a primeira vez que ela não tratava questões sensuais de uma forma infantil.

O desenho representava inequivocamente uma mulher, com formas arredondadas e seios definidos. A boceta, bem evidente na imagem, estava raspada. Perguntei se ela mesma tinha sido a modelo. Respondeu ser, ela própria, a única mulher que conhecia nua. Fiquei agradecido pela forma sutil e simbólica com que me oferecia um pouquinho de seu corpo.

Sua lembrança me inquietava.

 

Desde algum tempo eu andava encantado com meninas virgens, sem saber o motivo de tal mudança em minhas preferências; durante toda a minha vida elas nunca tinham me interessado, de modo que a novidade me surpreendia. Fazendo pose de escritor, não me era difícil iniciar contato com algumas delas.

Tinha conhecido Gabriela em um chat, e mostrado uns textos meus a ela, o que costuma causar efeito mesmo em mulheres experientes e cultas; devo ter impactado fortemente a jovem, mais ainda ao confessar minha necessidade de uma musa, papel para o qual ela parecia se adequar perfeitamente, tanto pelas conversas, quanto pela imagem, revelada em fotos expostas na rede.

A moça era bela; tinha um rosto cândido adornado por longos cabelos negros, lisos e sedosos, e um corpo que se podia perceber bastante bem proporcionado, apesar de não aparecer tão exposto nas fotos quanto o da maioria das moças de sua idade.

Suas fotos na rede tinham má qualidade técnica, exceto uma delas, tirada em uma festa; talvez a de seus quinze anos. A foto era reproduzida duas vezes, uma delas de corpo inteiro, ostentando um longo e elegante vestido azul; na outra, via-se seu rosto muito branco em detalhe.

Essas duas imagens eram suficientes para me transportar da maneira inexplicável para o mundo de fantasia que costumo transcrever para o papel, quase em transe, compelido por algo que não compreendo.

Nossas conversas me causavam uns impulsos paradoxais. Apesar de sua candura, da delicadeza de sua aparência e de suas palavras, algo nela me induzia a tratá-la de maneira pouco condizente com tais características. Embora eu seja, normalmente, bastante carinhoso e delicado, algumas peculiaridades me levavam a agir de maneira pouco adequada ao tratamento com uma moça tão singela. Posteriormente, mapeei a razão dessa idiossincrasia: em nossas conversas a menina me chamava de “amor”, de um modo que eu só conseguia ouvir como se pronunciado de maneira fortemente lasciva, como por uma puta. Nessas ocasiões, eu queria tratála de uma forma mais abrupta; suas palavras me induziam a uma ânsia de arrancar-lhe as vestes, sem mais, agarrando-a voluptuosa-mente, enlouquecido.

Sou obrigado a reiterar que a menina se comportava delicadamente, e que apenas minhas próprias idiossincrasias me levavam a percebê-la desse modo, e isso devido ao uso, por parte dela, da muito cândida palavra “amor”. Suspeito que tal descompasso de minha parte se deva a alguma espécie de preconceito regional, uma vez que a menina mora em região pobre, de onde são obrigadas a sair as moças que acabam por se prostituir nas cidades grandes.

De qualquer modo, a donzela se encantava com a possibilidade de se tornar a musa de uma de minhas histórias, encantamento que ressonava em mim intensamente, ecoando em meu peito, injetando-me vida, fazendo-me vibrar. Enquanto conversava com ela através do computador, senti-me obrigado a parar a conversa para, relatar as imagens que me vinham como em um transe ao contemplar sua foto, depois lhe mostrei o que havia escrito:

 

“Você está com o vestido azul, como na foto...

Eu me aproximo por trás e te enlaço a cintura; cinto o cheiro de seus cabelos, beijo o seu pescoço, pressionando o seu corpo no meu. Eu te beijo e apalpo o seu corpo, suas coxas, seu quadril, e peço para você me dar a sua calcinha.

Em seguida eu te seguro pelos ombros, com os braços cruzados através de seu peito, enquanto você tira a calcinha e me dá para eu guardar.

Então eu levanto o seu vestido até ver a sua bundinha branca. Pego sua bunda, e te aperto. Tiro o meu pau para fora e o coloco entre suas nádegas, te sentindo. Fico te agarrando, te puxando par mim, ouvindo seus gemidos, seus sussurros, sua respiração arfante. Eu te agarro enquanto esfrego o meu pau na sua bundinha, depois enfio meu pau por baixo dela, pressionando sua boceta, quase tentando forçar-lhe a penetração.”

 

A jovem estava ansiosa por participar da história, mas não esperava algo tão explícito e quase se assustou. Esperava algo mais romântico, e pareceu aturdida ao revelar seu desagrado por erotismo tão explícito. Mesmo assim decidi mostrar-lhe algo já pronto anteriormente, mas agora adaptado para ela.

Tinha comentado o meu desejo de utilizar um texto já previamente escrito. Superando certos escrúpulos, pedi permissão para mostrá-lo, e para iniciar uma história com palavras que tinham sido escritas para outra. Acreditei que a proposta de reutilização de um escrito não iria desagradá-la, mas a essa altura eu já estava convicto de que o tom do texto, a intensidade da sensualidade expressa, seria excessivo para a menina, que, por essa razão, quase certamente o repudiaria. Mesmo sabendo disso, decidi mostrar-lhe as palavras previamente escritas. Eram as seguintes:

 

Gabriele, gostosinha;

Essa noite acordei diversas vezes imaginando sua bocetinha em chamas, te impedindo o sono. Imaginei que o fogaréu em sua xana não te deixava dormir, causando enorme aflição, ainda que tentasse apagálo seguidamente, causando com isso o ressurgimento das labaredas ainda mais intensas.

Aflito, eu também, acordava pensando em ir até você com minha mangueira, para acabar logo com essa loucura; enfiaria minha mangueira em sua boceta com o intuito de, finalmente, apagar esse fogo que te incendeia e que não deixa você pensar em mais nada, chegando até a chamejar em meus sonhos. Às vezes pensava até em, não apenas, usar minha mangueira para extinguir seu fogo, mas em cair de boca sobre sua boceta vorazmente, como um animal ensandecido, no afã de apagá-lo dessa maneira!

Também fiquei pensando que, por enquanto, deveria me mostrar sua xana voraz para que eu tentasse, daqui mesmo, conter suas chamas; caso não consiga fazê-lo daqui, me proponho a ir até você, raptá-la, e apagar de vez esse fogo com um agarrão brutal, um apertão intenso e... gostosa (suspiro...) ...com uma paulada em sua boceta gostosa.

Ah, e precisamos ir escrevendo nossa história, podemos até começar com essa...

 

Tinha pensado também em uma passagem onde eu pegava meu canetão e começava a escrever em seu dedinho do pé, subindo sempre. Escreveria:

"Era uma vez uma menina levada chamada Gabriele..." … a essa altura meu canetão, que eu usava para escrever em seu corpo, já rabiscava seu joelho, e continuava a subir pela face interna de sua coxa escrevendo... "...que estava querendo levar umas palmadas na bunda." O canetão subia esfregando sua coxa até bem alto, deixando o ponto cair exatamente no centro da boceta molhada."

"Tendo molhado o pau na boceta suculenta... (assim deve ser a continuação).

Suspiro.

Gostosinha, vou adorar escrever essa história; peço que me ajude a escrevê-la.

Um beijo na bocetinha

PS. estou mandando cópia para mim mesmo, parte inicial da história.

 

Tive que trocar o nome grafado no texto, coisa que não ocultei de minha bela. Também tive certeza de que o conteúdo a desagradaria, ou, melhor, que a aturdiria devido ao que, para ela, constituiria certamente um excesso. Minha intenção, no entanto, contrariamente ao explicitado no texto, obviamente, não era o de aplacar seu desejo mas intensificá-lo! Queria que minhas palavras chegassem até ela, não como o sopro que apaga uma vela, mas como o vento que atiça as brasas de uma fogueira. Tinha em mente levantar as chamas da brasa que ocultamente ardia em seu corpo, entre suas pernas. Queria deixá-la bem molhadinha, não com o intuito de apagar os fogos, mas de atiçá-los.

Mas não pretendia ocultar meus propósitos, e, tendo lhe mostrado o texto previamente escrito, combinei com ela transbordar de meus sonos eróticos naquela noite, para aparecer nos dela, e atiçá-la ainda mais, enlouquecê-la; em contrapartida a bela deveria me revelar seus sonhos. Na manhã seguinte acordei cedo, como de costume, e estruturei o texto, antes de enviar para a jovem, junto com um pedido de resposta.

Tendo aparecido em seus sonhos, e incendiado seus desejos durante as noites escuras, resolvi terminar a história, permitindo nela certas incoerências; não lhe era necessária lógica, mas apenas a fagulha que incendiasse a jovem e a trouxesse para os meus braços.

Vamos nos encontrar nesse fim de semana; tudo é como em um sonho.


 

Sinfonia crescente

 

Nenhum fósforo em casa? Logo agora, numa tarde de sábado. Droga, e já deve estar quase tudo fechado; se já fechou a venda aqui embaixo... nossa, nem quero pensar... vou lá rapidamente. Hm, devia trocar o short, ou ao menos colocar uma cueca... nada, melhor eu correr antes que feche, a essa hora não tem ninguém lá, além do dono. Nossa, a porta da frente já está fechada, melhor correr direto para os fundos, sem problemas se já está fechando, é só uma caixa de fósforos.

— Uma caixa de fósforos, por favor. Quanto é?

Puxa, o bolso desse short é chatinho, interno e pequeno, difícil retirar as moedinhas de dentro dele, mas elas saem: dez, quinze... com certeza tem mais. Droga, não encontro as moedinhas, e a dona da venda já impaciente, suspirando, de olho no meu bolso conferindo cada níquel que sai, isso aqui já está fechado e eu só estou atrasando... mais uma, ah, de cinco... melhor desistir de encontrar moedas e dar logo uma nota. Aqui está.

Ah, o troco, moedinhas... puxa, e ela colocando aqui pertinho de mim... nossa, meu short... olhando agora, em frente às moedinhas de troco, nunca tinha percebido que era tão transparente, deve ser efeito da contra-luz vinda da porta, e eu devia mesmo ter posto uma cueca, dá para ver a coisa aqui, deitada, esparramada no balcão bem em frente às moedas; nossa, e a dona vem com a mão bem na direção dela, colocou mais umas moedinhas, bem perto, virando a moedinha para ver o número.

Faltando troco, ela foi pegar mais, mas parece que há algo errado, ela vem e retorna no meio do caminho, parece atarantada, vasculha o dinheiro, vem, para no meio, volta... chegou com mais moedinhas, contando, colocando as moedinhas perto de mim. Essa mão avançando para perto me excita; é involuntário, a coisa começa a crescer. Puxa, isso é quase engraçado; é o que está atrapalhando, tirando sua concentração; ela não consegue tirar os olhos da coisa crescendo aqui em frente, fazendo crescer mais, pulsar. Ela se perdeu quando eu pulsei, perdeu as contas, recolheu todas as moedinhas e voltou apressada para o fundo da loja, vai pegar mais troco, ou então contar tudo por lá para manter a atenção. Que interessante ter a capacidade de controlar sua mente com gesto tão sutil; que estranho poder de interferência em sua mente, de desconcentrá-la tão prontamente.

Como me estimula a respiração que eu noto daqui de mais de uns três metros de distância da mulher na penumbra, descompassada e profunda, afetando a minha do mesmo modo, me forçando a acompanhar seu ritmo. Ela volta a me olhar sem nunca erguer a vista, não me fita nos olhos, mantém o foco embaixo. Tento um impossível contato visual, em vão.

Ela inspira profundamente e se dirige a mim novamente, dessa vez com decisão. Recomeça a contagem das moedas; deposita mais uma vez os cobres sobre o balcão, mas seus olhos se cravam de novo na coisa que endurece e pulsa instantaneamente, fazendo a mulher congelar após um suspiro. Sou obrigado a engolir em seco, simultaneamente ela também o faz, e novamente se desconcentra, volta ao fundo da loja em busca de mais moedinhas.

Só agora começo a reparar em seu corpo, em suas ancas, em seu vestido parecendo mais justo que antes, delineando a cintura. Ela solta os cabelos e os agita para trás em um movimento decididamente charmoso e sensual, e se encaminha até mim uma vez mais. Nossa, percebo o seu decote aberto comprimindo seios fartos que agora almejam se libertar, escapulir das amarras que os oprimem; crescem e forçam o vestido no mesmo ritmo arfante que minha própria respiração se vê obrigada a seguir.

A mulher se encosta do outro lado do balcão à minha frente e entreabre as pernas revelando a saia desabotoada, deixando à mostra as grossas coxas muito brancas. Engulo em seco outra vez, e agora sou eu que, hipnotizado, não consigo tirar o olho da mulher à minha frente, levantando uma das pernas o suficiente para erguer a saia uns centímetros mais, deixando à mostra a calcinha muito branca que eu penso latejar no mesmo ritmo em que eu também latejo. Tento outra vez contatar seus olhos permanentemente baixos, embora impudicamente cravados em mim, sublinhados por uma boca muito vermelha e entreaberta.

Ela recomeça a contagem das moedas e as deposita próximas a mim que me afasto lenta e momentaneamente, para me aproximar com vigor interceptando sua mão com uma estocada latejante que ela recebe como um choque fazendo-a retirar o braço e permanecer estática com os olhos cravados na coisa quente que acabou de sentir de relance, para em seguida, desnorteada, deixar cair as moedas a esmo sobre o balcão; mas eu a ajudo a reiniciar a contagem e nessa tarefa meus dedos se aproximam dela, ao mesmo tempo em que os dela vêm até mim, nossos corpos arfam ardorosamente e da saia entreaberta a calcinha radiante ganha corpo e se esvai alternadamente, assim como os seios já quase transbordando fora do sutiã à mostra, me atraindo compulsivamente até minha mão se acercar da calcinha pulsante, enquanto a mão dela se dirige ao meu short e ambos nos aproximamos mais um do outro, quase subindo no balcão, e então a toco, sentindo o corpo pulsante da mulher em minha mão, que ela aperta para si com a sua, enquanto com a outra me segura como um cabo, e eu também a pressiono sobre mim ao mesmo tempo em que contorno o balcão e me aproximo até comprimir o meu corpo no dela, apertando-a, puxando-a para mim, sentindo o seu corpo arfar vigorosamente, sonoramente, contorcendo-se e esfregando-se em mim com vontade, ao ritmo que eu comando com mordidas e chupadas no pescoço e nuca e com as mãos que envolvem o seu corpo freneticamente adentrando o vestido, apalpando a pele em suas costas, cintura, libertando os seios para sugá-los gulosamente enquanto nossos corpos se buscam em ânsia de se penetrar, de se tornarem um só; desabotoo com avidez e ajuda os últimos botões que restam, e retiro-lhe a calcinha enquanto acaricio seu corpo inteiro vorazmente, saboreando cada centímetro da mulher em meus braços; sua respiração sonora e ávida me atiça e me leva a me fazer de maestro ao compor melodia, crescente e intensa, enquanto toco todo o seu corpo ritmando o som ofegante de sua respiração. Inebriado pela melodia lasciva ronrono e rosno em sua orelha enquanto a penetro com minha língua, fazendo aumentar a intensidade dos gemidos muitíssimo femininos e agudos que comando com meus toques até que nossos sons se intensificam a ponto de nos roubar o ar, até quase nos afogarmos estrondosamente em nós mesmos, até o momento em que deveríamos enlouquecer, quando então ela me puxa ardorosamente para dentro de si, para suas entranhas, em que eu mergulho avidamente, de um só golpe, para um alívio meramente momentâneo, rápido o suficiente para que busquemos mais ar e forças para recomeçar o estrepitoso embate acompanhado por nossos gemidos e sussurros arfantes reavivados a cada estocada de meu corpo sobre o dela, agora estirado entreaberto sobre o balcão, sugando a mim para dentro de si, me tragando, sorvendo.

Nosso dueto acompanhado pela respiração ofegante e pela percussão de nossos corpos sobre a madeira do balcão se intensifica em volume e ritmo me obrigando a mergulhar mais profundamente na mulher, a penetrá-la intensamente, perfurá-la, fundir-me a ela até encher plenamente os meus pulmões, soerguendo minha coluna, minha cabeça, forçando o ar em meu interior, pressionando todo o corpo fervorosamente, retesando-o inteiro para desabar em meio a luzes multicoloridas e um estrondo conjunto que me compele a uma última estocada impetuosa acompanhada por sonoros gemidos agudos da gostosa.

Ah, mulher, ah, mulher!


 

Nathalia

 

Tinha lido o comentário da moça sobre a falta de inspiração pela qual passava e pensou o que lhe parecia evidente: ela precisa de alguém para sonhar. Imediatamente refletiu sobre si mesmo, e, como em um espelho, percebeu que também lhe faltava inspiração; o diagnóstico que lhe deveria ter parecido óbvio foi surpreendente.

Permaneceu parado por alguns momentos até que seus olhos fossem atraídos pela foto da moça, na mesma página da internet em que lera o texto, em seguida leu e comentou mais alguns outros, especialmente um no qual ela descrevia a paixão, e que lhe evocou lembranças antigas e há muito esquecidas. Saboreou aquele momento como teria feito com uma sobremesa deliciosa, desejou o contato com a moça, e decidiu enviar mensagem para ela.

No dia seguinte havia resposta no correio eletrônico; trocaram umas mensagens, mas tudo muito distante, quase formal; nada concreto pareceria poder brotar daquele quase encontro, até surgir-lhe a ideia que chegou a considerar um clichê, e apesar disso, simples, direta e aprazível: escreverem juntos uma história. Enviou-lhe mensagem com a proposta, respondida afirmativamente no dia seguinte.

Imediatamente começou a escrever uma história que nem meio tinha, apenas uma ideia inicial se desenrolando de si mesma. Chegando ao quarto parágrafo viu a brecha para tocar a bola, salvou o texto e imediatamente o enviou anexado à mensagem curta, e o fez com a celeridade de quem corre para receber a bola na frente.

O texto anexado a um e-mail surpreendeu a moça. Não imaginava pudesse ter impressionado o rapaz. Em sua mente, as mensagens trocadas entre ambos significavam apenas um jogo de palavras, alguma mania de escritor. Após ler o texto por três vezes consecutivas, no entanto, a proposta de se unirem em uma história agradou-lhe, e resolveu estimulá-la.

Depois de muito pensar, a proposta lhe entusiasmou; há tempos não recebia nenhum incentivo a escrever, talvez pela ausência de alguém que a fizesse sonhar. Eis que surge então um inspirador, e os sonhos de volta.

A moça pensava no rapaz: moço direto, talentoso, misterioso... nunca tinha visto seu rosto, nem em fotos, o que atiçava a curiosidade até quase o insuportável. Quem seria ele? Seria mesmo um rapaz? um senhor?

 

A continuação do texto chegou pelo correio eletrônico já no dia seguinte. Sentiu ter recebido a bola como havia tocado, bem redondinha; estavam começando uma história juntos, agora eram os sonhos!

Criou um corpo para ela, só lhe conhecia o rosto, e sonhou; imaginou a moça morena e bonita que aparecia confiante e segura na única foto que dispunha...

Chegava na praia quase deserta de um dia nublado. Caminhou obliquamente na direção da desnecessária barraca azul fincada na areia a funcionar como senha: aquele era ele.

Encontros às cegas trazem certa apreensão: o risco de as expectativas fundadas em sonhos superarem a realidade nua é grande; muito provável que ao menos um dos dois idealize o melhor de todos os mundos. Mas não era o caso, e lá estava a morena caminhando decididamente em sua direção. Cumprimentaram-se com grande curiosidade, analisando e sorvendo cada detalhe do outro: rosto, corpo, gestos. Sorrisos e alegria; pareciam se conhecer havia tempos e já sentiam enorme intimidade.

Ela tirou a roupa com certo vagar, dando um tempo para ser observada com atenção. Foi talvez nesse momento que algo estranho começou a ocorrer: a respiração do homem descompassava nitidamente, parecendo faltar-lhe ar, o que não passou despercebido pela moça, embora ela nada tenha comentado; mesmo assim pareceu ter sido levada pela mesma falta de ritmo que agora embalava o peito de ambos. Estendeu uma canga na areia e o convidou a sentar ao seu lado.

A conversa era composta mais por risos que por palavras, cujo sentido parecia diluído pela curta distância entre ambos. Mas havia um encantamento, e as palavras soavam como música, melodia dulcíssima acompanhada pelo som das ondas.

Embora nenhum dos dois percebesse o dia era frio, mas se eles não o notavam, seus corpos percebiam e se encolhiam, e quando estavam quase juntos sentiram o agradável calor um do outro. Então os dois se tocaram gerando um turbilhão de emoções impulsionadas por corações indomáveis a querer roubar a cena, pulsando intensamente e muito acima do local devido, ocluindo o pescoço e impedindo com isso a articulação das palavras, que findaram deixando a percussão marcante do coração determinar o ritmo dos acontecimentos, marcado também pelo marulho e pelos lábios entreabertos.

E nesse ritmo ambas as bocas se buscaram e se encontraram, enquanto as mãos acariciaram freneticamente os corpos, e os puxaram no intuito absurdo de se diluírem, de se entranharem até mesclá-los ali sobre a areia, fundindo-os em um único ser a delirar de prazer.

Redigiu convite muito simples para um encontro na praia e o enviou à moça, juntamente com a história ao mesmo tempo sonhada e escrita.

O convite dizia:

 

Oi Nathalia,

Não revi esse texto que deve conter erros e certamente pode ser melhorado. Acho que ele pode ser continuado, mas o final com um beijo na boca me agrada, então penso que pode ser tido como terminado. Mas também acho que devemos ter duas histórias, e cada um publica uma.

Estou querendo te encontrar na praia. Beijo grande!

 

Tendo esperado alguns dias, não recebeu resposta da moça, levando-o a enviar novo convite. Foi o seguinte:

 

Olá Nathalia,

Peço desculpas por te incomodar, mas revisei aquele texto e não sei o que fazer com ele. Pensava em publicar no site da rede, mas não sei se você gostaria de ver expressa sua coautoria. Também não sei o que te desagradou, suspeito que o parágrafo do beijo ávido que revela desejo ainda maior, mas também penso ser excesso de pudicícia se incomodar com descrição de beijo. Suspeito poder ter ocorrido uma má interpretação do texto sugerindo a descrição de algo mais. Acredito ter descrito apenas um beijo, embora ávido de muitos outros desejos, mesmo assim alterei o parágrafo, entre outras partes, com o intuito de evitar outras interpretações.

Beijo.

 

Até hoje a moça pudica não se dignou a continuar a história, embora o convite para continuá-la na praia permaneça. Tenho certeza que a história real teria sido muito mais densa e colorida, e muito mais repleta de emoções, restam, no entanto, estas agradáveis recordações postas no papel, e a esperança de que elas ainda sejam, um dia, recebidas por Nathalia, com a mesma doçura com que receberia um beijo na boca.


 

A penetra

 

Tínhamos saído da praia para a casa de minha namorada. Namorávamos havia pouco tempo. Ela gostava de cozinhar pratos exóticos; nunca repetia um almoço, perfumado por variadíssimos temperos, até então, desconhecidos para mim.

Tendo tomado banho e almoçado, fomos para o quarto, quase todo ele ocupado pela cama em frente à janela. Apesar do calor no apartamento térreo, fechamos a veneziana para evitar olhares curiosos das janelas vizinhas.

O tesão usual de início de namoro se encarregou de enlaçar nossos corpos limpos e saudáveis, temperados na praia. Enquanto eu me deliciava com a chupada sôfrega que a gostosa aplicava gulosamente em meu pau, a veneziana se escancarou repentinamente, por uma surpreendente lufada de vento.

Minha forte miopia me obriga a usar óculos constantemente, sendo esse um dos raros momentos em que os retiro. Ainda assim, deitado na cama, o pau duro para cima, em vias de ser devorado pela gostosa ajoelhada entra minhas pernas, era impossível não ver, na janela em frente, bem próxima, um andar acima, uma mulher interessadíssima na cena, perscrutando nossos corpos com viva excitação.

Momentaneamente, a vista da mulher me roubou do deleite quase onírico em que me encontrava, levando o foco de minha atenção até ela, retirando-o assim da gostosa em luta com meu pau. A atitude entusiasmada da mulher, no entanto, sua excitação, me despreocuparam da necessidade de qualquer pudicícia. Concentrei-me nas sensações que a gostosa me propiciava, permitindo que a outra acompanhasse o espetáculo à curta distância do seu camarote.

Curiosamente, a personagem adicional, embora não convidada, acrescentava uma estranha e forte excitação ao ato. Embora eu não conseguisse discerni-la com nitidez, dada a ausência dos óculos, notava sua excitação, sua torcida, o que me estimulava ainda mais, fazendo com que o pau se empenhasse bravamente em sua luta com a boca devoradora, estocando-a duramente.

Tal bravura tem certos limites, o que me compeliu a levantar o corpo e me dirigir para as costas da gostosa que permanecia ajoelhada, languidamente, na mesma posição em que no momento anterior ansiava devorar minha trolha.

Contemplei a bunda gostosa arrebitada sobre as coxas grossas, a cintura fina, segurei-a pelos quadris e fui enfiando-lhe o caralho. Sob esse ângulo eu perdi a vista da mulher na janela, embora soubesse que estava lá, se deliciando com a cena, estimulando-a com olhares e movimentos ritmados inequívocos de sua participação no ato.

A visão do quadro era agradabilíssima; a bunda arrebitada, sobre as curvas da gostosa, exercitada em academia, queimada de praia, era por si extremamente excitante; os gemidos lânguidos, os movimentos sinuosos, tudo contribuía para a composição da cena extremamente excitante.

Ela também enxergava mal, ainda pior que eu; talvez por isso, não tenha percebido a presença da mulher, bem em frente. Mas enquanto eu lhe enfiava o caralho, lhe penetrava as entranhas, ela mantinha a bunda arrebitada e o rosto voltado para a janela.

Tendo sentido uma espécie de responsabilidade advinda do reconhecimento de estarmos a três, penetrava a gostosa de uma maneira exibicionista permitindo a visão do pau a se esconder dentro dela. Em outras circunstâncias, teria me debruçado mais sobre a mulher, no entanto, voltava meu corpo mais para trás, de modo a não encobrir com ele o centro do espetáculo. Destacava, assim, a lança com a qual penetrava gostosa, sem permitir, no entanto, que a mulher da janela distinguisse se eu lhe enfiava no rabo ou na boceta.

Eu movia meu corpo para um e outro lado ao me enfiar na mulher, ampliando as sensações tácteis, e expondo com nitidez o bicho em ação, para a curiosa na janela.

Quando os nossos movimentos se aceleraram compulsivamente, a mesma ânsia irresistível nos compeliu aos mesmos espasmos simultâneos; os três.


 

A escritora

 

Conheci Yara em um chat temático onde certo número de pessoas tinha alguma preocupação literária. Dias depois de termos nos encontrado, e de ela ter lido uns textos meus, acabou me mostrando seus escritos, que me agradaram bastante. Recomendei que ela trabalhasse mais em alguns daqueles, e os publicasse em seguida, no mesmo site onde eu costumava postar meus textos. Ela realmente tinha talento, suas estórias eram muito boas, e ela se viu encantada com sua nova situação; sentia-se uma escritora, e era vista como tal, mais pelos indivíduos do ramo que por seus familiares e pessoas mais chegadas, que ainda mantinham sobre ela sua antiga visão.

Suas narrativas eram sempre muito românticas, tocantes.

Foi talvez por tê-la transformado em escritora que desde logo nos vimos envolvidos em uma forte intimidade. Por alguma razão além de meu alcance, não costumo ser hábil em cativar pessoas e construir amizades, o que me faz suspeitar que sua nova condição, de autora, a tenha trazido para perto de mim, de qualquer modo, em pouco tempo estávamos muito ligados, numa relação que incluía confissões raramente reveladas durante toda a vida, tanto por um, quanto por outro.

Yara era casada havia muitos anos, e se proclamava fiel. Entre outras confidências, disse-me ter casado virgem, não tendo conhecido nenhum outro homem, exceto o marido. Colocações como esta me induziam a manter certa distância, a evitar certas intimidades que em outras circunstâncias eu já teria sondado. Mas foi, provavelmente, uma de suas confissões mais secretas que aguçou meu interesse por ela.

Tendo sido criada em isolamento, Yara não teve o mesmo aprendizado que as moças comuns, e nunca aprendera a se masturbar. Revelou-me ter descoberto a sexualidade através das estórias românticas lidas principalmente nos clássicos brasileiros. Dessa maneira, durante a adolescência, tinha sido pega de surpresa pela estranhíssima e intensa sensação de orgasmo ocorrida durante a leitura de um romance de Jorge Amado!

O mundo é surpreendente e muitas vezes admirável. Enquanto os mortais comuns se tocam e se excitam com as sensações tácteis provocadas em si mesmos, Yara buscava na leitura dos romances a saciedade dos intensos desejos que a assomavam, os mesmos que agitam todas as jovens saudáveis. Tal revelação me fez tentar imaginar a gigantesca paixão que os livros inexoravelmente lhe despertavam, me levando a concluir ser impossível imaginar o fascínio imenso que a ligava a eles. Pareceu-me impossível avaliar a magnitude da fascinação que tamanha fonte de prazeres deveria causar. Ao refletir sobre isso, nesse momento, sou invadido por uma série de sensações antagônicas enquanto tento avaliar os sentimentos que ela deve ter ainda hoje pelos escritores.

Havia já certo tempo que eu me surpreendia interessado por moças muito novas, o que pode parecer natural para a maioria, mas não tendo sido a tônica de minha vida, vinha sendo motivo de reflexão. Durante quase toda a existência, preferi moças mais maduras, ou, ao menos, as não tão novinhas quanto as que me têm chamado a atenção já desde uns poucos anos. Andava a imaginar o que teria me levado a mudar meu foco.

Mas Yara não era tão novinha, e mesmo assim começava a me estimular mais do que o esperado. Não foi difícil eu descobrir o que a tornava excitante para mim: não a conhecendo pessoalmente ainda, gostava das poucas fotos que dela tinha visto. Também me agradava a nossa conversa, mas percebi que, sobre todas as coisas, me fascinava a possibilidade de excitá-la com as palavras que escrevia. Fiquei a imaginar o quanto as letras deveriam ser excitantes para uma moça que nunca havia se masturbado, e que não conhecia outro homem além de seu marido, que não a tocava já havia anos. Estaria, certamente, sedenta de emoções eróticas embebidas em palavras escritas, as únicas a que se permitia entregar. A suposição desse intensíssimo erotismo implícito em nossas palavras acarretou em mim o mesmo sentimento, como se refletido. Assim, a suposição do erotismo de nossas letras me evocava sucessivas visões que passaram a dificultar o meu sono, impedindo-me de dormir ao deitar, despertando-me no meio da noite em meio a desejos intensos. Foi essa situação que me levou a enviar-lhe o seguinte mail, iniciado com uma introdução gaiata o suficiente para permitir uma explicitação erótica até então proibida entre nós:

 

Olá Yara,

Já são quase dez e eu deveria ter ido dormir, mas está muito quente aqui, dia de quarenta graus, e talvez por isso não estou na cama. Estava terminando a leitura de São Jorge dos Ilhéus, mas deixei o final para amanhã. Entre um capítulo e outro, lembrava de nossa conversa de hoje, e pensava em vir aqui te escrever algo.

Eu faço um modelo simplista do erotismo individual baseado em um sistema hidráulico, e que pode ser chamado “panela de pressão”. De acordo com este, o orgasmo funciona como uma válvula aliviadora da pressão erótica contida no corpo, como em uma panela de pressão. Liberada a pressão, o fogo volta a aquecer o sistema reiniciando um novo ciclo que há de terminar do mesmo modo que o anterior. No seu caso, ocorre, no entanto, que você se recusa a abrir a válvula liberadora de pressão, o que deve acarretar uma situação extremamente explosiva!

Devo confessar que a mera imaginação desse fato me atiça enormemente. Fico me imaginando a cutucar seu corpo com a ponta de meu dedo, com o intuito de observar seus movimentos e sua respiração em resposta à cândida ação. Na verdade, gostaria de usar a ponta do dedo apenas para iniciar o processo, pretendendo dar sequência com toques mais ritmados, efetuados com o propósito de te tocar como um instrumento musical. Talvez pareça surpreendente, mas adoraria te ouvir enquanto te tocasse. Aliás, te imagino como um violão e adoraria te acariciar desde a cintura, embora sabendo que o som não se assemelhe ao do instrumento de corda, soando mais como algum de sopro. Ia adorar nos transformar, nós dois, em foles, e mais ainda, reger nossa canção improvisada com minhas mãos em teu corpo.

* * *

Também imaginei você vindo aqui no Rio, e me encontrando em uma pequena praia aqui perto, Arpoador, rodeada de montanhas. Acabei incrustando entre a leitura do livro, umas visões desse encontro imaginário.

Eu te levava até o cimo da montanha, de onde podíamos avistar duas praias, Arpoador e Ipanema, uma de cada lado. Enquanto contemplávamos a bela vista, eu te enlaçava o corpo e mordiscava a sua nuca, te puxando de encontro a mim.

Imaginei que após uns breves momentos em que minhas mãos sorviam o seu corpo avidamente, e que meu queixo arranhava seu ombro, com o meu corpo colado às suas costas, você relutava e pedia que eu me afastasse com a respiração arfante. Nesse momento eu libertava o seu corpo, mas pedia uma condição, que você me perguntava qual, ao mesmo tempo em que voltava o seu corpo para mim. Ainda muito juntos, eu te explicava a minha exigência, ao mesmo tempo em que comprimia o seu corpo ao meu com uma das mãos, enquanto a outra te subia por entre as coxas, para te pressionar intensa e ritmadamente ao te perguntar se queria mesmo que eu parasse.

Imaginei nossas respirações profundamente aceleradas, nossos corpos se comprimindo um no outro, e nossas bocas se buscando com avidez, minha língua te penetrando, abrindo caminho, junto com minhas mãos a percorrer seu corpo, a te sentir e te desnudar, tirando sua roupa para te ter ali mesmo, sobre a montanha.

Este e outros pensamentos análogos estavam dificultando minha leitura, mas lembrei que uma das formas de reduzir a pressão que inexoravelmente atrapalharia também o meu sono, consiste em escrever sobre o assunto, como você já deve ter notado.

Aliás, lembrei que quando reuni meus textos eróticos para um livro, considerei haver um excesso de textos baseados na rede, engendrados em conversas virtuais.

Fico imaginando em que grau você mantém sua pressão, e que isso deve dar um enorme combustível para a escrita de textos eróticos, com o que tentei colaborar acrescentando lenha na fogueira com as palavras acima. Sugiro que você utilize o fogo para forjar histórias

Um beijo na barriguinha ;-)

 

O texto contendo o e-mail prosseguia com indicações de tópicos para a continuação da mensagem. Foi enviado assim truncado mesmo, acrescido de uma introdução para amortecer a recepção a tais palavras.

Apesar do temor com que lhe enviei o e-mail para senhora tão pudica, ele foi bem acolhido, suspeito até que com enorme entusiasmo, embora isso não tenha sido explicitado nas respostas subsequentes, mas a inexistência de qualquer recriminação era incentivo suficiente para continuar o assédio. Minha excitação com ela era proporcional à que eu imaginava estar-lhe causando.

Assim, o relativo sucesso dessa primeira estocada me induziu a enviar-lhe outras mensagens de teor similar, com o intuito de nos levar ambos à loucura. Não demorou muito tempo até ela conseguir um pretexto para vir à cidade. Enlouquecidos como estávamos, era mesmo impossível que não arranjássemos um jeito de nos encontrar. Os desejos, se intensificados a extremos, podem transtornar toda a vida, roubando nossa atenção, tirando a concentração para as atividades cotidianas, alterando a fome, e mais que tudo, impedindo o sono, conturbando toda a tranquilidade noturna. Tão vasto conjunto de tribulações tende a atrapalhar cada momento da vida, dificultando até a ação mais banal e corriqueira, o que pode ensejar inúmeros pretextos para mudanças de ares e consultas médicas.

Sem dúvida ambos conhecíamos a origem de tais transtornos, sabíamos também qual seria a sua cura.

Foi na praia, pela manhã bem cedo que nos encontramos. Ela havia chegado de noite, mas preferiu me encontrar apenas pela manhã. Era madrugada ainda, o sol surgindo encoberto pelas nuvens e por uma névoa que se espalhava por toda o litoral. Tínhamos dormido ansiosos com o encontro, e acordado mais de uma vez com a impressão de já ser a hora. O sol ainda não havia nascido quando levantamos ansiosos por nos encontrarmos, e nos dirigimos para a praia, os dois, antes mesmo da hora marcada.

O encontro não deixou de causar certa estranheza, mas muito breve. Em poucos momentos nossa intimidade já havia se imposto.

A moça, goiana, não conhecia o mar e se mantinha enfeitiçada também pela paisagem. Tanto o vai e vem das ondas, quanto a neblina intensa contribuíam para a magia do momento. O mar estava agitado como de costume, mas decidimos entrar mesmo assim, embora apenas na beira, por um temor natural e intenso da moça pelas ondas bravias.

O movimento das águas embalava a enorme felicidade que nos invadia. Yara era uma lourona imensa peituda e gostosa, mas delirava com as ondas como uma criança, confiando em meus braços para salvá-la da selvageria do mar, e me permitia contemplar seu corpo enquanto permanecia embalada sob a magia hipnótica do oceano.

Nossos corpos se encostavam frequentemente, ela se apoiando em mim para enfrentar as ondas, eu amparando-a e trazendo-a para mais perto, até que uma das ondas a comprimiu sobre mim de um modo intenso, encaixando-nos de uma maneira natural e agradabilíssima, antes de derrubá-la, carregando suas pernas, e fazendo-a agarrar-se a mim com os braços, colando o rosto ao meu corpo, ao meu pau duro que se impunha naquele instante clamando sua atenção. Por alguns momentos Yara permaneceu enfeitiçada por ele, desligada do mundo e das ondas, antes de se levantar para, desatenta, ser chacoalhada por nova onda.

Dessa vez, quando suas pernas foram carregadas pelas águas, e seus braços agarraram o meu corpo, seu rosto deslizou pelo meu peito e barriga, até se encontrar mais embaixo, pressionando o pau duro que já lutava para se libertar do calção. Segurando sua cabeça, entre uma onda e outra, guiei-a sutilmente, como em uma dança, até encaixar a trolha, que já brotava para fora, em sua boca. Comprimi a gostosa no meu pau; enfiei-o em sua boca, esfreguei-lhe no rosto, e logo a puxei para fora d’água.

Acariciei avidamente todo o seu corpo, suas costas, seus peitões, suas coxas, enquanto a chupava e comprimia o pau duro sobre ela.

Uma onda mais intensa ainda nos envolveu ali na areia, tirando o parco equilíbrio que nos restava em meio ao desatino em que nos víamos imersos. A vaga a obrigou a se apoiar com ambas as mãos no banco de areia que crescia ao lado, apontando para mim a enorme abundância que engolia o pequeno biquíni. Aproximei-me da gostosa colando-me a ela, segurando seus cabelos como uma crina, ou rédea, para, com outra mão, sentir, sugar e acariciar seu corpo puxando-o para mim.

Tendo libertado, apalpado e apertado os peitos fartos, e enquanto abaixava o seu biquíni, comandei, ainda segurando seus cabelos.

— Arrebita esse rabão pra mim, gostosa!

Joguei seu biquíni para a parte mais seca da areia, e a moça peladona empinou a bunda carnuda cujos movimentos eu comandava com rédea e voz. Chupei a boca entreaberta da gostosa que se oferecia para mim ao mesmo tempo em que pressionava meu pau na bunda farta. Desci uma das mãos por suas costas, acariciando-a e contemplando o seu corpo sensual e carnudo, passando pela bunda e comandando-a para que arqueasse a coluna e arrebitasse ainda mais aquele rabão voluptuoso e enlouquecedor que eu acariciava com a minha mão. Pressionei seu cu com meu dedo compassadamente, em um ritmo que o induziu a permanecer piscando. Observei aquele cuzinho abrindo e fechando como a boca de um peixe a querer me sorver e sugar. Coloquei ali a cabeça do pau, e apertei tentando me enfiar, mas o bicho não entrava. Peguei minha blusa que jazia na areia ao alcance da mão e a coloquei perto de seu rosto para que mordesse. Comprimi suas costas fazendo seu ombro tocar o chão enquanto arrebitava ainda mais a bunda gostosa cujo cu piscava avidamente. Enquanto ainda segurava seus cabelos, comandei aquele abrir e fechar com meu dedo, até encontrar o momento de enfiá-lo. Disse para ela morder a blusa; quando ela o fez, retirei o dedo e vagarosamente enfiei-lhe o caralho!

Enquanto ela mordia a blusa e se contorcia, eu era tomado por uma compulsão sádica que me compelia a enfiar-lhe cada vez mais profundamente o pau duro. Ela quase se desesperava, mas eu impedia que se expressasse latejando o pau, endurecendo-o ainda mais, e penetrando-lhe mais profundamente quando ela ameaçava pedir clemência. Eu mordia a nuca e os ombros da gostosa enquanto lhe enfiava o pau duro no rabo, em meio à praia deserta enevoada. Creio que em certo momento, um transeunte, uma mulher, até passou perto de nós, mas estávamos absolutamente concentrados em nosso embate para darmos atenção a qualquer coisa que emergisse da névoa em torno.

Entre uma e outra estocada, eu acariciava o corpo da gostosa, observava suas formas arredondadas e suas carnes tenras e fartas. Permitia um breve descanso, cujos gemidos suaves decorriam apenas do pulsar latejante do caralho duro enfiado em seu rabo. Logo em seguida eu a penetrava ainda mais fundo, vagarosamente, em meio a mordidas no ombro e apertos na polpa da bunda carnuda. Permanecemos longamente naquele jogo sádico e sensual, até eu enfiar-lhe inteiramente a trolha, sentindo sua bunda em minhas coxas, suas costas em minha barriga e meu pau duro aconchegado pela gostosa. Depois tirei-o devagar, permitindo-me umas estocadas eventuais para roubar mais uns gemidos intensos.

Quando retirei o pau de dentro dela, virei-a, deitei-a na areia, abri-lhe as pernas que jaziam relaxadas e enfiei-lhe na boceta. A gostosa permanecia quase inerte, exausta. Enfiei-lhe vagarosamente a princípio, para em seguida estocá-la com avidez, sofregamente, apalpando-lhe o corpo gulosamente, apertando-a, e mais que tudo, penetrando-a com voracidade.

Gozei muito na gostosa que naquele momento emanava apenas uns suaves gemidos muito femininos de satisfação.

Nos dias que se seguiram, enquanto permaneceu no Rio, eu a comi de todos os modos que sabia. Devoramo-nos, contínua e avidamente durante toda a sua breve estada na cidade.


 

Nath

 

Não era a primeira vez que os dois jovens ficavam sozinhos na casa da moça. Colegas de escola, viviam uma situação enlouquecedora; pela manhã em sala de aula, olhavam para o professor enquanto sonhavam com o próximo encontro a sós. Rememoravam os momentos mais excitantes da última vez, repassando o mesmo filme delicioso na mente por dezenas de vezes; corrigindo aqui e ali cada um dos instantes que beiravam o paraíso, mergulhando neles em sonhos, intrepidamente, de corpo e alma.

Recapitulavam os detalhes dos acontecimentos passados planejando arroubos ainda mais ousados para o próximo encontro; entre uma e outra explicação do professor, investidos de uma coragem onírica arrebatadora, rompiam todos os impedimentos e se entregavam um ao outro completamente, com enorme avidez.

O reencontro a sós, no entanto, reerguia barreiras impedindo a consecução dos projetos tantas vezes imaginados e antegozados.

Foi talvez por descuido da moça, ou por indução, que o jovem se deixou levar pelo arroubo momentâneo desabotoando a calça da bela para cair de boca na bocetinha ainda completamente virgem.

Uma vertigem estonteante transpassou todo o corpo da menina, retesando o seu corpo e ofertando assim .ainda mais explicitamente, a boceta tão ávida quanto a boca que a sorvia alucinadamente. Um prazer absurdamente intenso inundou a moça, retirando-a do mundo, mergulhando-a em uma sensação irresistível, obrigando-a a abaixar mais a calça, liberando assim a abertura das pernas para permitir a continuação do avanço da boca ávida em suas entranhas.

A menina abriu as pernas possuída por um desejo alucinado de engolir a boca que chupava sua boceta sofregamente. Em meio a contorções caóticas, a lindinha puxou a cabeça que a chupava para mais dentro de si, imprensando-a com a boceta arreganhada, suculenta e sedenta.

As sensações deliciosas se sucederam em mosaico, até a explosão luminosa embalada pela respiração ruidosa e descompassada, quando a loucura tornou-se uma placidez extrema.


 

Édipo e Jocasta

 

Édipo

 

A mesma quadrinha chula lhe martelava à cabeça; os mesmos versinhos ignóbeis que escalavraram sua adolescência o corroíam novamente. Não era o mau gosto daquelas palavrinhas quase ingênuas que o atormentavam, era a reabertura de antigas feridas, profundas e nunca cicatrizadas de todo; traziam aquele sabor amargo, a sensação desagradabilíssima na garganta, a opressão no peito, o desconforto e o cansaço no corpo inteiro.

Toda aquela desgraça desabava-lhe de imediato sempre que ouvia a quadrinha, ou mesmo quando não a ouvia e mesmo assim de algum modo ela se desencavava de algures nas profundezas de sua mente. Nessas ocasiões tentava afogar a musiquinha hedionda, enterrá-la sobre algum peso enorme, mas só o conseguia com muito esforço e esgotamento, não podia tolerar o esmagamento angustioso causado pelas atemorizantes e monstruosas palavras, pois era assim que ele as ouvia, ainda que não passassem de um mero divertimento pueril.

Mas aquelas palavras eram ouvidas por ele sem o seu cunho metafórico, transformavam-se em um pesadelo de formas quiméricas e bizarras, as mesmas que os atemorizavam desde muito jovem, pois tais palavras tinham o poder de fazê-lo voltar quase à infância, ao começo da tragédia. Era como se por encantamento ele voltasse por inteiro ao passado, aos momentos de angústia profunda sob o escárnio dos coleguinhas de classe, a cantoria repetida e repetida, os risos e gritos agudos da turba, e a incompreensão e a confusão resultantes.

Naquele momento o pacote de angústias lhe abatia novamente transportando-o uma vez mais a outros tempos, enquanto o maldito assovio era ouvida à distância, pois eram necessárias apenas meia dúzia de notas musicais para que irrompesse o brutal conjunto de sensações e imagens que aniquilava sua alma.

Em sua cabeça o som torpe do assovio preenchia-se com as malditas palavras: cu da mãe tem dente... .

 

Sobre a inveja

A inveja carrega sempre consigo uma armadilha que acaba por sugar por inteiro a vida daqueles que por ela se deixam agarrar; torna-se especialmente perigosa, quase inexpugnável, quando passa a ser por si só uma meta: a inveja pela inveja; invejar e ser invejado; a inveja que embebe por completo o mundo em torno e que faz com que toda a vida seja dirigida por ela, cuja meta é apenas a de causar mais inveja. É desse modo que a inveja se alimenta e cresce, além disso, o sentimento infame se reproduz em torno, gerando mais inveja ao redor, corroendo todas as coisas até que nada mais exista por perto que não esteja permeado e carcomido por ela.

Por vezes tal miséria se abate sobre gente ainda muito nova, que direcionada por guia tão desnorteador, passa a tomar por alvo exclusivamente o objeto de inveja.

As mulheres assoladas por tal calamidade fingem muitas vezes buscar a beleza, a elegância, ou qualquer outra meta usual; muitas delas parecem mesmo crer que buscam tais atrativos, quando o que querem de fato é apenas causar inveja, e frequentemente conseguem o seu intento, gerando enorme inveja em outras mulheres que são como elas próprias, num espetáculo insano que poderia ser até divertido não fosse tão horrendo. Digo que seria divertido, pois enquanto fingem buscar a elegância, a beleza, ou suas outras pretensas metas, perdem-se por completo. Uma vez guiadas e cegadas pelo sentimento nefasto que as corrói, não sabem o que é o belo, nem o que é a elegância e nem o que é, de fato, qualquer outra coisa que não seja a inveja, e são levadas assim ao extremo oposto de feiura, deselegância e de outras qualidades repulsivas em uma tragicomédia deprimente e profunda.

Mas, finalidades e meios são por vezes coisas tão confusas e imbricadas que se confundem e se embaralham, e a inveja costuma causar, entre tantos outros males, uma espécie de cegueira que faz com que apenas o objeto de inveja possa ser visado, e acabam por deixar o ser invejoso como que sem rumo, em meio a um emaranhado de objetivos vãos que o conduz a esmo por toda a vida, numa busca reles e fútil; e quando tais objetivos, mais que fúteis, são malévolos, compõem uma vida desgraçada e nefasta, tanto para si, quanto para os que se lhes aproximam, de modo que a frivolidade extrema de suas ações hediondas acaba por se transmutar em algo ainda pior.

No entanto, a tais mulheres nada disso importa, já que o que lhes interessa é apenas serem invejadas. E assim o hediondo sentimento se alimenta de si próprio e cresce mais e mais à medida que gera inveja nas amigas, que lhe retribuem espicaçando de volta a inveja que sentem.

E é assim que se alimenta e cresce o sentimento podre e cáustico que corrói tudo ao redor e até a si mesmo; emoção asquerosa e vil.

 

Jocasta

 

A inveja; poço de inveja.

Fora desde a infância corroída pela mais profunda inveja. Quis ser invejada; quis sempre ser invejada, e essas poucas palavras eram suficientes para descrever, do início ao fim, sua vida tão lamentável quanto mesquinha: invejar e ser invejada.

Os sentimentos ácidos e corrosivos a haviam agarrado quando muitíssimo jovem, de tal modo que não se lembraria de algum tempo em que a inveja não fosse a chama flamejante a guiar todos os seus caminhos, e foi sob tal luz que bem nova decidiu que seria chique e poderosa, embora o que quisesse fosse tão somente ser invejada, sem que nada mais lhe importasse, e nunca se enganou em acreditar que ser chique e poderosa pudesse ser sua meta; de si para si, e guiada pela própria inveja, sempre teve muito claro que seu desejo e finalidade na vida era causar inveja, e qualquer ato que esboçasse em todo momento de sua vida consistia apenas num meio para atingir sua finalidade última: a de causar inveja, embora seja certo que algumas de suas ações mais vis tenham tido como finalidade apenas abrandar sua própria inveja, que em certas ocasiões era tão aguda e extrema que se fazia insuportável.

Por tudo isso não surpreendia que sua deselegância fosse tão profunda, e que sua pouca beleza superficial nunca conseguisse encobrir a feiura extrema e corrosiva que tentava em vão encobrir. No entanto, nada disso tinha significado em sua vida; o que lhe interessava era a inveja.

E houve o dia em que se deparou com a amiga que ostentou para Jocasta um homem muito jovem, e como de costume a inveja lhe aguilhoou alma. Mas bem ali ao seu alcance estava o jovem Édipo; vagava cega de inveja quando envolveu seu próprio filho e o teve para si, acreditando poder com isso causar inveja, enquanto mais uma vez só gerava a podridão nefasta que corrói e corrompe.

É com asco que deixo Jocasta imersa na putrefação que ela mesma expele e que é o alimento de sua própria alma, enquanto nutre a inveja infinita que a alimenta e a destrói.


 

Letícia

 

As recordações eróticas mais antigas de Letícia remontavam a umas brincadeiras com os amigos. Costumava se despir e se exibir para a turminha, coisa que fazia com certa naturalidade e do mesmo modo que as outras meninas. O que sublinhava, de fato, essa e outras lembranças análogas em sua mente, não era propriamente a brincadeira infanto-juvenil, mas um acontecimento mais marcante que se seguiu a ela.

Foi durante o final de uma tarde de domingo; exatamente no momento em que Letícia se exibia, tendo sucedido a exibição de outra amiga, um homem irrompeu sisudo no “palco”, esbravejando contra o espetáculo vergonhoso.

Desabaladamente, todos deixaram a plateia, restando ali, apenas, a pobre menina, peladinha, a ouvir o sermão do desconhecido que ralhava com ela ininterruptamente, enquanto a pobre, com as faces quase ensanguentadas de tão enrubescida, permanecia de cabeça baixa, os braços cruzados sobre os seios incipientes, envergonhadíssima e inerte; um fio de água a escorrer por suas pernas, incapaz de se conter.

A lembrança seguinte transcorreu na mesma hora e local, na semana seguinte, ela ainda se lembra. Tendo demorado um pouco mais do que devia em sua exibição, foi novamente flagrada pelo homem, mais uma vez completamente nua. A repetição da cena talvez tivesse gerado uma certa atenuação nas emoções, o que não ocorreu, talvez devido à ênfase maior do homem, que a instou a se comportar como se não tivesse vergonha, já que era uma desavergonhada, devendo portanto descruzar seu braço, exibindo todo o corpo, como sem-vergonha que era.

O discurso mais enfático do homem, assim como suas ordens para descobrir os seios, a deixavam ainda mais vexada que da vez anterior. A cabeça baixa, o olhar mirando o chão, as faces muito rubras, o líquido escorrendo pelas pernas, explicitavam a imensa vergonha que a menina sentia.

Mas a imensidão da vergonha não a impediu de ser flagrada novamente, no mesmo horário e local, estando novamente incapacitada de fugir, paralisada pelo medo e pela vergonha. Uma vez mais o homem prorrompeu seu discurso vergonhoso, instando-a a descruzar os braços coerentemente, desavergonhada que era. Dessa vez, para cumular ainda mais a vergonha da menina, ordenou que ela se virasse, que lhe mostrasse o corpo todo, e que continuasse a se exibir como se seus colegas estivessem ali; o que ela se viu compelida a fazer, mas não da forma alegre e natural como teria feito par os amigos, mas de uma maneira envergonhadíssima, com os olhos sempre baixos e o corpo quase sempre encolhido, exceto a pedido do homem, para cumprir à risca a exibição que faria aos coleguinhas.

Letícia se lembra que o episódio se repetiu regularmente por várias semanas, até uma vez em que os colegas permaneceram com ela ante a chegada do homem, que dessa vez permaneceu no local por apenas poucos instantes, nunca mais retornando.

 

Outra estranha recordação de Letícia data de um tempo em que já não era apropriado que ela descesse pelo escorrega, tendo-o feito mesmo assim. Ao iniciar a descida, de alguma estranha maneira, seu short ficou atado à borda do aparelho, de modo que ela desceu deixando ali parte da roupa. Flagrada peladinha por todas as crianças a brincar no parque, e pelas babás que acompanhavam umas delas, a menina ficou ali plantada por um longo tempo, incapaz de dar um fim à situação, até que, completamente vexada, se dirigiu para casa, envergonhadíssima, a cabeça baixa, desolada, o corpinho nu abaixo da blusa curtinha.

Aliás, a jovem Letícia tornou-se uma trapalhona, tendo se metido mais de uma vez, inexplicavelmente, em situações nas quais se via pelada em público, como se imersa em pesadelo brutalmente vergonhoso.

 

Já houve quem dissesse que a sexualidade humana é tão estranha que até a normalidade pode ser considerada normal. Assim, como era natural, um dia a jovem começou a namorar. Veio um namorado, depois veio outro, até que a moça resolveu se entregar a um deles, depois a outro. Acabou por constatar, para seu profundo descontentamento, que não tinha nenhum interesse nas relações sexuais. O coito era decididamente chato, incômodo mesmo. Desde o início, quando ainda experimentou um entusiasmo ao se ver peladinha pela primeira vez naquela circunstância, considerou a coisa demorada, arrastada. Teve que confessar a si mesma: sexo era um incômodo, um estorvo.

Um dia, no entanto, um evento fortuito a sensibilizou profundamente, restituindo seu interesse por sexo. Tendo esquecido a chave na ignição de seu carro, sem nenhuma ideia de como reavê-la, viu-se na contingência de pedir ajuda a um rapaz que passava. O jovem constatou que as portas estavam fechadas, mas que seria possível entrar pela janela, deixada semiaberta. A moça perguntou se ele poderia fazer aquilo, mas ele respondeu ser mais fácil para ela, por ser menor, tentar passar pela abertura estreita do vidro; além disso, ele poderia ajudá-la, erguendo-a até a altura certa e empurrando-a para dentro, caso necessário.

A moça resistiu à ideia por um tempo, mas acabou cedendo, pedindo então ao rapaz que a ajudasse empurrando-a para dentro do carro. Estando com um vestido muito curto, convieram ser necessário esperar um momento em que ninguém estivesse passando, quando então ela pediu que ele o ajudasse e se enfiou pela fenda estreita da janela entreaberta.

Tendo entrado no carro até a cintura, a bundinha protuberante, apoiada em coxas grossas acabou enganchada na janela, enquanto o movimento da moça fazia o vestido curto e solto se libertar do corpo, deixando uma bunda gostosa surrealisticamente presa à janela do carro, exposta à luz, nuinha, como se fosse a face sorridente e pura de uma criança.

De dentro do carro, em meio à agitação despropositada e contínua das pernas, a moça gritou pedindo que o rapaz a empurrasse, ordem provavelmente mal interpretada, que o rapaz acatou segurando as pernas da moça e enfiando-lhe gulosamente a boca na boceta alvoroçada.

Para a moça, aqueles momentos tiveram a força de uma verdadeira revelação mística. Embora coberta de vergonha, temendo o juízo dos passantes perplexos, com a bunda engastada do lado de fora da janela do carro, tendo acoplada uma cabeça ávida a sugar-lhe as entranhas, a moça gozou enlouquecida, descobrindo uma sensação inaudita e extrema.

Foi paixão à primeira vista: tendo conseguido entrar, posteriormente, no carro, retirou toda a sua roupa, abriu a porta, e recebeu o rapaz sedento ali mesmo, no estacionamento, às vistas de dezenas de transeuntes.

 

Apesar do primeiro encontro bombástico, Letícia logo descobriu que na cama as coisas não funcionavam; mas transcorriam maravilhosamente no elevador, nos estacionamentos, nos corredores, escadas, em mil outros lugares improváveis, onde tais prazeres não poderiam ocorrer. Assim, a paixão foi avassaladora, e em poucos meses estavam casados.

Certos acontecimentos têm, provavelmente, um peso mais marcante do que deveriam. Uma vez casados, o marido resolveu que não conviria mais fazer determinadas coisas. Letícia tentou, mas tal resolução foi quase a morte.

As tentativas na cama eram um fracasso, cada vez mais incômodas, desagradabilíssimas, irritantes; além delas a impossibilidade de renovar o prazer, de gozar as delícias que lhe faziam sentir-se viva a transtornava imensamente.

Logo na primeira viagem do marido, uma ânsia gigantesca inquietou Letícia; vinha tramando aquilo, sonhando dia e noite, e quando se viu livre não conseguiu tirar a ideia de sua mente até executá-la.

Era madrugada, impossível dormir, atormentada pela inquietação brutal, por uma excitação desenfreada embora difusa. Levantou da cama, pegou a chave reserva de casa, foi até o orelhão e a depositou, sobre o aparelho.

Retornando a sua casa, Letícia tirou toda a roupa, calçando meia e tênis. Uma estranha excitação tomou conta dela ao sair de casa, trancar a porta, e jogar a chave por baixo dela. Letícia estava nua, e sem a chave de casa! A sensação era ao mesmo tempo excitante e vergonhosa. A moça levou a mão à boceta já molhadinha, mas temeu estar sendo observada através de olhos mágicos. Pegou o elevador e saiu do prédio.

Não cumprimentou o vigia noturno perplexo com a cena, e ainda em dúvida se a mulher pelada à sua frente era real. Deixou o prédio e se esgueirou pela rua deserta até o orelhão, no outro quarteirão. Temia estar sendo observada de alguma janela. Menos envergonhada ao constatar a rua deserta, pegou a chave e retornou para casa. Entrou no prédio com a cabeça baixa, muito envergonhada pelos trajes, subindo pelo elevador de serviço para fugir das vistas gulosas do porteiro, embora soubesse que ele a observava pelo circuito de câmeras.

Chegando em casa, Letícia tirou os tênis e mergulhou na cama deliciada, afagando o próprio corpo voluptuosamente. Naquela noite, saciada, dormiu como um anjo.

Os dias que antecederam a viagem seguinte do marido foram de uma expectativa quase torturante; planejava uma ida solitária ao shopping. No mesmo dia da viagem, a moça não conseguiu se conter, desceu o elevador, vestida de tênis e meia, e se enfiou direto no carro, estacionado na garagem subterrânea do prédio. Dirigiu até o estacionamento do shopping, onde tinha apenas quinze minutos gratuitos; caso excedesse esse tempo, seria obrigada a descer do carro para comprar o bilhete de saída, nos trajes completamente inapropriados que vestia: tênis e meia.

A iminência de passar por situação tão vexatória a excitava muitíssimo, obrigando-a a se masturbar delirantemente ante expectativa tão vergonhosa e excitante. Paradoxalmente, o temor de que a masturbação consumisse um tempo excessivo, suficiente para obrigá-la a descer do carro, a excitou loucamente, finalizando seu ato solitário em meio a um delírio explosivo, para despertar do gozo, ligar o carro apressadamente e voltar para casa deliciada.

 

Um acontecimento posterior plantou-lhe na mente uma nova ideia completamente absurda; tendo cortado as pernas de uma de suas calças, no intuito de deixá-la mais sensual, percebeu que o tecido se esgarçava rapidamente. Ficou muitíssimo tentada a sair com a calça, que se dissolveu antes mesmo de cruzar a porta, sob os protestos do marido que antevia claramente o resultado da cena.

O evento, no entanto não saiu de sua mente, de maneira que quando o marido viajou mais uma vez, Letícia já havia comprado outra daquelas calças, muito justa e sensual. Sentia-se bela e confortável vestida na calça, o que a deixou meio penalizada ao recortar o triângulo que deveria cobrir sua boceta; animadíssima ante a perspectiva que se descortinava.

Letícia saiu pelas ruas da cidade vestida na estranha calça, portando uma bolsa que utilizava, pudicamente, para esconder a xana desnuda, às vistas dos que lhe cruzavam o caminho. Tão envergonhada quanto excitada, Letícia tratava de cobrir a boceta ao perceber os olhares atônitos dos circunstantes mirando-lhe a boceta exposta, sem calcinha. A caminhada contínua esgarçava constantemente a calça, aumentando-lhe o rombo, deixando-a cada vez mais exposta, até a bolsa se tornar insuficiente para esconder a boceta latejante, acariciada suavemente pelo vento fresco.

A iminência de que a calça se destruísse completamente, restando apenas as pernas, a excitou e a fez retornar para casa. O temor justificado de que a calça não resistisse à volta ao lar elevou-a a tal estado de excitação que não conseguiu resistir à ânsia de se masturbar ainda no elevador, já liberta dos trapos restantes da calça destruída.

 

Teve que esperar a viagem seguinte do marido para implementar um novo plano, extremamente excitante; comprou um vestido muito curtinho, de fato uma blusa; justa e sem alça, e foi passear com ela. Tendo caminhado pelas ruas com seus trajes audaciosíssimos, ousou entrar em uma loja movimentada, onde um ou outro freguês a alertava para o fato de que seus mamilos transbordavam, insubmissos, do pequenino vestido. Muito envergonhada ante o comunicado, tratava de puxar o vestidinho para cima, cobrindo pudicamente os peitinhos, mas descobrindo, assim, a boceta desnuda, raspadinha, sem nem um fio de cabelo para ocultá-la.

Houve quem alertasse a doce jovem, envergonhadíssima, que sua boceta se expunha despudoradamente, tendo ela esquecido de vestir uma calcinha. Alternando puxões no vestidinho, para cima e para baixo, no impossível afã de cobrir ambas as partes, comandada pelos circunstantes abalados pelo absurdo da situação a moça quase se derretia de vergonha e excitação, tendo permanecido um bom tempo na loja a subir e descer o vestido sob as ordens e olhares dos outros fregueses.

 

Letícia teve que retornar a sua casa, ansiosíssima para iniciar uma masturbação enlouquecedora que a levaria aos extremos do delírio erótico. Gostaria de, eu mesmo, imaginar novas peripécias para Letícia, mas minha pobre imaginação é insuficiente para rivalizar com a dela, flamejada pelo desejo erótico irrefreável, pelos delírios sensuais a banhar sua nudez, tão imprópria, quanto excitante.


 

O Pintor

 

A moça não se sentia à vontade. Permanecia deitada nua em um grande colchão, com apenas um lençol de seda cobrindo partes de seu corpo, enquanto o homem que ela nem conhecia, de pé, olhava para ela daquele modo estranho, com o olhar esgazeado esquadrinhando o seu corpo. Muitos homens já haviam olhado para seu corpo nu e ela gostava que a olhassem, mas aquele a olhava de uma maneira extrema que incomodava; apesar da atenção intensa, parecia olhar sem ver, ou talvez parecesse que a decompunha em pedaços e que era para cada parte que olhava, o que a fazia sentir como que transformada em uma peça de carne exposta em um açougue. Talvez essa fosse a pior sensação, mas além disso o modo como ele se movia e se agitava ainda a amedrontava. Perguntava-se porque teria aceitado o convite daquele homem para posar, ao mesmo tempo em que rememorava os fatos recentes.

Estava na praia quando ele se acercou e iniciou uma conversa. Era gentil e delicado, mas foi logo jogando aquele papo estranho de que era pintor e de que queria retratá-la. A moça pensou que se tratasse apenas de uma cantada, até criativa, mas inacreditável. Já havia ouvido muitas cantadas, dessas que se repetem dezenas de vezes com variações mínimas, e gostou que o homem revelasse criatividade, embora tenha considerado que ele exagerava na extravagância da cantada, ou temeu que ele se enrolasse na própria mentira e se embaraçasse em suas próprias artimanhas, mas como o homem fosse atraente e gentil, preferiu fingir-se de tola e estimular tudo aquilo. E de fato lhe passou pela cabeça que ele fosse realmente um pintor, embora tenha afastado a ideia da cabeça, como sempre fazia quando se flagrava excessivamente sonhadora. Se o homem fosse mesmo um pintor, ela se sentiria lisonjeada por sua escolha, e acreditou que adoraria posar para um quadro.

Foi então com bom humor e com uma espécie de brejeirice sedutora que ela incentivou o prosseguimento daquela conversa incomum do homem encantador que além do mais parecia fino e educado, embora tivesse ficado desapontada quando ele lhe mostrou, na areia da praia, um esboço do quadro que pretendia pintar. Naquele momento ela teve absoluta certeza de que o homem desenhava muito mal, e que, portanto, não poderia ser um pintor. Notou que seus rabiscos na areia não se assemelhavam a nada, e que qualquer criança poderia ter desenhado uma pessoa melhor que aquilo. Apesar do desencantamento com a revelação, aceitou o convite do homem, dado que ele era atraente, gentil e criativo. E assim ela cedeu ao convite, vestiu a canga sobre o biquíni e acompanhou o homem até sua casa, que, como ele indicara, ficava bem próxima dali.

Foi com verdadeira surpresa que ela descobriu num dos quartos da casa, que o homem chamava de atelier, que lá de fato havia inúmeras telas, pincéis e tintas. Quando viu aquilo, a moça se sentiu muitíssimo lisonjeada, e foi tomada por uma alegria incontida; nenhuma de suas amigas havia jamais sequer sonhado em posar para um pintor! Ela então retirou a canga esvoaçante e desfilou como se estivesse em uma passarela, embora acrescentasse uns saltitos rebolantes ao desfile, deixando transbordar sua alegria por ter sido eleita para a pintura.

Mas quando o homem mostrou o tipo de quadro que pretendia pintar ela se desiludiu novamente, embora a desilusão não fosse completa; comparados com os rabiscos que o homem havia feito na areia, aqueles quadros eram até bons demais; não obstante a comparação, ela perguntou se ele não poderia fazer um retrato que se assemelhasse com ela. O homem respondeu que não, que conforme havia explicado antes, era apaixonado por arte abstrata, mas que, se ela quisesse, poderia fotografá-la, e apontou para uma pequena câmara fotográfica em uma prateleira da estante. Ela rejeitou a oferta quase com desgosto, mas seu desapontamento durou pouco, e, embora o entusiasmo não tenha voltado com a mesma exuberância, ela se sentiu alegre e desinibida, e curiosa com aquela perspectiva nova para ela, de ser, mesmo daquele modo, retratada em uma tela. O homem havia usado a palavra “musa” e era ótimo ela se sentir transformada em uma musa; também lembrou de outra expressão que ele havia usado: “arte abstrata”, e gostou daquilo! Naquele instante o homem lhe parecia ainda mais atraente que na praia, e ela desejou seduzi-lo.

Languidamente perguntou o que queria que ela fizesse, ao que ele respondeu que queria apenas que ela se movimentasse; disse que estava interessado em fixar as curvas, e que gostaria que os movimentos dela fossem suaves.

Ele não precisou explicar em detalhes o que queria dizer com a palavra “curvas”, pois ela compreendeu imediatamente e com exatidão o que ele desejava, e iniciou uma série de movimentos sinuosos e variados que o alegraram induzindo nele um vivo interesse, levando-a a repetir e acentuar os movimentos que percebeu fazerem crescer o interesse do homem. E foi com o intuito de estimular ainda mais o interesse do homem que ela desatou e descartou a parte de cima do biquíni, o que nitidamente o alegrou, mas foi quando ela tirou a outra parte de sua minúscula vestimenta que algo pareceu estar profundamente errado, completamente fora de lugar.

O homem assumiu então uma expressão profundamente séria que deslocou o sorriso gentil que havia ostentado por quase todo o tempo, e sua face se transmutou de um modo que ela desconhecia, enquanto se movia rapidamente em direção à tela exposta ao seu lado. Foi quase sem tirar os olhos da moça que ele molhou o pincel com avidez na tinta azul, e passou a se movimentar de uma forma estranha, movendo o corpo e a cabeça de um modo bizarro e cravando os olhos diretamente em partes de seu corpo. Parecia que ele não a via por inteiro, mas que a decompunha em pedaços com o olhar e a media, e que a destrinchava com o olhar enquanto se movia daquela maneira insana, como se possuído por alguma força estranha. A moça acreditou que ele estivesse recebendo algum santo, e como ela não gostava e temia essas coisas viuse compelida a se precaver, e, amedrontada e inibida, foi invadida por enorme pudicícia que fez com que ela cessasse os movimentos sinuosos, encolhesse o corpo e protegesse os seios com as mãos. Mesmo assim ainda foi necessário um longo instante adicional para que o homem saísse daquele transe.

Foi só então que ele voltou a ver a moça por inteiro; olhou em seus olhos e a percebeu frágil e amedrontada; apanhou um lençol sobre um colchão que repousava diretamente sobre o chão e com ele cobriu o corpo nu da moça ao mesmo tempo em que a abraçou com ternura e a reconfortou, e a conduziu para o colchão, onde ela deitou enrolada no lençol, com o corpo ainda encolhido, mas seus olhos já não revelavam medo, apenas perplexidade. Ela sabia que seu poder sobre os homens sempre aumentava na mesma proporção em que o interesse deles por ela crescia, o que fazia com que sua própria nudez em frente a um homem nunca a tivesse deixado fragilizada, mas, pela primeira vez, isso não ocorreu. O homem parecera ter chegado a um estado quase febril com os olhos cravados no corpo dela como uma lança, e mesmo assim parecia ter o poder de despedaçá-la, o que contrariava as regras desses paradoxais jogos de sedução, que fazem com que quanto mais armado esteja um homem frente a uma mulher, mais à mercê dela ele se encontre.

No entanto foi o que ela sentiu: estava frágil apesar de nua, mas se viu reconfortada e protegida quando ele a envolveu com o lençol e a conduziu até o colchão. Sentado ao seu lado, ele a tranquilizou com palavras amenas sobre pintura e arte.

Mesmo assim ela se sentiu infantil, e relembrou sensações antigas e há muito esquecidas. Sentia-se ainda indefesa perante aquele homem, e apesar disso anuiu quando ele propôs a retomada da pintura. Mas, quando percebeu que o homem voltava àquele mesmo estado de transe anterior, ela temeu novamente e fechou os olhos. Foi com os olhos cerrados e o corpo amedrontado e encolhido sobre o colchão que rememorou os fatos que a haviam levado àquela situação.

* * *

Havia tempo que a conceituação se delineava na mente do homem: a forma; a forma erótica! Imaginara a existência de uma forma muito simples, constituída por uma única linha, uma curva suave, a curva erótica. Conjeturou que essa linha fosse a essência, o alvo de todo erotismo, de todas as buscas desenfreadas que fossem frutos da paixão, apenas uma curva, mas, “a” curva.

Apesar de surpreendentes e incomuns, suas ideias pareciam ter algum fundamento, pois conseguia discorrer durante horas seguidas a respeito do traço, do suposto germe de todo o erotismo, e o fazia com uma argumentação profundamente racional e consoante às suas convicções científicas, biológicas e psicológicas.

Seus estudos o haviam levado a conclusões que à primeira vista pareciam fantasiosas e mirabolantes, especialmente para os que desconhecem as ciências, mas os poucos que as compreendiam afirmavam que tais ideias não diferiam essencialmente daquelas que os próprios cientistas utilizavam para fundamentar seus pontos de vista. Afirmava que o corpo da mulher era a maior de todas as obras de arte, a mais sublime e perfeita e o considerava uma escultura lapidada por inúmeras mãos. Assegurava que os homens contemporâneos continuam a cinzelar e a dar forma à mais antiga e memorável obra de arte já sonhada: o corpo de mulher, e se deleitava com a beleza da própria ideia.

Pode soar abstrusa e espantosa a ideia de que corpos tenham sido esculpidos. Não é necessário dizer que o homem não acreditava nisso de um modo literal, obviamente não imaginava mulheres sendo esculpidas com cinzéis ou com outras ferramentas, quaisquer que fossem, mas imaginava que o corpo da mulher vinha, de um modo metafórico, sendo esculpido pelos homens de todas as épocas.

E é a mulher que gera o homem em seu corpo, e assim, enquanto o corpo da mulher vai sendo esculpido, ela gera o homem dentro de si mesma, e desse modo o homem é fruto de sua própria escultura, da mais bela de todas as obras de arte: o corpo da mulher, que é também a mais importante, sendo aquela que engendra todas as outras.

Em linhas muito gerais era assim que o homem pensava, havia já muito tempo, e estivesse ou não com razão, o ele se viu obcecado pela ideia da curva, e quis buscála conscientemente, depurá-la, destilá-la. Planejou purificar a curva e exibi-la nua, sozinha, desnuda e pura. A curva!

Foi então que o homem iniciou sua busca consciente pela curva, pois, inconscientemente, pensava, todos a queriam, e passou a analisá-la nas mulheres que via. Digo “analisá-las”, pois era isso o que o homem fazia, não olhava, de fato, para as mulheres, lhes analisava as curvas. Aprendeu a isolá-las do todo com seus olhos, e foi então que decidiu capturar a curva, prendê-la, congelá-la. E foi com esse intuito que comprou telas e tintas.

Planejou as telas: azul brilhante sobre fundo negro, e somente a curva, somente a curva em azul, pois considerou que cores quentes incendiariam o quadro fazendo transbordar o erotismo destilado posto na tela. Também imaginou um título para a série: Sensualidade em Azul. Esboçou algumas curvas com o lápis no papel, mas nenhuma o agradou, faltava algo, faltava muito. Pensava ter uma intuição nítida da forma que buscava, mas, quando punha suas ideias no papel, percebia claramente que sua concepção da curva era inadequada, e que o erotismo não brotava dos desenhos no papel. Mesmo assim os esboços serviram para ajustar as dimensões da curva na tela.

Foi longo o tempo em que as telas permaneceram guardadas e já preparadas com o fundo negro aguardando o tema principal, e parecia que telas, tintas e pincéis já estivessem esquecidos, e provavelmente estavam mesmo, quando o homem se deparou muito ostensivamente com a curva. Estava na praia quando algo chamou sua atenção e atraiu seus olhos para um ponto que se movia: uma curva; várias curvas; várias curvas serpenteantes ondulando suavemente. Ele se levantou e mirou com atenção, e não demorou para que algo dentro dele o despertasse; foi quando percebeu a mulher, e que as curvas pertenciam ao corpo da mulher. Também se lembrou que não deveria olhar para o corpo de uma mulher daquele modo quando em público.

Mas a visão o havia excitado; acreditou ter encontrado a chave para capturar a curva, e se alegrou muitíssimo, e foi com espírito alegre e confiante que ele se dirigiu à mulher e a convidou para posar para uma pintura.

A mulher não era bela apesar do corpo escultural; seu rosto teria sido quase bonito não fosse uma longa cicatriz que lhe perpassava o nariz e uma das faces, sua característica mais marcante. Era morena de pele, e seu corpo bronzeado pelo sol adquirira tonalidade bem escura. Estava longe de ser magra, mas, certamente não era gorda, com cintura fina e quadris muito largos, tinha as pernas grossas e era carnuda.

Ele se apresentou para a moça, ali mesmo, na praia; explicou o que gostaria de pintar e a convidou ao atelier em sua própria casa, ali bem perto; a moça nem aceitou, nem recusou o convite, mas estendeu o diálogo, e eles conversaram por certo tempo, até que ela mesma sugeriu que fossem até o atelier.

Na verdade tinha sido a primeira vez que ele se referira àquele quarto daquele modo, coisa que passou a fazer desse dia em diante. As telas estavam preparadas, mas esquecidas no local que ele usava para suas leituras e que mais se assemelhava a uma biblioteca que a um atelier, mas, postas as telas, a palavra se impunha convincente, e ele gostou de ver a si mesmo como um artista em seu atelier.

A moça o acompanhou até sua casa, e eles foram imediatamente para o quarto em que estavam as telas. O homem se sentiu aliviado por ter encontrado tudo o que precisava quase instantaneamente, havia temido que faltasse algo essencial para a pintura, havia tempo que não mexia em nada daquilo. Considerou-se com sorte. E então percebeu que a moça estava radiante, e se alegrou ainda mais.

Gostou de ficar olhando para a moça que se movia incessantemente à sua frente, considerou aquela alegria um pouco simplória, mas tocante, e se deixou ficar contemplando toda aquela simplicidade, que considerou muito cândida, embora, naquele momento, fosse mais provável que a candura estivesse toda no homem, mas naqueles instantes ele se esqueceu as curvas, as pinturas e todo o resto, e se deixou contemplar longamente a moça se movendo à sua frente, ou talvez ele estivesse já enfeitiçado pela curva que naqueles momentos se manifestava muito incisivamente.

A moça dançava à sua frente vestindo apenas um biquíni, e em certo momento descartou-se da parte de cima da roupa, o que fez o homem avaliar o quanto seu corpo era belo. Mesmo assim, considerou que os movimentos almejavam uma espécie de erotismo excessivo que acabavam por afugentar a sensualidade genuína, e embora considerasse tais gestos até grosseiros, isso mesmo os tornava tocantes; o exagero era não só desnecessário, mas resultava num efeito contrário ao desejado, como alguém que atirasse em um alvo refletido no espelho, mas o homem gostou de vê-la assim.

É provável que a moça tivesse percebido que seus esforços não obtinham o resultado esperado, o que a teria levado a exagerar ainda mais o que já era excessivo, e foi o que ela fez. O homem então interveio com uma firmeza doce e passou a comandar sua dança, pois os movimentos ondulantes da moça consistiam em uma dança, apesar da ausência de música.

Então a moça notou que ao obedecer o ritmo e as ondulações comandadas pelas mãos do homem os olhos dele incandesciam e sua respiração se descompassava, ela então descobriu o ritmo e os desejos do homem e retomou as rédeas de seus movimentos. E seus movimentos ondulantes foram mais suaves, e mais leves, e talvez tenha sido o deslocamento sinuoso do umbigo da moça, ou foram as linhas da cintura que se remexia segura e suavemente, ou podem ter sido tantos outros detalhes do belíssimo corpo da moça que agora se destacava vivamente de todo o fundo, o qual deixava de existir, mas logo tudo o que existia era o corpo da moça ondulando e ondulando e foi quando ela tirou o restante do biquíni e seu corpo então completamente nu ondulou e ondulou, delineando tantas curvas sinuosas em movimento constante e suave e onírico, que a respiração descompassada do homem passou a ser comandada pelo ritmo da mulher, enquanto seus olhos já eram escravos dela e permaneciam petrificados cravados nas formas ondulantes da mulher, divertindo-a e regozijando-a imensamente e fazendo-a sentir vitoriosa ao constatar que dominava por completo aquele homem, mas sua alegria desmesurada foi engolida por uma sensação de poder ainda maior e ela comandou os olhos do homem e a sua respiração, e comandou seus movimentos, e foi talvez porque a respiração e os movimentos do homem tenham se descompassado um com outros e com o mundo sob o comando da mulher, que o corpo do homem foi compelido a inspirar fortemente para não sufocar, numa luta contra as ordens escravizantes impostas pelo corpo da mulher. Nesse momento o homem se forçou, ou foi forçado, a erguer os olhos em direção aos céus e inspirar profundamente, e quando isso ocorreu um tremor agudo, ou uma sucessão de tremores se apossou brevemente de seu corpo e quando ele pode baixar os olhos até o corpo nu e serpenteante da mulher à sua frente ele não viu mais a mulher. Quando seus olhos se ergueram e voltaram a mirar à frente o que o homem viu foram as curvas. Curvas, várias curvas oscilantes e de luminosidade incomum como chamas flamejantes. O fogo. Os fogos bruxuleantes que também bailavam. E a luminosidade do fogo na noite escura, a atração irresistível pelo fogo ainda que ele queimasse. E o homem quis mergulhar no fogo mas temeu as chamas, mas seu temor não foi tanto que o fizesse se afastar; a atração era intensíssima. E assim como ele havia regido os movimentos da moça uns momentos antes, como um maestro, ele agora era regido pelas chamas. E era como se a orquestra regesse um maestro inebriado e transido por alguma música caótica. Foi quando a respiração do homem ficou ruidosa e pesada, e embalou todo o seu corpo em um movimento de vai e vem frenético guiado pelo seu ritmo. E o homem se agitou selvagemente, e seus braços se moveram rápidos traçando linhas imaginárias no ar ao redor e seu corpo também oscilou tentando ele todo partilhar a curva. Foi quando a mão segurou o pincel, e a outra mão a tela, e foi no instante em que seus olhos vazios fitavam o teto que sua mão direita cortou o ar rapidíssima e traçou uma única linha sinuosa na tela. Em seguida tomou outra tela com brusquidão, e, novamente encharcou o grosso pincel com a tinta do mesmo modo que havia feito antes, com movimentos quase violentos, automáticos, como se seu corpo fosse controlado por alguma força sobre-humana . Sua respiração continuava em um ritmo selvagem e sonoro como a de um atleta em meio a uma luta. Creio que os olhos se fecharam enquanto sua mão traçava uma nova linha azul, grossa, e sinuosa na tela negra. E ele tomou outra tela e mais outra, e quando o fazia parecia que era rude, selvagem, e aparentemente não sabia o que pintava, pois não olhava o que fazia, mas seus movimentos pareciam ter verdadeiramente incorporado algo da curva, pois as pinturas que surgiam expunham miraculosamente a curva desnuda que, de algum modo, ele conseguiu sugar da mulher; a curva sensual, a curva que também era das chamas.

Pode, ao contrário, não ter sido ele quem incorporou aquela curva, mas que tenha sido a curva que invadiu o homem e o dominou, usando a mão do homem apenas como instrumento, mas isso é demasiado fantástico para que seja crível, e assim sendo, temos apenas que convir que todos os quadros foram pintados às cegas. Mas se assim foi, talvez aquelas obras não sejam pinturas, mas impressões de uma certa dança ou mímica, pois talvez o homem apenas movesse o pincel mimetizando a curva, e, como a tela estivesse à frente do tal movimento, a figura ali resultante se assemelharia às pegadas que fazemos na areia, um mero registro da caminhada. Mas isso é coisa que também pouco interessa, pois, seja pintura, seja mero registro, a tela é a mesma, e lá estão as curvas, ou, é melhor que seja dito: a curva, a mesma curva vista sob vários ângulos, sentida de variadas maneiras.

E foi quando uma pincelada cobriu a última tela que o homem inspirou profundissimamente e de forma extremamente ruidosa, soltando todo o ar em um suspiro intenso que fez seu corpo inteiro estremecer violentamente, que o homem relaxou, e sua respiração abrandou e voltou ao normal.

Houve surpresa quando em seguida seus olhos não mais viram a chama, não mais viram a curva. Nesse instante o homem contemplou num sobressalto a mulher nua, frágil e atemorizada à sua frente e se enterneceu. Pegou um lençol e embrulhou o corpo nu da mulher, e a envolveu ternamente em seus braços, acalmando-a; em seguida ele a conduziu até o colchão que jazia em um dos cantos do quarto.

E o homem parecia tão perplexo quanto a mulher atemorizada. Ambos se sentiram imensamente aconchegados quando se abraçaram pela primeira vez.


 

Clíssia

 

Nem acreditei quando Clíssia decidiu vir me encontrar. Sabia que era uma moça extremamente tímida que nunca havia saído de sua cidade longínqua. Eu vinha recomendando com certa insistência que fizesse alguma viagem, tinha certeza que seria bom para ela, também sugeria que viesse até aqui, adoraria encontrá-la, mas sabia que a distância imensa dificultava o encontro, de modo que quando ela me disse que viria não consegui deixar de ficar desconfiado. Não cheguei a imaginar que estivesse mentindo, mas temi que algo viesse a dar errado, impedindo sua vinda; receei que sua timidez excessiva acabasse por inviabilizar a viagem, criando alguma angústia forte, algum sentimento de temor, dos que podem ocorrer aos que deixam a família pela primeira vez, especialmente os mais tímidos.

Não a conhecia pessoalmente, e imaginava que o encontro seria delicadíssimo, especialmente devido às peculiaridades de Clíssia, e às suas maneiras excêntricas, quase misantrópicas. Sabia que ela tinha pouquíssimos amigos e quase nenhuma relação social, o que, muito provavelmente, aumentaria imensamente a apreensão de nosso primeiro encontro, o que já traria certa carga, mesmo para pessoas mais traquejadas. Para os mais recatados, os mais retraídos, o fardo do contato inicial pode ser enorme, a ponto de destroçar a possibilidade de socialização futura entre os dois. Há entre os mais tímidos, o sério risco de que um primeiro encontro mal sucedido inviabilize qualquer alternativa de encontro futuro. Por tudo isso, e por conhecer a gigantesca expectativa de Clíssia, alimentada e amplificada por sua apreensão, redobrei meus cuidados, o que talvez viesse a acrescentar ainda mais incertezas ao contato iminente.

Recebi Clíssia e sua prima no aeroporto, bem cedinho, ainda de madrugada; levei-as ao hotel e insisti para que fôssemos logo à praia, nenhuma das duas conhecia o mar. Ambas pareciam um pouco descrentes com respeito ao oceano, moravam às margens do grande rio, do Amazonas, e supunham não haver uma diferença muito marcante entre os dois, mas era um dia bonito de céu esplendorosamente azul, e não foi difícil convencê-las a sair logo depois do café, e sem as delongas usuais a que as moças costumam se permitir, o que também me agradou.

Quando chegamos na areia, a manhã ainda era fresca, apesar do sol radiante, e ao perceber seu sorriso aberto ao fitar o mar, o primeiro realmente franco desde sua chegada, tomei a mão de ambas e as puxei correndo de encontro às águas.

Havia o sabor de sal no ar, e o colorido resplandecente ao redor explicitava a magia ali concentrada. Contemplei longamente o rosto alegre de Clíssia ao fitar o mar. Ela se deliciava com o cenário radiante, tanto quanto eu com seu semblante não menos iluminado. Sua beleza refletia a paisagem em torno, e aos meus olhos protagonizava uma belíssima cena, enquanto se deleitava com o movimento hipnótico das ondas.

Molhamos os pés nas águas frias, agitadas e espumantes. Fugimos das ondas e rimos como crianças correndo ora delas, ora de encontro a elas. Clíssia me perguntou se poderia entrar na água, e depois de breve avaliação respondi que devido à agitação excessiva das águas, convinha entrarmos só até a altura do joelho. Perguntou também o que deveríamos fazer com as roupas, disse que poderíamos deixar na areia, fora do alcance das ondas. Então caminhamos até a areia seca onde tirei minha blusa, para em seguida contemplar estarrecido a visão maravilhosa de Clíssia se despindo.

Em momentos assim, não consigo deixar de ser descarado. Vejo-me transportado, emerso, talvez, de meu mundo, fora dele; mergulhado, mente e alma, na visão que rouba todo o meu eu.

Enquanto ela abria as roupas, seus quadris largos buscavam espaço e se libertavam vagarosamente, trazendo com eles umas coxas grossas, e revelando uma cintura fina até então oculta, ornamentada por peitinhos fogosos parecendo querer se libertar, ainda que bem guardados.

Eu sabia que Clíssia era bela, já a conhecia de fotos, e seu rosto tinha meramente confirmado as feições apresentadas na tela, mas seu corpo estonteante deve ter me deixado embasbacado; nunca consigo me controlar nessas horas, e só percebo meu descaramento quando já é tarde demais. Eu temia que fatos assim pudessem dificultar encontro tão delicado, e fiquei bastante aliviado ao constatar que a magia ao redor tinha desanuviado qualquer inquietação que meu olhar ávido pudesse ter causado. É provável que naquele momento ela se sentisse, com relação à paisagem deslumbrante, do mesmo modo que eu frente a seu corpo, e por isso me compreendesse, apesar da timidez enorme, além disso, o panorama convidava à exploração, serenando qualquer possível apreensão.

Voltamos às águas, mas a agitação das ondas só permitiu que entrássemos até mergulhar nossas coxas. Eu segurava a mão de ambas, que se deslumbravam com o espetáculo magnífico ao redor. Mostravam as faces risonhas e uma alegria imensa, contagiante, que impossibilitava conterem os gritos agudos, sugerindo uma espécie de retorno à infância. Logo estávamos mergulhando, e nos deixando levar pelas ondas e pelo ímpeto jovial que sentíamos, e numa dessas idas e vindas, Clíssia foi entregue em meus braços pelo mar. Por um instante nossos corpos se comprimiram, suas costas deslizando em meu corpo, sua bundinha carnuda se acomodando em mim; entre risadas ingênuas, e ainda carregada pelo fluxo de água Clíssia, colada a meu corpo, se virou de frente para mim e eu encarei seu rosto risonho, que se fechou e se abaixou pudica e instantaneamente.

A intensidade do momento foi imediatamente sobrepujada pela das águas que nos derrubaram, afastando-nos até uma distância menos explosiva, permitindo que nossos sorrisos voltassem a aflorar. Penso que depois desse contato Clíssia se acautelou, atentando para não deixar que as águas a jogassem de encontro a mim novamente, ainda que eu buscasse esse intento. E embora tivéssemos continuado a nos esbarrar e a manter contato corporal frequente, ela não se permitiu outra vez ser jogada para mim tão explicitamente.

Permanecemos longamente na água. Apenas o cansaço nos obrigou a cessar a diversão imensa, e quando voltamos para a areia ainda mantínhamos nossos semblantes magnificamente iluminados pela alegria extrema. Permanecemos sentados por alguns minutos apenas, e logo decidimos explorar a praia, em especial a montanha negra à nossa esquerda. Caminhamos até lá, menos de um quilômetro distante, onde ambas as moças, residentes das vastas planícies amazônicas, se admiraram com a beleza e grandiosidade da montanha que consideraram gigantesca. Comentei que aquela não era das maiores, havendo inúmeras, mesmo nas redondezas, que a sobrepujavam em dezenas de vezes, mesmo assim eu tinha que reconhecer, ali no sopé da montanha, a imponência do monte, e mais ainda o inusitado daquele acidente do relevo brotando das areias inopinadamente.

Ficamos surpresos quando o sol excessivamente quente começou a nos incomodar, mais ainda quando, ao conferir a hora, percebemos que a manhã já havia se passado, embora os três tivéssemos a sensação de ter chegado à praia apenas uns momentos atrás.

Combinamos tomar um banho rápido e nos encontrar em seguida para o almoço. Corri em casa e me aprontei rapidamente e mesmo assim, quando cheguei para buscá-las no hotel, não precisei esperar. Levei-as a um restaurante na Praia Vermelha cuja vista estupenda me atrai imensamente e sempre me deixa hipnotizado. Conseguimos uma mesa na sacada e almoçamos contemplando a bela vista marinha. A comida era boa e variada, melhor ainda devido à fome atiçada pelo banho de mar.

Terminado o almoço, Sara, a prima de Clíssia, sentiu o cansaço da viagem, aumentado pela manhã agitada e pelo almoço farto, e decidiu voltar ao hotel e dormir um pouco. Apesar dos mesmos percalços, se assim se pode chamar, Clíssia permanecia alegre e viva, não demonstrando o menor sinal de fadiga, o que a levou a instigar a prima a esticar o passeio, proposta incisivamente negada. Resignada, a moça se prontificou a acompanhar a outra ao hotel, mas foi desencorajada a isso pela própria prima, que lhe incitou a continuar em minha companhia. Depois de certa indecisão acabamos por deixar a moça no hotel e partir para a bela montanha que havíamos visto pela manhã, no alto da qual depararíamos linda vista.

Ainda no caminho, Clíssia pensou na prima posta à parte, e considerou inconveniente deixá-la de fora de qualquer excursão; achou que não deveríamos ir a nenhum lugar especial em sua ausência, razão pela qual andamos sem rumo por uns momentos, quando eu percebi estar praticamente em casa. Convidei-a então a conhecer meu apartamento, e talvez pela determinação auto-imposta de não irmos a nenhum ponto turístico, ou talvez em virtude meramente de inércia, ou da própria felicidade que nos inundava, Clíssia aquiesceu e foi comigo até lá.

Cumpre esclarecer que Clíssia era uma moça tão tímida que, apesar de seus vinte e quatro anos e de sua estonteante beleza, nunca havia sido beijada por um homem. Em nossas conversas, esse ponto vinha à tona com muita frequência, e eu, com audácia que muitas vezes descambava para o descaramento, já havia me prontificado inúmeras vezes a resolver a situação, e não só beijá-la apaixonadamente, mas prosseguir em todos os desencadeamentos que eventualmente sucedem os beijos.

Por longo tempo, Clíssia costumava ficar irada com minhas insinuações e mais de uma vez cortou relações comigo devido ao que considerou descortesia, mas já havia alguns meses que nossas conversas extremamente francas acabaram deixando-a condescendente para com meu atrevimento, e que ela permitia que minhas cantadas se desenrolassem sem os cortes, no mínimo ríspidos, que fatalmente teriam ocorrido meses antes.

Entre minhas inúmeras propostas românticas e outras tantas eróticas, lembro de haver descrito para ela a magia que eu poderia executar em seu corpo com o toque de meus dedos. Alardeei com segurança os poderes e delícias de minha massagem, carregada de erotismo, capaz de transportar a alma até as regiões oníricas mais aprazíveis e relaxar o corpo mergulhando-o em extremo prazer.

Chegamos em casa ainda imersos na mesma alegria inebriante que nos engolfava na praia, e enquanto tomávamos um cálice de vinho do porto, relembrei as virtudes de minha massagem, cuja descrição ela ainda se lembrava. Sugeri então que ela permitisse que eu a massageasse, coisa com a qual ela concordou com o rosto radiante que ostentava continuamente para meu deleite.

Conduzi-a até minha cama, onde ela se deitou relaxadamente. Continuava obviamente alegre, agora não mais tão efusiva, mas deitada na cama mantinha ainda o sorriso no rosto. Sentado ao seu lado tomei-lhe uma das mãos e comecei a pressionar a ponta do dedo mínimo; massageava seus dedos, e ao mesmo tempo os sentia, muito flexíveis e frágeis em minhas mãos. Cuidei de cada um de seus dedos como se os inspecionasse um a um, coisa que incidentalmente eu também fazia. Terminados os dedos passei à mão, cada centímetro dela, logo subindo pelo braço. Repeti todo o procedimento na outra mão, terminando o braço ainda peguei os dois juntos, tomando a liberdade de me posicionar sobre ela para finalizar os dois membros simultaneamente.

Clíssia sentia um ligeiro prazer na massagem iniciada, nosso contato assim tão próximo era bem agradável, mas sua alegria permanente era fruto de toda a situação, da viagem, da praia. Terminados os braços prossegui pelo ombro, pescoço, cabeça e rosto, atentando para não deixar de fora a menor extensão de seu corpo.

Em seguida eu me concentrei nos pés, iniciando pelos menores dedinhos; nenhum pedacinho de seu corpo poderia ficar de fora, estava determinado a cuidar dela inteirinha.

Os tolos costumam se preocupar imensamente com feitiçarias, coisa que desconhecem tanto, quanto admiram e buscam, e não percebem a simplicidade e a quantidade de magia ao redor, razão pela qual executam com frequência, um enorme conjunto de rituais místicos completamente descabidos, com os mais variados propósitos. Há enorme magia em muitos atos que praticamos cotidianamente, assim como em lugares, seres, e objetos que encontramos à nossa volta, no entanto, o vulgo se esquece e se desencanta de tudo isso, com a mesma rapidez com que se entusiasma pelas mesmas coisas na primeira vez em que as encontra.

Prossegui massageando Clíssia, usando toda a minha magia. Pressionei suave e seguidamente cada um dos dedos de ambos os pés, depois a planta, e logo o pé inteiro, e antes que o segundo deles estivesse terminado, ela já demonstrava os esperados sinais de lassidão induzidos pelos toques sucessivos. Intensifiquei meus movimentos para impedir que ela dormisse; passei a pressioná-la com mais vigor, ao mesmo tempo em que falava e a instigava a me responder, tanto no intuito de evitarlhe o sono, quanto no de medir-lhe o modo como sentia meus toques: gemidos de prazer indicavam-me estar aplicando a intensidade exata de estímulos; a falta deles revelava a fraqueza em meu toque sobre seu corpo, enquanto eventuais gemidos de dor denunciariam o excesso em meu empenho.

Meus toques sucessivos iam subindo por suas pernas, ao mesmo tempo em que eu notava a necessidade de aumentar a pressão de meus dedos para evitar o sono de Clíssia, que a essa altura quase não articulava mais palavras e me respondia apenas com gemidos vocálicos prazerosos brotados de entre seu sorriso. Minhas mãos percorriam-lhes as pernas galgando os joelhos e imiscuindo-se sob seu vestido, por suas coxas. Meus movimentos sobre seu corpo foram ganhando vitalidade, e eu quase a chacoalhava enquanto pressionava suas coxas monumentais. Ia erguendo seu vestido à medida que minhas mãos avançavam sobre suas pernas, até que a roupa começasse a dificultar meus movimentos sob ela, quando passei a desabotoá-la, o que fiz com rapidez, embora tomando o cuidado de não desvelar seu corpo subitamente; queria usufruir cada pequeno detalhe da visão maravilhosa que se descortinava ali em minhas mãos.

Com o vestido já completamente desabotoado e as mãos apalpando gulosamente cada coxa carnuda da moça, cheguei até seus quadris semi-desnudos, e os contemplei extasiado: como Clíssia era linda! Massageei sua barriga, seu corpo, com extrema volúpia, com ânsia incontida, e não precisei me preocupar em chacoalhá-la porque meu ímpeto era exatamente esse. Massageei seu tórax com vigor, cuidando virá-la de lado por um momento para desabotoar seu sutiã; libertando-a dessa abominável peça de roupa, agarrei-lhe os seios voluptuosamente!

Nesse instante, minha respiração ofegante e minha voz grave e ritmada contrastavam com os agradáveis gemidos femininos da moça, enquanto minhas mãos quase frenéticas apalpavam-lhe todo o tórax.

Deslizei minhas mãos novamente até suas pernas, descolando de seu corpo e tirando sua calcinha nesse caminho. Retirei-a com o cuidado de chacoalhar seu corpo ininterruptamente com a outra mão, sabia que, sob o poder da massagem, poucos segundos na ausência de estímulos fortes a mergulhariam em sono profundo; tinha que mantê-la acordada. Liberta da calcinha, acariciei suas pernas e tórax sofregamente, virei seu corpo e retirei seu braço do vestido; revirando-a para o outro lado, desnudei-a por completo.

—Ah, Clíssia, minha gostosa!

Virei-a para massagear-lhe as costas, apertei suas nádegas com prazer e volúpia, massageei suas costas de cima para baixo enquanto tirava minhas próprias roupas, e já estava nu quando deitei avidamente sobre o corpo de Clíssia, mordiscando o seu ombro, sua nuca, acariciando suas costas, coxas, pressionando-me em sua bunda, mergulhando em seus cabelos, em seu rosto.

Tornei a revirar-lhe o corpo, restava ainda uma região do corpo para terminar a massagem. Depois de contemplar longamente a bela desnuda em minha cama, sempre lhe chacoalhando o peito com intensidade para mantê-la acordada, retomei a massagem pelas pernas, dessa vez subindo intensa e rapidamente até chegar bem no alto das coxas. Dali, passei aos quadris maravilhosos, pressionando-os fortemente e apertando a moça sobre o colchão para mantê-la sob algum movimento.

Meus movimentos foram se fechando até chegar em sua boceta, que pressionei longamente e com entusiasmo sem esquecer de lhe chacoalhar o corpo. Abri suas pernas e massageei-a ali, bem embaixo, completando a deliciosa massagem que atiçara ainda mais minha ânsia por seu corpo. Beijei seguidamente todo o seu corpo, enquanto minhas mãos lhe agitavam e acariciavam.

Entreabri um pouco mais suas pernas e me acomodei sobre o corpo de Clíssia beijando sua boca com avidez. Suguei-lhe os lindos lábios longamente, enfiei minha língua em sua orelha enquanto a pressionava com meu corpo.

—Ah, Clíssia, minha gostosa!

Repeti a frase dezenas de vezes, com voz áspera e quase irreconhecível, beijeilhe todo o rosto e suguei-lhe os seios, e depois de me comprimir intensamente sobre seu corpo puxei-lhe os joelhos, dobrando um pouco suas pernas e nesse momento coloquei a ponta de meu pau duro em sua boceta, pressionando até enfiar um pouquinho, o que lhe causou um breve movimento de fuga, indicando sentir dor, o que me consternou e paradoxalmente me espicaçou ainda mais. Beijei-lhe o rosto e a boca ternamente, e segurei seus cabelos com intensidade suficiente para puxar e inclinar sua cabeça, era imperioso que se mantivesse acordada naquele momento.

Ergui meu corpo e enfiei-me dentro dela ainda mais, provocando o mesmo movimento apreensivo que antes, e um gemido delicioso que me levou a beijá-la mais e mais, antes de penetrá-la mais profundamente.

Fui me inserindo em seu corpo vagarosamente, penetrando-lhe com vigor e ânsia, mas lentamente e entre beijos, carícias e apertos.

— Gostosa! Que vontade de te agarrar, de me enfiar mais e mais em você.

Eu me enfiava dentro dela cada vez mais voluptuosamente, e sentia o seu corpo com o meu.

— Ah, Clíssia, gostosa!

Os movimentos de vai e vem eram lentos e entrecortados pelos movimentos apreensivos causados pela dor.

—Ah, gostosa, me puxa para você, me leva para dentro de você, me engole.

A avidez aumentava, tornando frenéticos e impetuosos os meus movimentos. Puxava-lhe os cabelos, beijava-lhe seguidamente, ao mesmo tempo em que me enfiava dentro dela.

— Ah, Clíssia minha gostosa, vem para mim!, me puxa para você, como eu te quero!

Com a respiração ofegante, e fortemente descompassada, ergui meu corpo aspirando todo o ar que conseguia e a pressionei profundamente! Deitei sobre ela com a respiração presa e me enfiei, me espremi dentro dela convulsivamente, teso, até libertar toda a tensão juntamente com um jorro dentro dela.

— Clíssia, minha linda, como eu te quero, vem pra mim minha gostosa, vem...

Apertei-a com meu peito, com meu ventre, e beijei Clíssia seguidamente, depois saí de cima dela vagarosamente, deitei ao seu lado e a puxei para mim. Permanecemos colados, eu em suas costas, minha boca em sua nuca, beijando. Minha mão afagando o seu corpo e a puxando para mim. E assim dormimos profundamente.

Acordei coisa de uma hora depois, e contemplei satisfeito a bela moça deitada a meu lado, peladinha. Sentei e fiquei a olhar seu corpo, dei-lhe muitos beijinhos. Depois de certo tempo puxei o lençol sobre seu corpo, levantei, vesti um short e fiz um café. Trouxe para o quarto duas xícaras e uma garrafa térmica com o líquido. Sentei ao lado de Clíssia, puxei o lençol para admirar seu corpo uma vez mais, beijeia e a tornei a cobrir, e então, com muito carinho comecei a acordar a bela jovem. Ajoelhei-me ao chão para manter meu rosto na altura do de Clíssia, e a chamava enquanto acariciava seu corpo e beijava seu rosto.

Abriu os olhos radiante e se espreguiçou longamente, enquanto eu mantinha o lençol sobre seu corpo. Depois se virou e pareceu meio confusa com o fato de estar nua, conferiu isso com as mãos, enquanto eu lhe beijava as faces e abraçava o corpo. Então olhou para mim com seriedade e olhar inquisitivo, mas não precisou perguntar nada.

— Não era sonho Clíssia, o mundo é mesmo maravilhoso! Você está se sentindo ótima, não está?

— Estou sim, magnífica, como nunca me senti antes! Mas meio confusa.

— Vou adorar te explicar tudo! Trouxe um café para nós.

Depois de um beijinho em seus lábios, servi o café e comecei a recapitular o acontecido, ilustrando tudo com as mesmas ações que novamente sorvíamos com nossas mãos e corpos.

Como eu adoro te abraçar, Clíssia.


 

A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho

 

Lobão vinha reparando em Chapeuzinho vermelho havia certo tempo, já não era mais uma menina e estava ficando bem ajeitadinha; naquela manhã quase chuvosa, vestia uma capinha vermelha deixando à mostra as pernas nuas e graciosas, quando passou saltitando e cantando de uma maneira jovial e encantadora que obrigou o jovem a fitá-la com um olho muito comprido e puxar conversa:

— Olá Chapeuzinho. Aonde vai assim bonita?

Ao ouvir o galanteio, a moça desmanchou-se em sorrisos:

— Ah, obrigada Lobão, estou indo levar esses doces para minha vovozinha, não gostaria de me acompanhar até lá?

— Boa ideia, estava aqui sozinho pensando no que fazer...

E partiram os dois, ela saltitante e muito alegre, ele com os olhos grudados nas coxas da mocinha que, aliás, se locomovia com enorme graça; sua capinha vermelha e curta caía sobre o corpo como um sino, enquanto os dois badalavam pelas ruas de mãos dadas. Já estavam perto da casa da avó, e embora ela cantasse desafinada e ininterruptamente a mesma musiquinha enfadonha, o interesse do lobo por suas pernas permanecia intenso. E lá ia a menina:

— Pela estrada afora eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha...

Caminhavam assim faceiros, quando cruzaram com três figuras rebolando ostensivamente:

— Viu, não falei que era o bofe?

— E com essa mocreia.

— Horrorosa!

As criaturas passaram, mas quem perdeu o rebolado foi o casal; a menina interrompeu finalmente a cantoria maçante, soltou a mão do parceiro e perguntou:

— Ih, você anda com esses porquinhos, é?

Lobão, ainda menos à vontade, já não sabia o que estava fazendo ali, e só continuou a acompanhar a menina por absoluta falta de opção, e pelo fato de já estarem chegando, o que, por sorte, sucedeu quase de imediato.

A avó da menina os recebeu efusivamente, quebrando todo o gelo acarretado pelo encontro prévio. Conversaram bastante, lancharam, comeram os docinhos trazidos pela moça e quando já estava chegando a hora de ir, a menina se prontificou a retirar a mesa e lavar os pratos, mas enquanto isso acontecia, desastradamente, Lobão derrubou um copo de suco em seu próprio colo, o que não chegou a causar nenhum transtorno, já que imediatamente a avó da menina, com o auxílio de um guardanapo, o secou com muito cuidado e carinho; muito mais até que o necessário, protegendo com uma das mãos, e extrema habilidade as coisas do rapaz por baixo da calça molhada, enquanto o enxugava com a outra. Mas a moça não tardou a voltar da cozinha, encontrando Lobão em um misto de parvoíce e êxtase, enquanto sua avozinha permanecia muito alegre e encantada com a visita.

Despediram-se, e partiram com a recomendação muito explícita para ambos, de regressar assim que pudessem. Durante a volta, Chapeuzinho continuava tão alegre quanto na vinda, e tratou de entoar a mesma musiquinha cacete, mas Lobão parecia disperso e distante, permanecendo calado por quase todo o percurso. Ainda faltava um bom trecho para chegarem de volta à casa da mocinha, quando Lobão rompeu seu próprio silêncio para comunicar que havia esquecido algo, e que a menina deveria prosseguir sozinha, retomando ele próprio pelo caminho por onde acabavam de vir; Chapeuzinho não entendeu a atitude do outro, mas mesmo assim prosseguiu.

Ao chegar em casa, sua mãe perguntou pela cestinha, da qual necessitaria naquele mesmo dia; a moça confirmou tê-la esquecido na casa da avó, mas aquiesceu em voltar lá para buscá-la depois da refeição, que já estava quase servida, de modo que almoçou e saiu em seguida.

Não demorou para que a campainha da avó tocasse uma vez mais naquele dia, mas, para a surpresa de ambos, quem abriu a porta para a menina foi ninguém menos que Lobão, ridiculamente vestido em um roupão florido da velha. Tão instintiva quanto absurdamente, o jovem tentou se esconder, puxando o capuz do minúsculo vestido por sobre o rosto, deixando de fora as musculosas pernas muito peludas com que se deslocou rapidamente para o interior do quarto.

Divertidíssima com a cena burlesca, Chapeuzinho tratou de dar corda à farsa correndo atrás do bufão aos gritos de “vovó”, “vovozinha”, a que o truão respondia em falsete, enquanto puxava o capuz para cima com o intuito de esconder o rosto, sem se preocupar em deixar os fundos à mostra, à maneira de um avestruz.

À beira do desespero, flagrado ali na casa da velha, vestido da maneira mais ridícula que se pudesse conceber, o pobre Lobo nada mais conseguia imaginar exceto prosseguir a farsa burlesca proposta pela própria menina, e que consistia em, de modo completamente absurdo, fingir ser a velha, macaqueando-lhe voz e gestos.

Também tentava se esconder da menina que o perseguia impertinentemente na mais cândida alegria. Enfiou-se na cama, e enquanto se esforçava por se cobrir, bisonhamente vexado, a menina se empenhava em fazer o exato contrário, expondo-o o mais que pudesse, até que não restasse outra opção que não a rendição. Ainda encolhido, buscou coragem para fixar os olhos medrosos e arregalados na menina, que na maior desfaçatez perguntou:

— Para que esses olhos tão grandes, vovó?

Ao que, com voz trêmula e em falsete, e depois de uma pausa que lhe pareceu absurdamente longa e torturante, Lobão se viu compelido a responder:

— São para te ver melhor.

Certas vicissitudes acabam por se revelar tremendamente apropriadas, e os brevíssimos segundos necessários para a resposta foram suficientes para que Lobão finalmente tomasse pé da situação e prestasse atenção ao generoso decote de Chapeuzinho que, sentada a seu lado, se debruçava sobre seu corpo seminu coberto por um lençol. Confiante e ousada, a moça retirou abruptamente o lençol que o cobria, deixando à mostra o corpanzil do rapaz, coberto apenas pelo ínfimo roupão muito leve. Foi a vez de Chapeuzinho surpreender-se. Toda arregalada a jovem exclamou:

— Hã, Lobão...

E com os olhos cravados no volume que começava a se destacar do corpo do rapaz, perguntou:

— E para que esse negócio tão grande?

Nesse mesmo instante a coisa pareceu ter crescido ainda mais, até escapulir repentinamente brotando fora do minúsculo traje do rapaz, enquanto ele respondia com voz grave e rouca:

— É pra te comeeeer!

E puxou a menina arregaladíssima pelos ombros, para mordiscar-lhe o pescoço enquanto a apalpava inteira, e a comprimia com avidez por sobre seu corpo.


 

Sobre o olhar de Carmem

 

Para todos os que não conhecem Carmem, parecerá absolutamente inacreditável e remota a possibilidade de que seus olhos sejam a origem do fogo do sol, e assim, consequente e indiretamente, a fonte de toda a luz que ilumina, e do calor que aquece a totalidade das coisas em torno. Tal consideração, racional e justa, se baseia simplesmente no pressuposto indiscutível de que a consequência não pode nunca superar a causa, o que torna inverossímil a suposição de que o simples olhar de algum ser mortal pudesse originar tão portentosa fonte de luz e energia.

Os que conhecem Carmem e viram seus olhos, no entanto, considerarão a plausibilidade de conjetura tão insólita, e, não sendo cegos, concederão que o breve argumento exposto acima, que aduz à preponderância do mais forte sobre o mais fraco, não se impõe com absoluta confiança quando se compara o sol e o olhar de Carmem.

Apesar da constatação de que tanto o sol quanto os olhos de Carmem luzem com intensidades equipotentes, um fato que presenciei me faz acreditar serem os olhos de Carmem a origem primária de toda a luz e de todo o calor; é o que relato a seguir.

 

Sucedeu em uma manhã comum, dessas em que o sol brilha com certa intensidade, entre vasta quantidade de nuvens que se adensam e se rarefazem com certa aleatoriedade, sobre um mar crestado de ondas espumantes chacoalhando ritmadamente sobre a areia branca. Em meio a tão belo cenário, enquanto seu rosto se encontrava momentaneamente emoldurado por uma onda especialmente alta e espumante, vi Carmem mirar o sol com seus olhos radiantes, fazendo resplandecer imediatamente toda a praia com um fulgor crescente. Carmem permaneceu com os intensíssimos olhos fixos no sol até o brilho do astro equivaler ao de seu olhar, quando ela decidiu ser o suficiente. Então voltou seus olhos para o imenso mar, que já brilhando radiante sob o sol, nesse momento refulgiu ainda mais, espelhando o seu olhar.

Foi assim, dessa maneira tão óbvia e direta, que constatei o modo trivial que ela usava para iluminar o sol, bastando para isso mirar com seus olhos o principal luzeiro dos céus.

Carmem percorre a praia quase todas as manhãs; quando decide permanecer em casa o sol não refulge; são os dias nublados, e os chuvosos, que ela, sabiamente, faz alternar com aqueles dias alucinantemente coloridos e brilhantes em que Carmem permite que o sol brilhe tão intensamente quanto seus olhos.


 

Vanessa

 

Conheci Vanessa em um site de bate-papo na internet, em uma sala temática sobre literatura onde, como é usual na rede, o tema funciona mais como pretexto para paqueras que para outras finalidades. Gosto de imaginar que já nos tínhamos encontrado antes, razão pela qual ela já se encantara por mim, ou melhor, por minhas letras no chat; fato foi que desde nosso encontro ela se empenhou em me cativar – sem qualquer dificuldade, aliás – como se tivesse me escolhido desde o início.

Já em nossa primeira conversa, além de se jogar sobre mim despudoradamente, Vanessa se declarou virgem, asseverando também ter apenas dezesseis anos, afirmação ainda mais inverossímil que a anterior, dada a desenvoltura com que se exprimia através das letras. Ainda que parecesse mentirosa, nossa conversa foi agradável e excitante, levando-me a combinar novos encontros no mesmo horário. Devo dizer que nos diálogos seguintes, sucedidos com frequência cada vez maior, alguns temas escolares e outros relativos a atualidades diversas, me fizeram acreditar em sua idade, embora sua habilidade com as palavras me deixasse perplexo: entre outras coisas me ensinava ortografia, gramática, e certas questões de estilo utilíssimas para mim, que desde essa época já me aventurava em investidas ficcionais. Impressionava-me tremendamente a maturidade com que tratava tais temas, fazendo o mesmo com diversos outros. Isso, no entanto, contrastava com sua inexperiência relativa a outros assuntos, o que, com o tempo, passou a me surpreender mais que o oposto: quando conversávamos, eu esquecia a sua idade e não a tratava como a menina que era, mas como uma mulher sutil de opiniões interessantes e abalizadas sobre inúmeros tópicos.

Vanessa adorava literatura, e me incentivava a escrever ainda mais, tanto em prosa quanto em verso, induzindo-me a gastar enorme tempo a construir sonetos metricamente cadenciados, e a inventar outras formas poéticas ainda mais restritas, travestindo-me em poeta, e foi sobretudo sob essa personalidade, que mais a louvei, que mais sofregamente suspirei por seus amores, fazendo-a retribuir meus esforços com seus encantos de menina.

Além de poesia, e da literatura em geral, conversávamos muito sobre seus estudos, e o vestibular que se aproximava; estava no último ano do colégio e se preparava confiantemente para essa prova. Mas os temas predominantes em nossas conversas eram, sem sombra de dúvida, os sexuais. Eu ficava excitadíssimo enquanto conversávamos, e me comprazia enormemente em excitá-la até extremos, mesmo à distância.

Há entre muitos uma desconfiança, ou mesmo desagrado, quanto aos modos de estimulação verbal não-presencial, como a excitação virtual através da rede, desconfiança essa, em minha opinião, bastante descabida. Devo confessar ter sido, em outros tempos, no alvorecer da internet, um forte adepto dessa maneira de excitamento e de conquista, tendo passado inúmeros e agradabilíssimos momentos siderado pela promessa de encantos distantes, e embora tenha perdido bastante do entusiasmo inicial pela coisa, continuei sempre mantendo apreço por ela. Creio que, especialmente para os capazes de se comunicar com precisão, tais contatos podem constituir uma imensa fonte de união e de prazer, além de um início de relacionamento intenso e profundo. Durante meses, namoramos quase que diariamente, dessa maneira assim incompleta, mas ao mesmo tempo muito mais elaborada que as relações usuais – já que mediada exclusivamente pela comunicação textual, excetuando umas poucas e breves conversas telefônicas – e quase ausente de conflitos, já que os atritos que usualmente corroem as uniões comuns acabam impedidos de se manifestar assim ao longe.

O grande obstáculo para a nossa relação era que distávamos centenas de quilômetros um do outro. Apesar desta vasta separação, Vanessa havia me escolhido para protagonizar um plano bastante engenhoso. Imagino que a maioria das moças ainda sonha com o príncipe encantado que a levará para o altar. Vanessa não apenas sonhava, como se empenhava decididamente em selecionar o lobo que pela primeira vez a comeria. Tendo me escolhido, restava eliminar nosso longo distanciamento.

A cada dia que passava meu envolvimento com ela aumentava, até que eu decidi conhecê-la pessoalmente em Salvador. Durante seu brevíssimo período de férias, ela conseguiria me encontrar, apesar de ser uma menina extremamente vigiada e segura pela mãe.

Ao planejarmos o encontro, ela me alertou para a dificuldade de subir até um quarto de hotel, já que era menor de idade; não gostaria de passar por constrangimentos, e a mera possibilidade de ocorrência de algo assim a afligia. Percebi que ela tinha razão, e, sou tentado a dizer, muito mais traquejo que eu no assunto. Perguntei se ela não poderia escolher um apartamento e fazer uma reserva para o aluguel, e, estranhamente, sua resposta me surpreendeu. Digo “estranhamente” porque sua alegação foi a mais natural possível: ela era uma menina e não sabia fazer aquele tipo de coisa! Sou obrigado a rir novamente quando penso nisso. Era verdade, ela era uma menina de dezesseis anos, idade com a qual eu mesmo nem sonharia em alugar um apartamento, coisa de adulto. Por outro lado, era ela quem comentava e corrigia meus textos, me ensinando gramática com argumentos racionais e sólidos. Sei que sou chatíssimo com respeito a coisas do gênero, e não condescendia para com ela, mas era forçado a aceitar suas razões. Também sobre artes e cultura em geral, Vanessa não tinha as opiniões de uma menina, mas uma sabedoria bastante madura a respeito de inúmeros temas. Assim sendo, lembro ter sido essa a primeira vez que a vi, de fato, como menina, por todo o tempo me relacionava com uma jovem mulher, daí minha surpresa com sua resposta tão natural e esperada.

A iminência de minha ida deve tê-la excitado ainda mais, nossas conversas tornaram-se mais longas e frequentes, mais apaixonadas e eróticas também. Disse-lhe que gostaria de ficar em uma praia, e perguntei qual ela me indicava. Respondeu que preferia que eu ficasse mais perto de sua casa, pois assim teríamos mais tempo juntos, mas acabou por sugerir que eu ficasse em Ondina ou na Barra, locais onde ela conseguiria chegar pegando um único ônibus.

Também lembro que precisei inventar um pretexto para ir vê-la. Pretendia escrever uma peça de teatro, uma história de amor, cujo argumento já estava claramente delineado em minha mente, mas que eu nunca iniciava. Considerei que a atmosfera baiana me propiciaria o clima adequado para a tarefa.

O dia da viagem acabou chegando, e eu me vi, bem cedo, caminhando pela praia da Barra à procura de um apartamento para temporada. Não foi difícil encontrar um; havia muito imóveis disponíveis nos prédios à beira mar, dois ou três livres no mesmo edifício no qual escolhi um deles.

Adoro a Bahia, Salvador e as baianas. Deslumbrante a vista do apartamento que escolhi: o farol da barra em primeiro plano, o mar e o céu ao fundo. Magnífico, perfeito!

Uma vez instalado, telefonei para Vanessa que, para minha decepção só me encontraria no dia seguinte, como, aliás, havia me alertado; tinha achado que era charme, não conseguia me conscientizar que ela era uma menina planejando uma travessura.

Fui à praia pela manhã e circulei pelas ruas durante a tarde. De noitinha, sob a belíssima vista janela da sala, retomei inspirado a escrita da peça de teatro, uma história de amor entre Maria Bonita e Lampião. Fui dormir bem cedo, como de costume por aquela época, depois de uma caminhada pela orla marinha.

Vinha fazendo exercícios diários havia mais de um ano, era o início de minha compulsão, de minha euforia pelos exercícios, então, às seis da manhã já estava de pé e pronto para a academia de ginástica. Estranho país o nosso, em que estudamos em ginásios e nos exercitamos em academias. Durante minhas caminhadas na véspera, havia descoberto várias nas redondezas, e escolhido uma delas. Tomei uma xícara de café e fui para lá, tendo conseguido fazer uma série de exercícios de musculação quase idêntica à que vinha executando todos os dias, com ligeiras alterações devidas a diferenças nos aparelhos. Saindo de lá, voltei ao apartamento rapidamente para trocar de roupa e fui para a praia em frente, sem ondas e surpreendentemente quente para um carioca. Almocei bem cedo, e retornei ao apartamento para me preparar para o encontro. Cochilei enquanto aguardava Vanessa, o que foi ótimo para me aliviar a ansiedade da espera.

O toque do interfone me surpreendeu. Era ela. Preferiu subir direto a me aguardar lá embaixo.

Quando abri a porta, a moreninha cuja imagem eu conhecia por meio de fotografias, e de duas ou três conversas através da câmera de vídeo me apareceu em pessoa. Era mesmo uma moça de dezesseis anos, o que me surpreendeu mais uma vez. Conforme planejado e prometido, trajava à universitária. Eu tinha rido quando me disse que o faria, mas ela queria aparentar mais idade, temia ser flagrada como menor. Ao vê-la, compreendi o significado da expressão.

Era bem bonitinha, e exalava um charme cativante. Desejei permanecer contemplando, sorvendo com os olhos a tchutchuca estreitinha à minha frente, mas senti nela uma certa ânsia para “resolvermos” logo a coisa, e então a beijei. Achei que o beijo já selava a relação, nos engatava inexoravelmente, mesmo assim ela continuava ansiosa e sugeriu irmos direto para o quarto. Peguei-a no colo e a carreguei até a cama. Pretendia usufruir delicada e ansiosamente cada instante daqueles momentos de sonho, mas a gostosinha se despiu em segundos. Ainda consegui retirar sua calcinha, e me despi também.

Eu planejara manter a calma, alongar cada segundo, mas me deixei levar pela pressa da menina e logo estava pressionando meu pau duro na boceta raspada. Enfiei a cabeça com facilidade, mas o pescoço ficou engasgado logo no início, não havendo jeito de entrar. Eu beijava a boca gostosa, mordiscava-lhe o lábio, manuseava o corpinho flexível, o peitinho redondo e empinado, ao mesmo tempo em que tentava me enfiar na boceta que me escapava como um sabonete molhado. Quando eu pressionava, ela subia, como se meu pau a empurrasse. Mais eu premia, e mais ela me escapava, até a cabeça da moça ficar acuada no canto, entre a cabeceira da cama e a parede, de onde não poderia mais escapar, mas seu corpinho elástico e esguio se contorcia nas mais exóticas posições impedindo-me a penetração completa.

Puxei-a novamente para a beirada da cama, com as pernas de fora, mas ela ainda me escapava. Segurei seus ombros e meti-lhe o pau duro, mas outra vez a gostosa me escapuliu, contorcendo o copo como uma massa de modelar.

—Vem gostosa!, deixa enfiar meu pau!, me dá sua boceta!

— Vem você, vai, enfia, enfia!

E mesmo assim a gostosinha me escapava, temendo a penetração de meu caralho duro em seu corpinho esguio.

Quando a retirei novamente da posição no canto da parede, deitei ao seu lado e ergui sua coxinha, e foi assim, segurando o corpo e o quadril da morena, que eu me enfiei de verdade na boceta da gostosa.

— Minha gostosinha, deixa eu te enfiar muito...

— Enfia! Ai, como é bom... faz isso de novo assim, assim...

Suspiro profundamente enquanto relembro esses momentos em que tesão e ternura se confundiam e somavam. Eu ouvia com prazer os gemidinhos que perdiam os matizes de dor e aflição, e se transformavam apenas em prazer.

— Faz outra vez assim. Mais forte, assim! Ai...

Meus suspiros me remetem a uma lembrança dulcíssima: seu queixo tremia enquanto eu enfiava o pau em sua boceta.

Permaneci um bom tempo contemplando a gostosinha a descobrir as sensações de um pau duro a penetrá-la com tesão e carinho, e a apertei muito em meus braços quando gozei, um abraço intenso, envolvente e afetuoso.

Depois nos levantamos. Não sei porque o fizemos, mas lembro ter abraçado Vanessa em frente ao espelho longo e estreito pendurado na parede. Recostou-se em mim, os dois de frente para o espelho, enquanto ela cantarolava e se movia de um lado para o outro, como se dançasse lentamente, ou se ninasse a si mesma embalada por meus braços, e sob a minha vista que ela agora permitia contemplar todo o seu corpo. Mirava longamente os peitinhos joviais, muito redondinhos, de moça nova, deliciosos; os biquinhos encrespados numa excitação contínua. Adorei também a bundinha saliente que ela agora esfregava levemente no meu pau, sob a cintura fina, com o umbigo lá embaixo, mas sobretudo a boceta tenra que eu acariciava enquanto beijocava pescoço, ombro e orelha da gostosinha, afagando todo o corpo e envolvendo os peitinhos. Eu gostaria de permanecer naquela contemplação carinhosa por toda a eternidade, mas quando o meu pau começou a cutucar o rabinho assanhado, a safadinha me pediu para comer sua bunda.

Eu planejara que os eventos decorressem muito calmamente, evitando atropelamentos; não pretendia desvendar tudo de uma vez. Preferia ir descobrindo cada coisa aos pouquinhos, uma de cada vez, deixando as surpresas se sucederem ao longo do tempo, mas aquele convite, ou intimação para lhe comer o rabo, era demasiadamente sedutor para que eu pudesse recusar. Na verdade, a referida solicitação só poderia acarretar o endurecimento do pau até o limiar da pressão, e uma ânsia desmedida por penetrar urgentemente na bundinha que eu conduzi até a cama ao lado, e arrebitei com minhas mãos para contemplar o cu emoldurado pelas polpas lisinhas, e a boceta deliciosa e molhada que me encantava. Molhei meu dedo na boceta apetitosa, e em seguida o enfiei no rabinho arrebitado que se oferecia para mim. Fui para cima da gostosa, e enquanto mordiscava-lhe a nuca arranhando-lhe pescoço e ombro com o queixo, enfiei-lhe o pau duro.

— Ah, gostosa!

A gostosinha gemeu e deitou o corpo na cama, enquanto eu lhe penetrava com vontade; metia-lhe com tesão até que ela gemeu mais intensamente e quase chorou. Disse que tinha doído, e depois de breve pausa, eu passei a enfiar mais levemente. Também falou que eu não estava dentro de sua bunda, mas na boceta, e que seu hímen tinha arrebentado naquele momento.

Acariciei muito a gostosinha enquanto continuava a enfiar-lhe o pau na bocetinha tenra, e que parecia não me caber. Cobria todo o seu corpo estreito acariciando-lhe com as mãos, braços, pernas e restante do corpo, envolvendo-a em um abraço carinhoso e protetor, ao mesmo tempo em que lhe enfiava delicada e decididamente.

Minha gostosinha, que delicioso seria estender esses momentos até nunca mais parar. Mas uns momentos sempre sucedem aos outros, e se algum parou, está lá parado sem que ninguém saiba, exceto as felizes almas que o usufruem indefinidamente.

Depois de gozar eu aconcheguei muito a gostosinha em meus braços, e a cobri de beijinhos. Vanessa me disse que não esperava gozar por não estar acostumada com a estimulação vaginal, e me deu outras informações técnicas sobre a primeira vez, conhecia toda a teoria sobre o assunto.

A noite veio mais cedo que o esperado, trazida por uma tempestade magnífica. Comemos uns sapotis que eu havia encontrado à venda na rua, e chocolates, dos que eu havia trazido de presente para ela. A chuva intensa nos propiciava um tempo adicional, justificava sua demora em voltar para casa.

Chamei-a para ver a paisagem da varanda. Veio peladinha e se recostou em mim, se aquecendo sob o meu chamego. Víamos as copas de coqueiros bem próximas, sacudidas pela tormenta; o farol, belo e imponente, dominava o cenário, iluminando a noite e desnudando um mar de prata ao redor. Sobre ele, o céu imenso recortado por nuvens pintadas em uma infinidade de matizes plúmbeos e arroxeados. Tempestades costumam se impor ameaçadoras, a que contemplávamos, no entanto, embora imponente e pesada, se revelava acolhedora. Variadas gradações de cinzentos coloriam as nuvens contrastando-as, umas com outras, acentuando-lhes profundidades, mostrando-as quase sólidas e em uma profusão de tons surpreendente, como se aquele céu noturno tivesse sido pintado com a palheta mais colorida que algum pintor viesse a usar, embora revelando apenas variações sobre uma cor.

Vanessa cantarolava em meus braços, aninhando-se em meu peito, esfregandose em meu corpo, e eu a aconchegava, acariciava, beijava, e ouvia a doce canção que ela murmurava, acompanhada pela harmonia dos ventos, e marcada pelo ritmo das ondas do mar.

Permanecemos um tempo contemplando a belíssima vista, e fruindo atentamente aqueles momentos de rara felicidade, plácida e conscientemente. Quando um dia a morte chegar, será essa a lembrança que evocarei da vida: o céu, e o mar da Barra, Vanessa cantarolando em meus braços.

 

FIM

 

Este livro está aqui à venda. Você decide o quanto quer pagar por ele. Não me queixarei se não pagar nada, nem se for fartamente generoso. Se insistir em uma sugestão de preço, proponho algo entre R$ 5,00 e R5 10,00, mas fica realmente a seu critério.

 

Minha conta para depósito é:

Gustavo Gollo
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Março 2013